30.12.02

Adeeeeeeeeus, ano veeeeeelho.....

Que os deuses responsáveis pelas paradas do bus me ajudem. Nada de bebum ao meu lado hoje, please.

Que este calor também dê uma trégua. Pelo menos enquanto durar a viagem, posto que é chama.

que tudo se realiiiiiiiize.......

Ótima passagem de ano pra todos, pulem quantas ondas quiserem, seus sacis felizes.

Gradecida por acompanharem estas asneiras e (os mais corajosos) por deixarem seus pitacos.

Até ano que vem, moçada!
(eu não podia ficar sem o trocadilho infame, sorry)

no ano que vai nasceeeer...

O resto da música fica por sua conta ; )



27.12.02

Oba, você veio!

Que dia lindo fez hoje. Fazia uma cara que o céu aqui não amanhecia com um azul tão intenso, sabe? E agora, já quase noite, horizonte vermelho e laranjado acariciando a vista, eu tenho certeza de que vale a pena, sim, acordar cedo, ver as ruas semi-vazias e ter a sensação de cansaço ir embora, apesar dos exercícios pós-ceia.

Credo. Não agüento essa história de health generation, deixa eu preparar meu hamburguer ultra-kcal antes que me convençam a só comer alface. Ugh!

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Aluno é um bicho estranho. Vestibulando, deveras estranho. Vestibulando a uma semana dos exames, cuidado: só chegue perto dele se você estiver vacinado.

Por azar (ou sorte, sei lá), minhas aulas são sempre às quartas-feiras. Natal e Ano Novo, vc bem sabe, caem exatamente neste dia. O sea: dezembro foi um semi-mês na vida desta dedicada e exímia professora.

Dormiu? Então acorda, eu já parei.

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Como eu seleciono as porcarias (no bom sentido) que guardo, vasculhei a escrivaninha em busca de lixo não reciclável. Entre trocentas e 10 ofertas de uma certa editora spâmica e cadela (não, não é 1º de Abril!), 15 pequenas pérolas corrigidas, a caneta verde (é a cor da esperança, me disseram), esperavam ansiosamente pelo dono, certas de seu destino, se ali permanecessem. Lá vamos nós, sol desgraçado.

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- Professora, você acredita em milagres?
- Se a fé for braba, talvez.
- Hm.
- Por que?
- Minha família tá na praia, sabe? E eu decidi ficar só pra assistir às últimas aulas do semestre, porque...ah, deixa pra lá...
- Chora.
- É que, na noite de Natal, eu sonhei que um dos reis magos vinha me visitar e dizia que, seu eu quisessse passar em Medicina, tinha que ralar até o último minuto.Então eu passei o Natal sozinha, estudando e comendo miojo.

(engole, vai)

*

Quase chorei. Só não me pergunte de quê, ou serei apedrejada em praça pública.

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Sabe aquela sensação de gostar muito de algo, sem conhecê-lo por completo, e, conhecendo, se decepcionar? Quebrar cara, dar com os burros n'água, se ferrar, enfim, ficar puto?

Que merda. Eu gostava muito de uma música (não do cantor, diga-se de passagem), Feel, do chato do Robbie Williams. Hoje eu vi o clipe da dita cuja e tive vontade de ser Norman Bates, naquela cena clássica do chuveiro. Aprende, bocó.

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Feliz Páscoa pra todo mundo, de coração.

random: Tribalistas - Velha infância
(Olha o que você fez comigo, tolinho)



26.12.02

Hoje a festa é sua, não minha

Esqueça as despedidas.

Esqueça os dias de folga, rango à la carte, roupa lavada e todo o tempo do mundo ("... eu sou mesmo exageraaado") para ler, dormir, rever pessoas queridas.

O pior mesmo dos retornos são aqueles feitos em expresso da meia-noite, com um bêbado ao teu lado, criança chorando e estúpidos com fone no ouvido e a música (pagode, claro) na ponta da língua. Eu odeio todos vocês, jerimuns sem noção de territorialidade.

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E aí, comeu bastante? Ganhou muita "lembrancinha"? Ótimo, então não me conte, só perguntei na falta do que falar.

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As ruas hoje estavam quase vazias. 50% do movimento normal, se muito. O vento gelado anunciando a boa velha.

Pelo jeito, "dia útil" está se tornando mesmo uma expressão cada vez mais subjetiva...

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Agradecimentos ao querido mano de todas as horas que, num gesto de tresloucada lucidez, concedeu-me seu apetitoso video cassete para encher o vazio do meu apartamento. So sad, so sad, but I'm happy, darling.

Edu, você vai pro céu, querido.

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random: There goes the fear - Doves



23.12.02

Os três segredos das pessoas felizes

Que livro reportagem, que nada. Ainda entro no mercado editorial com uma compilação das melhores "Dicas du Verão" em pocket version, bem baratinha, pra brindar leitores das classes A a E.

Como criatividade nunca foi o meu forte, acho que esse não será o problema. Zero em criação, 10 em embromation, vontade de começar e uma meia-dúzia de chavões universais. Pra quê eu precisaria de mais?

A questão dos direitos autoriais nem é tão complexa assim. Mim amiga, basta você me conceder a sua coleção de selos pra eu anexar à minha, semi-falida, que estamos conversados.

Não falei que eu era nota 10 ?

Destarte (homenagem a mio amico adevogado), apresento aqui algumas dicas bastante básicas a você, ovelha desgarrada, que de quando em nunca lembra de visitar os puro-sangue, ou, se preferir, a sua amada e garrida família. Oh, o verão em nossos corações...

- de imediato, demonstre surpresa ao ver os seres mais novos. Caso confunda certos nomes, não se faça de rogado (a): dê um risinho maroto, aquele tapinha esperto nas costas e diga que era brincadeira. Importante: procure o banheiro mais próximo, ou diga que alguém da AACD chamou ao portão, mas dê o fora. Evite perguntas.

- não faça planos típicos de dias ensolarados. Sabe aquele biquíni, ou aquela sunga, que você olhou com desejo antes arrumar as malas? Pois bem, estas peças, segundo tradições espartanas, têm um forte caráter anti-mercadológio, fascista e proletário. Não imprima com facilidade a sua intenção de pequeno-burguês capitalista, ou as conspirações (dos mais variados tatames; em casos mais covardes, solicita-se até ajuda de São Pedro) podem ser avassaladoras. Seja casual e, ao guardá-las, não esqueça aquela cara bem blasé, do tipo: vc é só mais um, querido.

- por fim, não espere que a parentada mais velha mude o discurso pseudo-nefasto. Não. Você sempre terá "crescido taaanto!"; mesmo zarolho, sem os dentes da frente e com bafo estará "cada vez mais boniiiito(a)", vagabundo que esteja, será ainda a criatura "mais inteligente da nossa família!" Róinc. Claro que há formas menos polidas de se safar dessa situação, mas como este manual é deveras polido, a saída mais coerente com nossa linha editorial talvez a seja a do sorriso de agradecimento.

- Só isso?

Nããão, esperto leitor! Agradeça de volta. Mas agradeça MESMO. Aqui você tem duas alternativas: busque lá no duodeno algumas lágrimas furtivas e diga que nunca, mas nunca mesmo alguém o elogiou tão sinceramente, chore e peça um pouco de Maracujina, simulando uma falta de ar de emoção forte. A alternativa 'b' é a da retribuição eficaz. Você está outra pessoa, mais altiva, mais bonita? Pode ser, mas JAMAIS melhor que quem lhe disparou (digo, mandou) o elogio. Atenção: seja contundente, e, se precisar de uma forte dose de baixa auto-estima, vá em frente: é o seu sossego que está em jogo. Esta é popularmente conhecida como a Técnica do Cansaço, ou Técnica da Memória Arrependida. Nunca mais sofrerás tais incoveniências, caro leitor.

..............

A menos que vc aprecie massagens no ego, mas aí compre Paulo Coelho ou Lair Ribeiro.

Anote sua encomenda neste bloco e teremos o maior prazer em servi-lo, ainda mais se vc pagar à vista, com selos sem cola, de preferência.

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Mas comprando ou não o nosso pocket book, você recebe inteiramente de grátis, em sua casa, os votos de um feliz Natal deste pequeno bloco. Se a data lhe é feliz, ou triste (o que importa é você sentir que não virou um monstro de insensibilidade), não importa. Sempre há aquele sonho escondido de que algo bom aconteça, tomara que aconteça mesmo.

Pelo fim do peru, do panettone, do leitão assado e das árvores de Natal de material reciclado, ótima noite a você, antes de leitor, um herói.

hou hooooooooooooou...


random: Get free - Vines



22.12.02

Espreguiça bem, vai

Doze horas seguidas de sono: acho que bati o meu recorde. Uaaaaaaah.

Só mesmo ficando à margem de toda a loucura para se ver o tamanho dos tentáculos em que ela nos prende.

Ufa. Hoje é (um outro) domingo.



20.12.02

O último a chegar na pizzaria é esposa do Faustão e mulher do padre Quevedo.

hehe





Aaaacaaboooouuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Uhuuuuu!!!!!!!!

Dever cumprido, malas abandonadas me esperando para a formatura. Delas.

Contagem final, antecipada, câmbio: desligo -

Z E R O ! ! !

Fui.

The end comes, trust it:

# - Get me away from here I'm dying



Classificados

Veneno para pomba: compra-se.

Veneno para as pombas que assolam a janela do teu trabalho: paga-se bem por ele.

Ainda pego essas cretinas (que mais parecem uns frangos, a bem da verdade) e mato a fome da periferia londrinense. Deixa estar.

*

Nada como um catá bem dado na barriga pra animar. Xô, enxaqueca. Sua pulha.



Serviço

Putz, que coisa boa poder dar uma notícia dessas : )

"A esperança é a última que morre"; "Quem espera sempre alcança"... começo a ver um fundo de verdade nesses ditos.

Se você é um pouquinho mais curioso (a), manda ver.




that's that

Decifra-me, ou te devoro.

Assim disse o Espírito de Natal àquela garota tola, que não conseguiu vê-lo no meio das crianças barulhentas que apostavam corrida na escada-rodante, tia, sai da frente.

Assim ela percebeu que a mesma euforia que antecedia aquele momento, de repente, se transformou em melancolia. Esta, dizem, evoluiu para um mal humor terrível. Não, não adianta se tomar Milanta Plus. O nó que queima a garganta da pequena é estúpido demais pra se deixar calar por paliativos do bem.

.......................

Hoje eu andei pelo centro. À noite, sozinha. Compras de Natal. Não decifrei o espírito de fim de ano no olhar de nenhum ser, nem das avós, nem dos próprios pirralhos. O que os move é grande demais pra deixar um espaçozinho que seja a algo que as mãos não podem tocar. Só o coração.

Eles não decifraram, mas no fim a devorada fui eu.

*

# 5 - Night walk

relating events as they choose to
but all their words and actions come entirely from you


*

ok, ok.

Respiração cachorrinho, vai, assim. Isso.

*

Em tempo -

um.




19.12.02

dois.









18.12.02

Contagem regressiva:

três.

Sossega a euforia, bixo, que o show do Roberrrrrrto é só à noite.




17.12.02

O Sesc, esse palácio dos pobres

Arroz, feijão, cinco tipos de salada (até maçã com coco? argh.), bacalhau ao molho com batatas, strogonoff, batata e espetinho de carne: R$ 2,70.

Suco de melancia com água, 300 ml: R$ 1,50.

Ver o bad boy ao teu lado tirar a carne do dente com o palito do espetinho e deixar uma dentadura, faceira, cair no prato: não tem preço. Nem aqui, nem na Turquia, brimo.

*

Cada coisa que só registrando em foto ou vídeo mesmo pra alguém acreditar. Quer vender uma Mavica?

*

Nota de Rodaopé, nêgo

A editora deste blog anunciou na terça-feira (17) que considera arbitrárias quaisquer tentativas de massacre em massa de animais.
Dessa forma, ela esclarece que não mistura as carnes, pois tem "ogeriza a essa nojeira, credo".

Procurada pela reportagem para confirmar a informação, entretanto, ela não foi encontrada.


*

Bleh, que esse post me deixou enjoada.

*

and the Oscar goes to....

A dica musical desta terça-feira de céu 'azul da cor do cééu', quente pra rebenta (como diria um velhote que eu entrevistei um dia), mas linda, não é uma faixa, mas um álbum completo.

Gostem ou não, crianças (sei de muchas personas que detestam, mas f-se), a recomendação é a trilha sonora Storytelling, gravada com maestria pelo Belle and Sebastian, essa banda que eu gosto tanto. Nada de comentários resenhosos, que não tenho saco pra isso. Mas se um dia você estiver com vontade de ouvir uma música de olhos fechados, prestando atenção a cada instante dela; ou se quiser ver o pôr-do-sol no céu avermelhado e se emocionar com isso, sem se preocupar se está sendo bobo ou não, a dica é bastante sensível.

Ah, o verão tem lá suas (parcas) vantagens, eu reconheço. Ver o sol que eu vejo da janela do meu quarto, às sete da noite, tira qualquer réstia de mal humor. Só não falemos do efeito estUfa, please.


Contagem regressiva:

quatro.




16.12.02

Falar em Correios, estes dias sonhei com um bando de homens, saindo de lá, todos de vermelho. Eu na banca de jornais ao lado, assustada, olhava aquele povo todo e não entendia, até que, súbito, o dono da vendinha (uau, interiorrr 's back) me dizia que o Lula já havia tomado posse.

Ah, tá.


Vinde a mim as criancinhas...

Não, Michael não passou por aqui não. Ainda.

*

Você já se deparou com o veículo dO Altíssimo?

Já teve a chance de ver, assim, à sua frente, o carro dO Todo Poderoso, na SUA cidade?

Pois eu tive, e foi hoje. Santana prata, placas GOD 2002, ao lado da agência central dos correios de Londrina. Faço umas combinações estranhas com placas de carro (louca, eu?); não, eu não me enganaria qunao à dita cuja.

O adesivo estava lá, ow, não é mentira não!: "Expresso do Senhor", num lindo desenho branco de estrela cadente.

Este foi o sinal de que eu precisava. Maktub, estava escrito, era pra ser hoje!

*

Jogo na Megasena amanhã, meu chapa, eu ei de tomar vinho tosco num lugar melhor que este aqui. Basta, 34 graus!



Contagem regressiva:

cinco.



15.12.02

Aprende, idiota.

Ah, como eu sou tonta.

Dizem que jornalismo é a segunda (ou terceira, não lembro) profissão que mais mata profissionais no mundo. O top morte ainda é dos publicitários.

Acho que nem é mal da profissão. A culpa é do stress (a menos que eu seja capturada pelas Farc ou pela Al-Qaeda), esse inimigo que de oculto não tem nada. Stress por motivos banais, então, é passível de tratamento.

Como eu sou tonta, meu Deus...

*

Vá por mim, coleguinha: pra tudo nessa vida há formas de se piorar aquilo que já fede. Mexa um pouco e verá.

Sentir-se desgostoso com algo não é uma dica legal para as derradeiras horas do seu fim de semana, eu sei. Mas ter de escrever sobre isso, destacando as qualidades do inimigo, é um exercício de paciência, pq eu não acredito em humildade repentina, tá.

Como eu sou tonta. Ainda aprendo a lição e visto uma daquelas camisetas shegay da "No Stress", nem que seja pra dormir e ter sonhos mais calmos.

Mas antes me deixe arquitetar mais um atentado terrorista. Alvo da vez: as buzinas. Ah, as malditas buzinas...

*

música incidental: B & S - I don't want to play football




Contagem regressiva:

seis.



14.12.02

Pqp, que às vezes certas vantagens se convertem rapidinho em desvantagens horríveis...

O Meu Ministério adverte:

Morar ao lado de churrascarias é prejudicial à saúde. Mental e física.
Ainda cometo um ato terrorista, ah, cometo.







Esvaziar a pasta: OK.

Não sei que mel andaram passando no meu e-mail pra receber tanto spam. Maldito spam, há de queimar no umbral cibernético, seu maroto.

O estranho é que pelo menos uns 70% são de algum produto relacionado a estética: creme pra panturrilha, gel redutor das medidas, proporcionando uma nova silhueta, o sensacional Reduce Fat Fast. Fora as revistas do assunto que certas editoras (não, não é 1º de Abril) tentam empurrar pra dentro de meu esôfago, assim, sem pedir.

Será tudo isso uma grande indireta?

A contar pela oferta de hoje, o Nan Bao - Viagra Chinês (atenção, rapazes!), não, não é uma indireta.

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Ando um pouco cansada; até ontem achava que isso fosse apenas suposição.

Outro surto de sonambulismo (desta vez, segundo fonte fidedigna, eu conversava com vendedores sobre os presentes de natal que estava comprando) me provou que a intuição anda uma beleza. Descanso, casa, comida e roupa (não por mim) lavada. Hoje, o meu sonho de consumo é só esse.

Qual é o seu?

*

Contagem regressiva:

sete.

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random: Los Tres - Despídete con un beso



13.12.02

Contagem regressiva:

Oito.




12.12.02

cuidado com o vapor

Falei de poucas (mas importantes, pra mim) coisas de Londrina e esqueci da feira da lua, no Zerão, toda quarta-feira à noite. Pastéis (o nordestino é ótimo), comida japonesa, trufas, chili, pães e licores de todos os tipos, hortifruti (pra honrar o "feira" do nome), enfim, todos os cheiros de comida que a sua fome de cão soturna puder distinguir.

Ontem, faminta e cansada (uau, que cena...), fui bater meu cartão naquele recinto. Em pé, à espera do meu pastel de palmito, olhei em volta e vi o 'moço' entregando o potinho de vinagrete ao cliente. Potinho não, aquilo podia passar por uma lata de vinagrete. Vinagrete não: o que eu conheço é de cheiro-verde, cebola, tomate e, aháá, matou!, vinagre. O vinagrete londrinense, na verdade, é uma salda de minguados tomatinhos e muito, bastante mesmo, repolho. Que perigo.

Um tio dos seus 40 e poucos anos, na gula ingênua, perguntou quanto era só o vinagrete. Juro. Que negrinho do pastoreio e o caipora me façam comer pastel de piche quente, se estiver mentindo.

- Quê isso, a 'cumbuca' é cortesia!, falou o tolo vendedor.
- Ah, é? Você poderia me arranjar uns dois vinagretes pra viagem, então?

*

Súbito, uma engasgada ao lado do tio. Bem-feito pra mim, quem manda ouvir conversa alheia?

*

Ah, essa é para os calorentos de plantão. "Comunidade unida jamais será vencida!", esse jamais foi meu lema.

Ainda mais quando as medidas estão além de nosso alcance...Não entendeu nada, né? Tá bom, então leia aqui , e chore.

...

Oh, vida cruel. Ainda viro um castor, os lençóis d'água que me aguardem, "pra agitar a parada".

*

Odeio de coração certas gírias, tá ligado?

*

Chega, a fome já está saindo do limite estomacal. Vocês não merecem.

*

random: White Stripes - More Cup of Coffee



10.12.02

A jovem dos 68 anos

A terra dos pés-vermelhos faz aniversário hoje. Velhinha, com corpitcho de jovem, tantas vezes chamada de Pequena Londres (de Londres tem quase nada, só o fog, raro), essa é a cidade que me encantou, quatro anos atrás.

Hoje, minha relação com Londrina é diferente. Não sei se por ter aposentado o olhar de turista, mas ela como que se tornou parte da minha breve história de vida de uma forma natural, quase imperceptível. A família me fez falta, é verdade, mas a saudade da terra paulista foi facilmente aplacada pelas descobertas na dos pioneiros ingleses.

Tenho memória olfativa, há pouco descobri isso. Assim, quando um dia eu quiser me lembrar desse período tão idealizado da faculdade, os cheiros de Londrina vão me sensibilizar a memória. Os cheiros da cidade, os cheiros das pessoas da cidade. Dos passeios no Zerão, do Valentino e Bar Brasil abotoados de fumantes e caretas (como eu), da chuva no campus, das manhãs frias cobertas pela neblina, dos abraços pés-vermelhos.

Saudade do londrinense. Desde antes da mudança, me diziam que era um povo "hospitaleiro, educado", e um monte mais. Verdade, há pessoas solícitas, bem humoradas, perfumadas (minha primeira impressão), mas isso, se você procurar com carinho, encontra em qualquer lugar. Não sei se a tarefa será fácil, mas que encontra, encontra.

Mas, mudando o tom (até porque isso aqui já virou um balde d'água, com tanta pieguice), Londrina também é o reduto dos maus (digo, péssimos) motoristas. Do busão que acelera (eu vejo o riso maquiavélico de canto de boca dos motoristas, meu caro) aos carros sem seta (opcional), o trânsito dessa cidade é um verdadeiro pandemônio em termos de destreza. Medo, muito medo de ser pedestre aqui...

Mas se, mesmo correndo o risco de engrossar as estatísticas da Companhia de Trânsito (todo dia cedo eu me entristeço e espanto com elas); mesmo que você dê o azar de pegar aquela leva de pirralhos no cinema, ou se for surpreendido por mudanças climáticas cadelas, não deixe de dar uma passadinha por aqui, nem que seja só na época do Filo. Se o seu olhar de turista estiver acionado nesse dia, esteja certo que de que ele vai lhe dar uma boa cutucada.

random: Grateful Dead - Ramble On Rose (não, não ponho o hino de Londrina pq ainda não perdi totalmente o bom senso)


9.12.02

Um pincel e um bastão, tio

Juro que eu quis gostar das segundas-feiras, meuzamigos.

*

Dia lindo de sol na pequena Londres. Adoro céu azul, mas daquele azul bem intenso. Fazia tempo (uns 4 anos, acho) que o hidrogênio paranaense pairava desbotado aqui pelo norrrte.

Bonito, belezura, supimpa. É, um pouco de aquarela não faz mal a ninguém : )

*

Aquarela hoje, carvão queimado no domingo. Ainda vou consultar um psiquiatra pra ver se ele me explica as causas de se torcer prum bando de marmanjos que correm atrás de uma bola. Ainda vou.

Se ele me explicar (e, de quebra, der um remedinho anti-stress), prometo abraçar torcedores adversários e dizer “te perdôo, meu irmão!”, toda vez que alguma provocação cadela vier me tirar o humor.

Se ele der uma pseudo-explicação, tento uma sessão de descarrego. Acho que um espírito brincalhão me chicoteia toda vez que eu assisto a um jogo do timinho; ainda pego esse idiota e mando pro umbral, deixa estar, palhaço.

Mas nada como uma noite de sono mal dormida pra ajudar. Além do que, hoje começa uma NOVA semana! Isso aí, 16 dias pro Natal!

E cin-co pra sexta-feira.

Ah, eu quis gostar das segundas, babe, eu quis.



8.12.02

Sahara que te quiero bien...

Uma vez me perguntaram o que ra uma pessoa ociosa. Antes que respondesse, porém, a resposta do curioso veio na lata: "Ah, é aquele cara que não faz nada!"

Adoro essas perguntas de auto-resposta, manézão.

Mas "tolher a capacidade pensante de alguém na fase de aprendizado (uaaahhh...) pode ser um perigo, meu filho". Já passaste pela experiência? Não? Oh, oh, oh, mas quanto privilégio!

(a tia do parquinho me disse que o sol que eu desenhava era muito feio. Eu odeio a tia do parquinho. Eu queria ver a tia do parquinho no caldeirão da Cuca. Eu...eu...)

Não foi tão difícil chegarmos a uma explicação plausível de que o ócio, afinal, é algo que pode trazer lá seus benefícios. Bendito Domenico de Masi, seu garanhãão! Ufa, isso ajudou.

Mas sabe que o limite entre o ócio criativo e o improdutivo é deveras tênue, meu pequeno?

Portanto, não confunda "ver TV" com "informar-se", "adquirir conhecimento", muito menos "ah, estou à toa mesmo, lalá, lalá, lalá".Ainda mais se a ação estiver compreendida entre a noite de sexta e o fim de tarde de domingo. Ah, o domingo.

*

Às vezes eu acho que a ingênua na história da minha vida sou eu. Espertalhona duma figa, mal sei o tiro que pode às vezes sair pela culatra sempre que cuspir ao alto, recebendo de brinde o torpedo na menina dos olhos.

Como quem não quer nada (até porque não tinha nada mesmo a se desejar de), zapeei uns canais na nossa já combalida tevezinha de guerra. Pobre caixotinho, foi parar bem numa dessas novelas...afe.

Na cena sorteada, a atriz negra (no papel, uma descendente de escravos, ló-gi-co) pedia pro sinhôzin que ele não deixasse a sombra tomar conta dele. Hehe, pensei nas mais estranhas possibilidades que aqule diálogo podia sugerir, mas desisti. Sexta à noite não dá muito pra se pensar, conclusão antiga.

Mas se você é frágil, cuidado: líquidos reverberantes podem lhe incitar profundas reflexões. Perigo.
*

Uma sombrinha começa a me assaltar, espero que ela não ganhe forma. Mas, se minha tendência (besta sim, mas é minha) de enjoar das coisas fácil fizer de novo aquela visita, tenho medo de que a sombra goste de mim.

Por isso que se apaixonar é tão bom. Seja pelas pessoas, coisas, lugares, atitudes, o que importa é que só temos espaço para as boas energias nesses momentos.

*

Preciso de um propósito. As mudanças (dizem) são boas, mas desejá-las fortemente, às vezes, pode ser angustiante.

- Água fresca apenas, please.

*

Top of sour mind- Especial de domingo

Homenageando o domingo, esse dia tão sagrado à companhia da família (ou da cama, seu desnaturado), nosso troféu vai às criancinhas que fazem da área de lazer de seu prédio um cantinho mais próximo do inferno. Quanta energia, meu Deus.

*

Random: Oasis - Live Forever


6.12.02

Ilmo (a) sr(a):

Valvestate, Blustones, Sancho Pança, mais umas três, quatro bandas, não me lembro.
Pátio do RU, a partir das 23 h. Hoje!
CAs de Engenharia Elétrica e Enfermagem (igualdade de gêneros é tudo) no comando, Skol e Antarctica a um realzinho só, tio!

*

Não sei o porquê da propaganda, se nem bebo deste líquido vil. Sem ironia, e daí?

*

A previsão para a noite de sexta em Londrina é de tempo bom, com poucas nuvens, máxima de 33 graus. (est)Ufa!
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Fins de semestre nesses cursos da vida são um alívio, ainda mais quando os ditos acontecem duas vezes por semana. Mas chegar à constatação de imediato pode ser frieza demais a um coração já aquecido pelo contato humano com os mesmos seres há um tempo...é, honestamente: eu detesto os fins.

All good things have endings...

Seja o do chocolate ligeiro, o de alguém querido (ou só conhecido), seja o fim do asfalto, da bebida no copo, de uma amizade, por mais canalha que tenha sido. Só fim de fila me atrai, mas a alegria logo se desfaz quando entrego o cartão a meu algoz para o "saque tanto, pra pagar essas contas aqui...". Ah, o fim do saldo. Desse eu nem falo, é meu algoz-chefe.

Parece que, por mais tortuosa que seja a direção tomada, há alguma beleza em contemplar as curvas, seus desenhos e as paisagens que escondem, nem que seja a de umas vaquinhas sonsas no pasto, despreocupadas que só elas. "Não zombai da vaca", disse o Criador ao estressado sem alma de cordeiro.

E assim - sem pé nem cefalotórax - ponho fim a este que seria um post de recordação. Nunca nutri diários na infância ou adolescência, era até meio preconceituosa quanto à 'mania'. Mas o blog vai me ajudar, num futuro espero que bem distante, a entender a que tipos de banalidade eu dava importância nos idos dos vinte e poucos anos.

See you around, classmates do coração. Foi muito bom estar com vocês, foi muito bom brincar com vocês!

(e, se a teacher não encher, vai ser muito bom beber de novo com vocês, mas FORA da escola, heheh)

Falando nisso...

G.r.a.p.e. j.u.i.c.e. : an alcoholic drink made from the juice of grapes that has been left to ferment

"It isn't toy, no!"

No folder que me deram na primeira matrícula (a long, long time ago), achei graça numa frase dizendo que a escola ia mudar o conceito no ensino de inglês. Pelo ensino eu não falo, mas pelos alunos, quanto conceito novo transbordante, disus.
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Random: The Cure - Boys don't cry



3.12.02

Tolerância zero

Que medo.
Ando muito assustada esses dias.
Hoje me assustei na calçada. Um homem me abordou com um microfone em punho, voz de propaganda de motel no gogó e um "e aí, minha senhora, vamos entrar pra conferir as nossas promoções?"
Até agora não caiu a ficha do senhora (o segundo, em menos de uma semana) que levei, de direita, no ouvido esquerdo.

Depois eu me assustei com as ciganas. Fazia tempo que não as via assim, na rua, como quer não quer quase nada - apenas a sua mão, minha princesa, pra ver o futuro.
Tenho medo dessas coisas de predição. Sou mais cagona que curiosa - talvez isso me tenha garantido passar dos 18 anos.

Tenho medo de ligações estranhas. Atormentada por uma maldita quadrilha q robou o carro da mami, uma vez, talvez esse medo seja minimamente justificável. Mas não é medo das ligações dos ladrões: tenho medo dos loucos, como o de ontem à noite:

-Alô, Carlos?
-Não, você se enganou.
- Mas aí nã é o 99...??
(cai uma gota da testa)- Sim!
...silêncio...
-Arrááááá, te pegueeeeei, sabia que era você! Agora me chama o Carlos, vai...pede pra ele deixar de ser tímido!
-...
(tuuuuuuu)

Tenho medo das trufas de maracujá. A você, leitor mais antigo (haha) desse blog, a adoração pelo bendito docinho já pode ser ser um assunto gelado, cadavérico, até. Mas lhe afirmo que a atração que uma vez ao mês ele me causa será o estopim para estudos psicológicos futuros, em capítulos delineados pelo "Controle da Mente", "O poder do inconsciente", ou " A simbologia do chocolate no id do descontrolado econômico".

Sério. Peçam autógrafos enquanto é tempo, porque, quando eu tiver a cara estampada em livros didáticos, será tarde. E caro.
E ridículo, como a idéia sem nexo derretida por este calor infernal.

*

Acerola estragada faz mal, diria o sábio Papai Smurf.

*

Fobias à parte (até porque eu não nutro esse tipo de coisa, só piores), de volta a seção

"Top of sour mind" , com coisinhas prosaicas que deixam você irritadinho

- batidinhas ritimadas ao seulado, naqueles momentos de cã concentração.

-braço.suado.colado.no.vidro: o braço alheio, evidentemente.
..: Não precisa assumir em público, mas que você já teve "aquele" nojo ao ver um bracinho gordo dando sopa no vidro do coletivo -aquele que um dia pode amparar sua cabeça cansada - já teve, não se faça de rogado.

- o top dos tops, mas estrategicamente na última colocação (só pra não dar moral ao inimigo), fica hoje com a ilimitada criatividade sertaneja. Não a do povo sufridu, mas a dos (a-han) artistas. Depois de uma série de barbáries (achei que nada superaria "Have you ever seen the rain" in corno version), hoje foi o dia de Raulzito dar suas voltas na tumba. Ficou literalmente maluco, o pobre. E essa (porque quem mandou você ser curioso e ler até aqui?) é a dica musical para o seu fim de dia.
Com vocês, ....

Selected list: Chitãozinho e Xororó - Medo da Chuva


1.12.02

Hou

Lá fora, a queima de fogos vermelhos anuncia a chegada do papai Noel a Little London. Assisto de camarote, e parece que a chuva não atrapalhou a festa, que foi no Zerão.

O céu colorido (ainda mais de vermelho) deixa a noite um pouco menos cinza, no céu.

Boa pedida pra semana, ótimo sinal. Será que o velhinho vai se lembrar de mim? Juro que não uso mais Tang...






Uát?

hehehe..cada coisa q essas fibras nos reservam...





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia


Eu não sou pára-raio, São Pedro, cai fora

Tinha umas aulas de pisseudo-psicologia nos dois primeiros anos do curso. De teórica da comunicação, a professora (que, como tal, era uma ótima numeróloga) se arriscava nos campos minados de Freud. Pobres de nós,submetidos àquela sessão abominável de "quem sou eu? O que quero da vida?". Aaahhh.

Com uma coisa, no meio de tanto Pierre Weil, eu tinha de concordar: dias nublados, de certa forma, sugavam a energia das pessoas (atentem para o quão útil a um jornalista é a informação). Sugam sim, pelo menos a minha.

Previsão para Londrina: trovoadas isoladas até quinta-feira, com chuvas ao longo do dia na terça (tô craque em previsão, cuidado). Ou seja: só estou de passagem por aqui. Prometo.

Àqueles que me ajudaram a espantar as nuvens pretas no fim de semana, os sinceros agradecimentos.

A você, em especial. O poder das palavras é miraculoso, mas se pontilhado com uma angustiazinha de saudade vindoura, tanto melhor.

*

S.a.u.d.a.d.e.

[Do lat. solitate, 'soledade', 'solidão', pelo arc. soydade, suydade, poss. com infl. de saúde.]

S. f.
1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia: & &
2. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido.

*

Acho que essa vai ser a tônica do meu 2003. Aliás, deve ser esta a nuvenzona que me deixou estranha esses dias. Não queria reconhecer pra mim mesma, mas, nos momentos mais lúcidos, uma ponta gorda de tristeza me dá um catá, bem no queixo.

Pra ajudar a aliviar o impacto do golpe, sempre há o ser que vem jogar álcool na ferida, sabe como é. Eu quero chá de cidreira, colo e palavras meigas, você me entende? Não parece.

*

Papai do Céu me ajude com os pensamentos positivos no Revéillon, porque eu não vou usar roupa branca de novo.

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Random list: The Get Up Kids - Valentine


29.11.02

Toc toc

Não brinque de esconde-esconde não, viu?

Você pode não ser encontrado e deixar as criancinhas tristes.

Não magoe as criancinhas. Elas gostam de você.






Post populi, post Dei

Não podia esquecer de vocês, amigos sãopaulinos. Nadaram, nadaram, mas o time da praia suja os atolou na areia. So sad.

Meu pai adora peixe. Prepara como ninguém, o que lhe garante pontos em minhas viagens turísticas pra casa. Queria muuuuito rever a família neste fim de semana, bateu uma vontade louca, do nada...hehe

*

Eu sou má. Sem problema. Deixei de acreditar em Cuca, velho do saco na esquina, poltergeist (até nisso), macaco de circo, Ronald McDonald, e em papai Noel. A punição pelo sarro do 'somos bicampões mundiais!' não me deve custar muito, espero.

*

Na leitura de livros (até certo ponto) técnicos, alguma coisa muda a vontade de escrever as bobagens do blog. Deve ser cansaço. Bendita monografia de férias, maldita greve. Maldito governo. Maldita maledicência. Indecente esse costume...tsc, tsc.

*

Todo dia, invariavelmente, não sei por que estúpida razão uma música brega - daquelas de carteirinha - me assola o pensamento. Do nada, como o cheiro de comida que o vizinho impõe, na pior hora; ou como o buzinaço na madrugada (claro, em frente ao seu prédio) daquele insone da fralda suja. Que o Santa lhes traga muito antrax de pelúcia, seus bobos, feios.

Nesta quinta-feira de clima chuvoso, Amado Batista foi meu fiel companheiro pela biblioteca da faculdade. Ontem, enquanto tentava explicar a meus alunos exemplos de coesão textual, Sara Jane me pentelhava a idéia com um “abre a roda morenaaaaaaaaa” intermitente, de fazer inveja ao Juqueri. Exemplo de sistematização, exemplo de incoerência discursiva. A minha, não a dela.


*

A partir da semana que vem, publico aqui o “Bloco de Notas Top of Sour Mind”, com os respectivos apontamentos que mais me ferem a alma, o ouvido, a sola do tênis e, claro, o baço. Na verdade, trata-se mais de um engana trouxa que uma novidade, em si. Tem gente que reclama da falta de figuras, sabe como que é...mim, sistema de blog, você, cara pálida. UGA!

Uma amostra para a “Top of sour mind”- early days 2.2:

- discografia de Amado Batista, Sara Jane, Martinho da Vila, Sidnei Magal, RPM, É o Tchan, New Kids on the Bloch e Roberto Leal (perdão, vô);
- qualquer jingle das lojas de “camisa de viscose adulto: 7,99, no cre-di-fá-cillll”;
- não conseguir dormir antes da uma, mesmo sabendo da manhã punk que se aproxima.

Acho que esse foi um auto-aviso. Se vacilar, negrinho do pastoreio me dá um corretivo.

Random: Renaissance - Bound for infinity




28.11.02

E?

Acontece aqui em Londrina o projeto "A expressão fotográfica e os cegos" - uma forma de estimular essas pessoas a se expressarem artisticamente.Muy interesante.

(inauguramos hoje neste espaço a seção "na falta do que postar, seja útil")

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Novembro jaz daqui poucos dias. Dezembro, férias, descanso, praia, montanha. Acordar tarde. Dormir 'cedo'. Restaurar as energias para o ano que se inicia.(lalá, lalá, lalá)

Acho que meu super catálogo semiótico das férias precisa de um update. Urgente.

*

Queria contar mais lorotas e fazê-lo perder seu precioso tempo aqui, mas a consciência apertou e eu resolvi fazer minha boa ação do Natal. Hou, hou,hou...

"Não confunda teus semelhantes; sê humilde e reconhece tua falta de assunto para com eles", disse o Criador à criatura sem criatividade.


Random: Violent Femmes - "All I want"


27.11.02

Quem quer votar põe o dedo aqui...

heheh, viva a primavera...
Li uma matéria ontem divulgando a pesquisa feita por uma revista de grande penetração entre o público gay. Sem trocadilhos.

Na enquete promovida, os leitores tinham de escolher quem gostariam que possasse nu para a publicação. Em primeiro lugar, o deputado Aécio Neves, seguido por Ciro Gomes.

Até aí, nenhum grave deslocamento de queixo. O primeiro tem uns meros atributos (mentira, pra mim ele tem mesmo é charme de bandido); o segundo, o atributo Patrícia Pilar. Afinal, os assíduos praticantes (digo, leitores) da revista devem ter o desejo (ops, curiosidade) de saber o que, afinal, atraiu a atriz - que não se trata de uma Elke Maravilha caolha e sem dente, vá.

*

(como diria um amigo meu) Com tanto macho dando sopa por aí, como explicar, entre os votos válidos, os que escolheram Enéas, Lula e ACM?

Será que o Padrão Bofe de Beleza anda em queda, ou eu q tenho sido muito exigente nas minhas escolhas? Nãão, não tô com essa bola toda, não. Acho que o Fome Zero do Lulinha Woodstock e a bomba atômica do barbudo é que atiçaram umas fantasias mais descabidas.

*

E ainda me chamam de maliciosa...sou uma beata, isso sim. Em nome de Cristo Rei!

* * *

Hoje estava reparando em nomes de blogs. Alguns me parecem meras criações espontâneas, outros parecem dizer muito da personalidade de quem escreve. Sem supercialidades, e mesmo sem conhecer uns 60% dos blogueiros que leio, falo sério. Em alguns momentos nos revelamos mais pelas palavras escritas, ou pelo simples olhar, que por uma atitude. Impulsivo ou espontâneo demais, muitas vezes o agir pode esconder intenções mais cruas.

Ainda bem que alunos de cursinho não páram muito pra pensar nisso. Seria o caos.

*

Se você notou um pouco q seja no nome deste bloquinho, vai chegar à triste conclusão de que informações minimamente úteis não são seu ponto forte. Você, sedento por conhecimento (se reclamar, lhe mando à biblioteca ou à banca mais próxima, cuidado); mim, pele vermelha. Uga.

Para aliviar a sua barra, e a minha consciência, vai a dica de leitura. Esse material é mensal e um dos raros, hoje em dia, que me fazem acreditar que o jornalismo é muito além do que 'serviço'.

> > Caderno Sinapse

*

Random list: Joan Baez - It ain't me babe


26.11.02

Olha a barra da calça e segue adiante, seu lerdo

Luzes acesas no centro em plena uma da tarde não são um bom sinal. Não são. Chuva de vento (pro seu lado, claro): la même chose.

*

Instinto consumista é um problema. Critico tanto isso que, mais cedo ou mais tarde, o cuspe cai em cheio, no olho. Hoje não escapei.

*

Não diga que saiu de casa levando aquela grana extra “só por precaução”. Seu mentiroso. Você sabe que, nas profundezas da sua alma, reina um tio Patinhas bem mão-aberta.

Cuidado apenas para não se empolgar demais. Na ânsia pela descoberta do novo produto, alguns contratempos podem passar incólumes pelo seu deslumbramento.

Quer ganhar o Stupid November Awards?

É fácil, rápido e não faz sujeira! Compre um CD da Norah Jones, por exemplo, sem notar que ele se resume à caixinha. Não preste atenção no produto interno; brutal, ele pode esconder um maroto CD do Agepê.

Vai por mim. Seja mais cauteloso, não se iluda à primeira vista com a tecnologia – lembre-se de que ela é manipulada por omens, bixo...

*

Sina ou não, nem é a primeira vez que semelhante fato me tira o humor. Por pouco tempo, é verdade. Ano passado (e o pior: o dito era pra uma amiga), Jorge Aragão deu o fora nos Mutantes e os deixou a ver caixinha. E eu, a ver minha cara na quina da mesa, rolando em queda livre.

Acho que vou chamar uma benzedeira. Minha mão "deviditá pessuída", como diria a velha que me chamava de Januína.

*

Numa esquina qualquer: "Have you ever seen the rain", por uma dupla sertaneja.
(Não, não te indico. Tenho leitores, não inimigos. Mas se vc detesta alguém, vai em frente)


25.11.02

I am the walrus

Ia fazer uma ode ao Garfield, numa espécie de conclamo anti-segunda-feira, mas mudei de idéia.

Bem ou mal, a semana começa da mesma forma. Não vai aliviar droga nenhuma eu maldizer esse dia tão propício à bem aventurada cama.

Assim, uma ótima semana pra você. E, o que eu gosto de dizer aos mais chegados: não torça pra não ter obstáculos. Torça pra ter coragem de enfrentá-los, pois são eles que te dignificam, amiguin.
*

Chorei.

*

O melhor remédio é rir. Afinal, cada esquina tem seu louco; olhe com mais atenção e me diga.

O louco da esquina a me chamar a atenção nesta nebulosa manhã (lalá, lalá, lalá) conversava com um passo-preto na gaiola. Na verdade, eles mais travavam uma luta de egos q necessariamente um diálogo.

O pássaro cantava (gritava, na minha leiga opinião), o velho mandava ele calar a "boca".

E eu, vendo aquilo de longe, acabei de crer que meus problemas são muito, mas muito pequenos.


24.11.02

Salve?

Uma tarde de sono inoportuno (malditos 20 minutinhos, batman) merece ser castigada com café. Morpheu e sua gastrite que se danem.

Mas nada mais eficaz pra acordar que ouvir um pífio "humpf, o peixe ganhou, meeeu..." de um são-paulino fanático (o mesmo que alugou a semana inteira com "a vantagem dos dois empates", bóbó, bóbó...).

Ou um resignado "potz, os caras já tão na final, meeeeu..." sobre os 6 a 2 do Curíntia, mano. Uou.

heheh, acordar sobressaltada tem lá suas vantagens. Em cada ovo, uma surpresa diferente!

(e uma bobagem também)


Três razões pra desejar ser Harry Potter:

- o jogo de quadribol
- a capa da invisibilidade
- você burla um monte de regras, mas seu superior vê nisso um sintoma de genialidade, de originalidade

Três razões pra desistir da idéia:

- o fio com cortante e os ladrões de bastão (na rua), bem como a síndica velha onipresente-onisciente (no prédio) inviabilizariam o animado joguinho
- esqueça: mesmo que sua reação seja natural, qdo deixar cair algo, ou se levar um trupicão cinematográfico na rua, todos ao seu redor vão ver e (numa atitude polida, como mandam os costumes interioranos) apontar com o dedo. Fora os risinhos maldosos. Sim, você é bastante visível.
- todos temos um Dumbledore na vida, mas cuidado: eles têm personalidades distintas. Portanto, para saber com quem vc lida (até pra ver se ele é seu fã), tente as seguintes alternativas:

a) falte uma semana ao trabalho, sem dar quaisquer satisfações a Dumble.
b) quando der o ar da sua graça (cuidado, Dumble pode ser irônico se disser isso), conte-lhe como foi deveras agradável sair a semana toda, com companhias assaz simpáticas, e boceje muito. Afinal, são 3 da tarde e, por uma semana, esse foi o horário em q vc despertou!
c) não lhe dê ouvidos. Interprete qualquer conselho como interferência tola, pois vc é original, lembra?

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Por fim, lembre-se de seus primos mais novos. Converse com eles e tente extrair (digo, saber) o horário em que costumam ir pra caminha. Oriente-se nas respostas para formular a sua Movie Schedule: se não quer passar raiva e ter instintos terroristas durante a sessão, é melhor fugir da pirralhada. Criança batendo palma pra personagem ou imitando sons ininteligíveis, definitivamente, é um mau indício pra sua noite.

Por isso que a idéia de liberar thrillers para a faixa dos 7 anos em diante me fascina. Ah, se eu tivesse um cinema... um cineminha só...
("O Iluminado", "Laranja Mecânica" e "Platoon" seriam as estréias da matinê)

*

Random list: Madredeus - Tarde, por favor


22.11.02

MA.TE.O.LO.GI.A

[Do gr. mataiología.]
S. f.
1. Estudo inútil de assuntos superiores ao alcance do entendimento humano.

*

Dicionários podem ser divertidos. Basta você tentar!



Anestesia

Poucas coisas me tiram a vontade de sorrir. Poucas mesmo. Há quem me chame de boba, alegre demais, (se eu estiver de boa) tontona, mas eu não ligo. Rir (dizem, espero q não seja conto do vigário) previne o envelhecimento, além de atrair boas energias das pessoas que nos rodeiam. Também ajuda aquele mal humorado incorrigível a pegar no tranco de vez em quando e soltar uma gargalhada. Bom pra ele.

Me sinto muito bem quando percebo que consigo fazer alguém sorrir.

Me sentiria melhor ainda se conseguisse rir de mim mesma um pouco mais.

Andar de sombrinha sem perceber que a chuva já parou, esperar para atravessar a rua e não se tocar que o semáforo está vermelho há (muito) tempo, vestir jaleco pra dar aula, imaginar a peixera na cinta e pedir aos alunos “alcatra, patinho ou costela?”... Há que se dosar, por outro lado, pra não parecer uma eterna criança. Uma boba, alegre demais, tonta. Excessos, como diria a minha mãe (e a sua também, certeza), são um perigo.

Assim como é um perigo danado você perceber, de repente, que não tem mais muita vontade de fazer as pessoas sorrirem. Que o músculo da face não faz o mínimo esforço para se alongar – e, se é “preciso”, nada menos excitante.

Poodles me tiram o humor. Poodles fazendo cocô na via pública, sob a complacência de suas donas, mais ainda. E mais algumas coisas, estou com preguiça de explicar.

Hmmmmmm... taí. Preguiça. Estou com preguiça de sentir, com preguiça de me preocupar, com preguiça de...

“Como tiveste a coragem de enrolar teus humildes leitores neste tempo, terás uma tarde longa, sonífera e de criatividade ainda mais miserável”, disse O criador à criatura impassível.

“Piedade!”, gritou seu tcc, amuado num canto escuro do quarto.

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Por isso que às vezes eu adoro dormir. Pena que alguns sonhos são muito rápidos, queria que durassem mais, sabe?

*

Random list: Cranberries – Empty

21.11.02

Sem título

Numa época bem remota da minha infância eu acreditava em Papai Noel. Tanto que mantinha aqueles rituais de deixar chinelinho na beira da árvore, junto aos do maninho, pro velho botar os presentes lá. Até medo de ficar acordada depois da meia-noite eu tinha. Ô, dó.

Mais que isso: deixava lanche pra figura.

==Você pode se perguntar, galhofoso: "(Que mané!, etc) Uau, em que mais essa pirralha acreditava?!, yah yah yah" (minha vingança)===

It isn't toy, no!, eu também acreditava na Mamãe Noel. Resultado: com minha destreza ímpar em preparar sucos e afins, meus pais tiham de comer e beber tudinho, na madruga, na surdina, pra não acabar com o sonho de Natal.

Eu acho que 'só' por isso eles já vão pro céu. Têm traumas de Tang laranja e uva até hoje, os pobres.

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Na minha primeira tarde de liberdade condicional (pq tenho meus pupilos), vi uma decoração natalina linda. E olha q nada mais kitsch que aquelas bolotas douradas com vermelhas, com serpentina (?!) em alguns pinheiros da terra de São Nunca (a bem da verdade q, pra esses fabricantes de meia caneca, "tuia" deve ser algum resmungo de criança), papais noéis (suei frio agora) de plástico brasileño...bem, já deu pra imaginar, não subestimo ninguém.

Mas também nada mais estranho q o sentimento q, depois de uma certa idade, eu passei a guardar em relação ao Natal. Apesar de a família toda junta, ela se tornou uma data triste, de uma forma que é simplesmente impossível explicar. Talvez seja a vontade de nunca ter saído da infância, do colo da mãe, das conversas do pai, do leite quente preparado pelos avós, dos conselhos do - e para o - irmão, do quarto sempre arrumado (hehe, república é pho-da), da tola perspectiva de que as responsabilidades estavam muuuito distantes.

Bastante incoerente pra quem sonhou em viver independente. Cócegas. Faz-mas.

Acho tbm q é a época em q fico mais emo-butter (sim, e daí?) aos problemas sociais. À criança pobre (não atendida pelo Rrrrrrrrronaldinho) que anda descalça e sem roupa na rua, à mãe que se desespera pq acabou o feijão, ou pq o papelão do dia não deu pra pagar o leite. Já vi muito disso numas vilas bem pobres, e o contraste é insuportável em tempos de bom velhinho.

Não, eu não acredito em Xuxa. Nosso IDH é mais que merecido, panacas de Brasília.

Enquanto isso, definitivamente, eu não queria estar segurando a outra ponta da corda.

(hmmmm, acabou o estoque de serotonina, isso é um perigo)

Se alguém me provar que estou errada, agradeço.Mas, por favor: seja convincente, pq eu sou dose pra macaco.

*

Random: Pink Floyd - Just ask



20.11.02

Matutino da manhã

Acabou a mamata de acordar tarde.
Que Alá me ajude no trampo matutino,
amém.

No fone: Renaissance - Sounds of the sea


19.11.02

Il pleut, fazê o quê?

Hoje foi aniversário da minha mãe. Queria poder escrever algo decente pra ela, mas meu bom senso foi mais forte e me impediu de assassinar a memória dos poetas. Hmm. Foi em prosa mesmo, e pela primeira vez, desde que saí de casa, me emocionei por não poder lhe dar um abraço.

Gozado que eu e ela vamos cada vez mais velhas, distantes e dependentes uma da outra.

Que bom.

*

Pra não citar mais o assunto família por ora, lembro de um termo q meu vô usa pra "chuva forte, enxurrada, dilúvio": borrasca. Se realmente eu fizer uma especialização em Língua Portuguesa, vou ver se a Gramática Histórica me explica de que ninho de tiranossauro Rex ele tirou o termo.

Pois bem. Seguem aqui dicas pobres, mas limpinhas, de como enfrentar a borrasca antes e depois de sair de casa:

1-) Não confie no sol furtivo da manhã. Depois dos felinos de toda espécie, ele pode ser traidor ao longo do dia e rir na sua cara.

2-) Ao menor sinal de uma nuvenzinha tímida, não se intimide: sombrinha (ou guarda-chuva, se vc não se assumiu ainda) a postos. Detesto com todo o meu coração carregá-la, mas vc é bem mais criativo e pode pensar em locais q não o braço de levá-la. Ex.: cintura, meia, atrás da orelha.

3-) Sua sombrinha não tem o Certificado ISO? Es de buena calidad? Hmm, eu sei, tbm te enganaram. Mas não se desespere, agora que você está finalmente

4-) na borrasca! (em BG: qqr trilha da Família Adams) Converse com ela, fazendo-a abrir a novas idéias: pra que lembrá-la de que é um mero...objeto? Se ainda assim ela embirrar e quiser imitar motocicleta empinada com vento na fuça, seja incisivo. Ameace com o lixo, sem dó. Psicotapa é perigoso: ela pode não se recuperar nem com os médicos q aparecem na rua em dias de chuva (tem um monte lá na calçada da Americanas, viu, pobres de plantão?), ou tentar furar seu olho como vingança.

5-) Evite sapatos de couro, bem como sandálias, chinelinhos ou tênis novos. Mim amigo, mas borrasca não gostar deles.Se vc acordar com aquele ímpeto de usar algo diferente nos pés (menos pantufa, aí é covardia), desconfie e olhe com cara de "te pegueeeei!" praquela nuvenzinha bisbilhoteira. É o sinal de q vc precisava.

6-) Finalmente, se vc chegou ileso até aqui, não ande próximo a meio-fio (quem souber o plural disso ganha trufa Da Irmandade ®). Nem confie na bondade do velho ao volante, lembre-se: ele enxerga mal à noite - pessoas e poças de água. Morram, seus barbeiros de asilo.

Mas co-le-ga, se você não é um assalariado, ou se matou seus pais, ficou com a herança e a polícia jura que foi a empregada, simplesmente mande a chuva à merda e fique em casa vendo filme, comendo porcaria, sedentário até a joanete. Mas feliz, né, seu varizento?

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No fone: Belle&Sebastian - Waiting for the moon to rise


17.11.02

Palmeiras perde e cai para 2ª Divisão

Salvador - O Palmeiras lutou mas não deu. A equipe perdeu para o Vitória por 4 a 3, neste domingo, no Barradão, em Salvador; atingiu apenas 27 pontos no campeonato e acabou rebaixado para a Segunda Divisão, no maior vexame na história de 88 anos do clube. A rodada foi terrível para um segundo paulista. A Portuguesa perdeu por 4 a 2 para o Bahia. O time da Portuguesa permaneceu com 27 pontos e também caiu.(AE)

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(10 segundos de silêncio, por favor)

heheheheh....Realmente, as coisas mais simples podem trazer uma satisfação i-ne-nar-rá-vel. Da Lusa eu prometo jamais tirar sarro, em respeito à família. MAs ao VerdÃO...epa, isso faz rima! Sim!

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"Serás esquecida na mágica noite de Natal se chutares cãezinhos mortos (o pedigree não conta) e te orgulhares disso, minha filha", disse Noel àquela zombadora sem coração.



Sunday Morning

Sunday morning, praise the dawning
It's just a restless feeling by my side
Early dawning, Sunday morning
It's just the wasted years so close behind
Watch out, the world's behind you
There's always someone around you who will call It's nothing at all
Sunday morning and I'm falling
I've got a feeling I don't want to know
Early dawning, Sunday morning
It's all the streets you crossed, not so long ago
Watch out, the world's behind you
There's always someone around you who will call It's nothing at all
Watch out, the world's behind you
There's always someone around you who will call It's nothing at all
Sunday morning
Sunday morning
Sunday morning

(Velvet Underground)

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Eu quero ir embora.


Girl, interrupted

Acho que já sei o que pedir ao bom velhinho: um videocassete novo, ou uma assinatura Net, só pra não ter q assistir às versões Marshmelow da TV. Sai, mizifi.

Falar nisso, não recomendo "Garota, interrompida" dublado. As vozes da Winona Rider (Uinona, segundo o off da Globo) e da Angelina Jolie, até agora, não distingui se eram de molequinhos de 12 anos ou de menininhas birrentas (não q uma coisa exclua a outra, vero). Ou de dois sagüis. É, acho q eram dois sagüis treinados pelo Spielberg. Matei!

Gozado q qdo vi esse filme no cinema, bateu um sono... enorme, lá pela metade. Hoje, deu até pra tentar uma análise (não alcóolica!) das personagens. E, de quebra, tirar o encosto preconceituoso q me deixava perplexa pela Angelina ter faturado o Oscar de coadjuvante... uou...

Trilha (essa é mesmo!) : Petula Clark - Downtown


16.11.02

Você é feliz?

Fazia tempo que não assistia a um Globo Repórter. O do Lula eu bem que tentei, mas só faltava o baldinho pra tanto leite que a emissora ordenhava, credo.
Hoje, na falta de opções e de ânimo* pra me mover do sofá, retomei aquilo q já foi um hábito em família (porque nós somos pele-vermelha!).

Era sobre a felicidade. Hmmm, interessante, q roupagem será que deram? É q já fiz (mais um grupo de três meninas da minha sala) um documentário sobre o tema pra rádio, mas não bateu muito com o que tinha idealizado. No fim foi até legal - confesso que fazer pesquisa sonora pra esses trampos temáticos é muito, mas muito divertido. Hoje eu notei isso no da Globo, mas, é claro (até pelo espaço/tecnologia/portanto grana/estrutura utilizados), com uma abrangência bem maior de gêneros musicais. Do rock ao hip hop, do dance ao samba. Curti. Não fosse o fato de escolherem um economista pra falar do que é felicidade na cabeça das pessoas (Eduardo Gianetti, o tal), acharia tudo na medida. Sem radicalizar - mas é q o homem palpitava demais, só faltava vestir uma camiseta de Veja Lima Limão durante as entrevistas ... bem...

Difícil definir felicidade, não? É tão ampla, ao mesmo tempo tão incompleta a noção que temos dela...Tão ligada a valores, crenças, ideologias e o escambau, que, pelo menos eu, seria a inimiga número um da objetividade (ela He-Man, eu Esqueleto) se tentasse explicá-la em poucas palavras. Simples demais, taí a complexidade. Mas o q me chamou a atenção (na verdade, me deu um soquinho no baço) foi o resultado de uma pesquisa, segundo a qual nós nascemos felizes, 'perdemos' o sentimento na idade adulta e o retomamos (eu questiono) na velhice. Ou seja: estou caminhando para o meio da estrada. Animador! (deixa eu pôr Radioheah aqui pra "levantar o astral", "sacudir a poeira", "espantar os maus fluidos", que detesto superstição).

Mas não passo debaixo de escada nem f*.

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"O sarcasmo será aliado para o resto de teus dias e rastejará contigo até a casa da serpente irônica viciada em cafeína", disse Deus a Eva, quando informado de que ela faria jornalismo.

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*o desânimo a que a autora se refere é o do tipo muscular. "Jamais subestime uma aula de alongamento!", ela alerta.

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No fone, quase fora da trilha: Cake - I will survive


Alô?

Se telefonemas de pessoas queridas são importantes, multiplique a necessidade por três se é feriado prolongado e você está sozinho.


14.11.02

Azia

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria em estar vivo
Hoje eu preciso tomar um café ouvindo você suspirar
e dizendo que eu sou o causador da tua insônia

(Jota Quest - Só hoje)

- Tá bem, tá bem, não é a indicação perfeita, a contar pelos chatos-malas da banda -

Mas co-le-gui-nha, cá entre nós: se você é um(a) indefinido(a) sentimental, ou se espera ansiosamente ser correspondido por aquele(a) mala que desconhece a sua existência, de fato. A indicação é bem imperfeita: dizem que pode trazer efeitos colaterais.

Se você já achou sua cara metade, se já tem com quem dividir o mesmo travesseiro sem brigar por isso, se chega em casa e alguém (que não amigos/parentes/vizinhos) lhe espera pra ouvir como foi seu dia...Enfim, aquela criatura única no mundo a quem você chamaria meu buzuzu, tchutchuco, meu neném (atenção: a flexão ÉM aqui se faz obrigatória), bunitinhu, ou ainda o tradicional mô, se você tem tudo isso, meu chapa, vá se foder, estou muito feliz por você.

Bah, acho que esses lanches não me afetam mais só o digestivo.

...................................................................................

Falar em digestão, olha só o que cada louco anda fazendo. Se a moda pega...

No fone: Grateful Dead - Can't come down
(porque nós não amamos Jota Quest)


hehe, cada coisa...
Agora há pouco ouvia o "Cantada", da Adriana Calcanhotto, devidamente sugado da web com um fone de ouvido. Num dos ouvidos, somente - vai q alguém chama? Odeio a síndrome do "vitrooooooooola" - de surda já chega eu beuda. Mas a música tem q ter uma determinada sincronia, né, bambini? Sabe qdo parece q alguém canta junto, mas não exatamente "junto"? Taum, de adiantado já basta o meu vô rezando o Pai Nosso...baum...Chefia duas mesas à eaquerda, CD à mão. Qdo perguntei, era o dito, e falta de sincronia, na verdade, era a mesma música alguns segundos atrasada...U-O-U.

* * *

12.11.02

Morpheu de uma figa

Manhãs passadas em casa, definitivamente, não fazem o meu tipo. A bem da verdade que ainda o desconheço (oh, mundo cruel), mas já deu pra eu perceber que acordar tarde tem lá as suas vantagens... no fim de semana. E só no sábado, pq domingo tem trampo.

Hoje teria sido igual – o rádio desligado umas 12 vezes, o olho inchado, o sentimento “ai, me ferrei de novo”, e outros detalhes igualmente interessantes -, não fosse o fato de eu me lembrar do sonho. Mais que isso: lembrar dos sentimentos que eu tive durante o sonho. Isso é raro de acontecer comigo, mas sempre q vem, parece q algo me deixa estranha depois.

Sonhei com uma amigona minha, daquelas de ser praticamente da família, de se chamar de “minha irmãzinha”, por aí vai. Não nos vemos há um bom tempo; eu vim fazer facul, ela foi trabalhar em uma livraria, na tediosa Ourinhos. Quando a encontrei, procurando por um dicionário de francês, estranhei aquele uniforme, mas a gargalhada era a mesma (não por acaso, éramos as tontas do colégio, mas felizes, talvez sem saber). Ver a infância e a adolescência desembocarem de maneira tão distinta me deu um nó na garganta. “Vou ser uma advogada ferrada, você vai ver!”, ela me dizia. Eu vi. Mas não exatamente uma dotôra.

No sonho, ela vinha me visitar numa Londrina com metrôs. Non sense de cara, mas pouco importa...Agora eu fico sem saber o porquê de estar me sentindo meio saudosa, meio preocupada, meio triste pelo sonho, pelos sentimentos do sonho.Não acredito em recados dados dessa forma inconsciente, mas sei lá, umas coisas do tipo já aconteceram e eu não gostaria de repetir a dose – ainda mais que a dose me deixa apreensiva.

Ish’alla, é melhor fincar os pés logo, antes que o metrô me leve, e com aquele fantasmão dentro: lembra-se de Ghost??!

**********

No fone: "Sister", Nixons


he

Não sabia que estudar na UEL poderia dar tanto estátus.
hehe

Compro composto...

... Desde que contenha entre os ingredientes uma forte dose de motivação, com uma pitada boa de disposição física e dois dedos de perspectiva futura (foda-se se isso for redundante).
Pegamos em domicílio, sem bicar, louro.
É só dar a mão.

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Por que as madrugadas não podem ser mais simples?
Ahn?




8.11.02

Pequenos prazeres londrinenses

capítulo de hoje: O BOLO


Esqueçam a trufa de maracujá.
(até porque já achei um mala pra me pegar no pé, a respeito dessa, hmm, mania que tenho uma semana em cada mês.)
O pegapacapá, tudibom (sai, Cesa), bicho da goiaba mesmo é um bolo trufado, com chocolate branco e preto, que eu comprei hoje aqui na Pequena Londres. São essas pequenas tentações, junto com alguns momentos memoráveis das estripulias noctívagas (quem vê pensa), que me fazem rever a idéia de deixar esta cidade, um dia.Vai saber o dia de amanhã, né, meu filho?
O último a chegar é mulher do PC Farias, ou amante da Hebe.Mnhammmmm....


7.11.02

Teu bloquinho por uma trufa!

Às vezes penso que uma semana não demora mais que dois dias pra passar.
Aí, quando volto ao boquinho de novo, sem escrever por sete dias, é que vejo que o tempo passa, sim, mas eu não estou percebendo.
Bendita seja a trufa de maracujá, bambinos.
Amém.

31.10.02

Mais um pouquinho. Cem anos não se comemoram em cinco minutos...

M u n d o g r a n d e

Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.

Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.

Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale.

Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos ¿ voltarão?

Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)

Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.

Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.

Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.

Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
Ó vida futura! Nós te criaremos.

Drummond



M e m ó r i a

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

(Carlos Drummond de Andrade)


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Hoje o poeta faria 100 anos.
Parabéns, Drummond. Esse poema seu transcrito foi o primeiro e único que saberia dizer, de cor, a alguém muito especial.

Lembro-me com perfeição do dia em que o li pela primeira vez, numa aula de interpretação de textos, em meu distante colegial. A idade nem me pesa, mas as sensações dessa época quase que se apagaram frente a tantas novas descobertas por esta terra vermelha.

Quando li Memória, soube que guardaria para sempre as palavras do poeta em um recanto até agora inabitado. Depois li outro, e mais outro, e hoje tento levar a meus alunos aquilo que eu recebi como um presente de minha professora. Não tinha como ler Drummond por obrigação...mas, se tivesse, que prazer em mandar o ócio às favas!

Não sei se são de minha geração aqueles cadernos com perguntas, que passávamos entre os amigos para saber seus gostos pessoais. Lembro sempre de duas delas: a “Deixe uma mensagem para mim!”, porque sempre alguém escorregava na zoação e/ou no sentimentalismo adolescente (lembram-se de “S.A.L.A.D.A.”?!), e a “Qual é o seu ídolo?”. Pra essa última eu nunca tinha uma resposta. Não entendia como amigas minhas escolhiam John Lennon, muitas vezes não sabendo que os Beatles eram astros do rock, ou Jesus Cristo, amaldiçoando as tardes de sábado “perdidas” no cartecismo e, mais tarde, no crisma.

Mantenho minha posição, passados mais de dez anos. Não cultivo a idolatria, tento me manter longe de quem cultiva. Acho que é um passo certeiro para o radicalismo. Mas admiro muito Drummond, com sua simplicidade mineira e suas palavras, de reflexão profunda, numa época em que tantos perdiam as esperanças na humanidade.

Acima de tudo, Drummond era um otimista. Acreditava na raça humana, com todos os seus Hitlers, Stalins e Auwschitz em voga. E, ainda hoje, é capaz de enternecer até mesmo aquele que se diz o menos entendedor de poemas. Drummond nos trouxe a poesia, meus caros, deixemos as classificações formais para os parnasianos de plantão.

Obrigada, Drummond. Nunca troquei uma palavra falada com você, mas ouvi muitas, e que fizeram pequenas-grandes transformações em um espírito pouco animado com a raça em que você tanto confiava. Uma pedra já saiu, poeta, os pedregulhos e a areia, contudo, são tarefa pra vida inteira.


28.10.02

Café!

Que preguiça...: @
Sabe aqueles dias em que as únicas forças que movem o ser humano são as usadas pra subir o lençol na cama ou apertar o controle remoto?

Jesusmariajosé, acho que os problemas de veia se acirram. Alguém tem ginka biloba?

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Essas eleições não vão mesmo se apagar da minha memória tão cedo. Não só pela onda de sentimentos contraditórios que eu tive depois do resultado (num momento mais coffee eu escrevo sobre), mas pelos malditos 2,7 pontos percentuais mais longos da minha vida.

De verdade, nunca vi uma apuração empacar tanto por uma percentagem tão chinfrin...Quatro da manhã, já mais no mundo de Netuno que neste, não agüentei e dei o sagrado Alt F4 no que ainda restava aberto. Consciência pesada (tinha que dar os últimos resultados), mas os olhos pesavam mais ainda. Looser.

Hoje no almoço (depois do “bom dia” via telefone pra tia q respondeu “boa tarde” => uia, mau sinal), vejo o noticiário com a repórter dizendo: “Até agora, 99.98% das urnas foram apuradas(...)”.

*Suspiro*



27.10.02

Alô, alô, TRE!

Odeio sair de casa com blusa de frio, aquela blusa tosca por baixo e, de repente, o clima esquenta. Senso de homeotermia zero.

Abomino sentir fome e (como Murphy existe), do nada, subir aquele cheiro de bife espatifando seu nariz. Você pode até achar o prato meio carne-de-vaca, mas, pasme: nos momentos de terror, ele parecerá o prato mais suculento da sua emocionante vida.

Filadaputice mesmo é ouvir numa rádio pé vermeio: "Uma ouvinte nos pergunta se anular o voto no segundo turno e no primeiro traz algum problema com a Justiça Eleitoral. Não, mas o recomendável (?!) é não votar nem em branco, nem nulo. Aliás, nós recomendamos isso: não é o procedimento mais correto" (ponto final)

*

Não é o povo que é desmemoriado. É a imprensa suja que se encarrega da 'limpeza' em suas cabecinhas vulneráveis . Odeio vocês, imprensa suja. Mais que os santinhos que i(m)nundam nossas calçadas.
NE: aff......

*

Por isso que eu quero um chalé na praia, água de coco e aqueles livros que eu não ouso terminar de ler há um bom tempo.


Ó supremos senhores Cayô, leitores deste pequeno bloco:

* Por motivo de força maior, a título de incompreensão ou ingnorância enquanto ser humano (a minha pessoa humana, diga-se de passagem), este ser suprimiu os antigos comments. Não, não havia pornografia neles ou seus congêneres de bobagem. Este é um blog cristão (...).
Sem nada esclarecer, porquanto, agradecemos (mais uma vez) a ajuda de inestimável valia do bloco amigo Misto Quente, por seus préstimos em recuperar ferramenta do tão sagrado feedback. Amém.



Bom dinha

O que fazer num domingo de manhã, sol e uma leve ressaca?
Trabalhar, oras. "O trabalho dignifica o homem", bem dizia o filósofo anonymus.
Se bem que não seria má essa idéia aqui, não...
Vamos lá.


26.10.02

Sábados à tarde podem ser tão - ou mais - deprimentes que os domingos sem família.
Conselho deste Bloquinho: Deus ajuda quem cedo madruga. Assim seja.

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Será o início do movimento bloguístico-migratório?

Acabo de descobrir que, pelo Blogger.com.br, dá para inserir figuras sem muita complicação na cabeça de quem (em definitivo) não manja patavina de HTML. Será o fim do bloquinho.blogspot???

Sem mais por esta tarde que promete (faxina), nossos mais sinceros desejos de uma estupenda festa da democracia amanhã.

J a n a b o c a d e u r n a

92 >> Castro Alves>> ::CONFIRMA ::
99 >> Machado de Assis >> ::CONFIRMA ::

Mas atenção: caso você não ouça um pequeno trecho de Il Guarani, antes de digitar a tecla verde, dê backspace e repita o processo. Algo deve ter dado errado.Não se esqueça de que você tem todo o tempo do mundo para votar, vá relaxado. Chupe uma bala. Tente apenas não se lembrar muito das qualidades de seus candidatos.




25.10.02

guerapãã....

Queria escrever algo sobre o debate dos candidatos ao governo paranaense, realizado nesta quinta-feira, na Rede Paranaense. Percebi que o texto (despretensioso, queria uma simples crônica) estava muito pronto na minha cabeça. Só faltou o lead, argh.

Só fico impressionada de assistir a algo tão infantil pra circunstância tão séria. Mesmo. Debates podem ser cômicos, ainda mais se os participantes, volta e meia, recorrem à retórica sentimentalóide na gana de obter a simpatia das marionetes. Ops, dos eleitores indecisos. Tá.

*

Tenho uma professora que, em meia dúzia de opiniões, tinha algumas que se salvavam. Uma delas: “Quando vocês perceberem que o texto vem muito pronto para ser escrito, desconfiem”. Valeu, teacher, poupou-me horas a menos na net e sagradas horinhas de sono. Melhor que isso, só ouvir Catedral (“tuuuudo de ruim”; homenagem às aluninhas do Cesa) no rádio pra desanimar de vez e fazer um convite indecente pra cama. Bem-feito, mané.


23.10.02

I w i l l s u r v i v e - pelo menos até o fim de semana

Como venta em Londrina.
Tardes quentes e abafadas, a sensação de frescor do banho gelado dura pouco - o tempo de os cabelos secarem.
(nessas horas eu tento conversar com a rinite mimada e ludibriá-la para que tenhamos um circulador, massss....)
Anoiteceu, meu quarto fica impossível (portas batendo, papéis voando, etc). Quem mandou morar em andar alto? Bah

*

Guardo uma relação meio estranha com sonhos, é verdade. Afinal, que esperar de alguém que sonha com a vaca transposta (sério, isso foi qdo aprendi matrizes, em matemática), ou com gorilas que, pra dormir, precisam receber um cigarro no nariz? Enfim, tem mais uma lista, mas o q resta de bom senso me impede de citar...

Domingo foi diferente. Eu sonhava com a padaria próxima à casa do meu vô e via o pudim que a mami comprava aos domingos. Nisso, me lembro de ter pensado em chamar a família, pra um almoço: eu levaria aquela sobremesa. Engraçado é q eu precisava muito falar com meu vovis.
** Toca o telefone **
(Era ele, precisando falar algo comigo, sem saber exatamente o quê. Uou.)

*

Agora tive outro sonho. Acordada mesmo, lembrei de uma época que, com todas as dificuldades, era tão mais doce que essa...Finzinho de infância, início e meio de adolescência (fim não, pq os hormônios já estavam infernais), aquela mesma turma no colégio deeeeesde o (pré-histórico) jardim. Era legal, sabíamos o aniversário de todos, todos os anos...aja ovo com café, festinhas na sala de aula, puxões de orelha pra contar cada ano ganho...ui. He.

Segunda foi aniversário de uma amigona minha; acho que a primeira da seleta lista que, por um descuido ou mera ingenuidade, qualifiquei de "melhor". Depois de um casamento feito pra sair da casa dos pais, hoje ela é divorciada, com uma filhinha linda, a Sara. Outra vida, outra pessoa. A Cody das artes infanto-juvenis (hehe) ficou guardada em algum lugar; talvez só eu saiba onde está a chave. Nas lembranças, suponho.

Amanhã, quinta, serão outros aniversários, de outros amigos. Amigos desde 1984, 85. Uma cara, pra quem já está terminando facul... Um deles, o baixinho da turma, faz o curso que mais repudiava: Direito. Outra, casou e também já é mãe. Fiquei assustada ao ouvir a notícia hoje... Os que não tiveram a chance de estudar fora se tornaram vendedores, professores, na mesma e pequena e monótona cidade. Será que a vida deles ou a minha que está "normal" demais?

*

Ouvi Pretenders e 4 non blondes. Pra ajudar. Humpf, um pouco de masoquismo pra saudade pode ser bom. Ajuda a remexer esse baú todo bagunçado que, às vezes, é a memória da gente...melhor se não fede a naftalina, claro.

*

Como venta em Londrina... Mas agora estou agasalhada, que bom.



22.10.02

Pobrema de veia

A propósito, caríssimos, eu quero participar do preenchimento dos 17% finais e, de preferência, sem dor no pescoço. Achava que era falta de sono, tals, mas descobri, em meu segundo dia de férias, que ela me adora. Este bloquinho é probi de recursos HTML (mais pela dona q pelo Blogger, diga-se de passagem), mas é humilde em aceitar sugestions. Any one?


C'est n'est pas fantastique?

Humanos já tomam conta de 83% do planeta Terra

Bem dizia o Chico Buarque, numa frase dele q eu gosto muito: “As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo de que as coisas não mudem”.

Só espero que, se essa onda de invasão humana realmente achar divertido continuar se alastrando, ainda sobrem uns percentuaizinhos pra eu poder ver meus netos, sobrinhos, uma cabeleira branca, quem sabe....(se não inventarem a evolução do Grecin 2000 Para Mulher, claro)


19.10.02

Uau, estou batendo meu recorde de desatualização: posts semanais. Será que no fim do meu tcc eles já se tornaram mensais?
Aff, que blog gagá.
F é r i a s, f i n a l m e n t e

Cansaço. Lesêra, de novo. Sono incorruptível. Não, não são sintomas delas, ainda não, mas da viagem a Sampa. O paraíso perdido dos caipiras que ainda se encantam com os prédios velhos, os prédios históricos e os super prédios, símbolos da urbanização capitalista.

*

Amo São Paulo. Só sinto por não entender as causas racionais desse sentimento, tão forte, que me bate quando penso nessa cidade ou quando passo pelas ruas caoticamente movimentadas dela.
Realmente, ser humano é ser incompreensível.

12.10.02

A f f

Por essa nem eu esperava.
Quatorze horas de sono. Novo recorde da Janaina.
E olha q a balada acabou cedo... No alcohol, puta olho inchado, puta dor de cabeça.
Por essa eu não esperava.

*

Feliz dia das crianças. Que todos rasguem o papel bonito do embrulho e chorem pelo desperdício.

*

O pior de se acordar (de)tarde num fim de semana não é aquela sensação odiosa de que metade do dia se foi e vc ficou naquela podrera o resto do tempo.

Chato meeemu é ligar a TV nessas horas, pra tentar entrar em contato com o mundo (oh, oh, oh, que ingênua) e ver a Xuxa derrota tentando se promover às custas de crianças com câncer. Wal. Isso fede.

Por isso quer eu vou entrar na Ordem das Irmãs Adoradoras da Santa Trufa de Maracujá. Quero que esses famosos falsos se explodam.

A propósito, eu também gostava do Xou da Xuxa. Mas cresci e fui picada pelo mosquito do simancol, a tempo.

10.10.02

Foca em chamas

Murphy não é um mero personagem do imaginário coletivo.
Não é.

*

Depois de percorrer longuíssimas quadras sob este calor cachorro, com sede, uma fila de banco me espera. Ruim? Sim,mas lembre-se Dele: há como piorar. Lembre-se da noite insone sob a leitura torridamente chata, do seu organismo, que já criou resistência feroz ao café forte, e da noite em claro que (novamente sem emoções) vem pela frente.

-Mas tia, ainda há como ficar mais feio?

-Sim, meu pequeno. No caminho para tomar o suco de acerola redentor, você se lembra que aquela conta, aquela mesmo, que dá desconto de 15 pilas SE PAGA ATÉ O DIA 10, vence hoje. E só pode ser debitada onde? Onde? Siiiiiiimmmmmm!!!!!!!!! NO BANCO!

*

- Gora cabô, né, tia? Tá tudo f* mesmo, seu dia tá aquela m*, tá tudo em paz!
- Oh, seres insensatos...Quanta ingenuidade adentra vossos corações, que prófugos que sois, oh oh oh...

A fila do banco vai até que rápida, mas TEM que parar num momento, né? Preciso dizer em quem isso acontece? Creio que não.
Uma escapadela rápida com o olhar busca a TV ali no alto. “Pelo menos ajuda a descontrair”, pensa nossa humilde (e candidamente estúpida) andarilha.

“Boa tarde. A TV Senado apresenta agora a entrevista com o ministro............”

*

Devo ter jogado suco de acerola quente e azedo na cruz, na última encarnação.


8.10.02

Ah, e pra não dizer q sou malagradecida, ficaqui o agradeCimento pela visita de um amigo que passou bem rapiDINHO. Brigada, moss.

Vamu chupá gelo?

Começo a pensar que o famoso (e mal educado, bambino) “Vá pro inferno”, aliás, não é tão grotesco assim.

Ainda mais se você morar em Londrina, em épocas REALMENTE quentes, ou fazer pequenas paradas no forno (digo, casa) dos pais.

.
Eu vou derreter.
(alguém tem um sorvete de longa duração aí?)

30.9.02

Diálogos no coletivo – II

Segunda-feira, rádio AM nos tímpanos desprotegidos, de gremlin pra gremlin:

- Sabe o que minha mãe falô?
- Ahn?
- Que dessa vez, ou o Lula ganha a eleição, ou Deus não é brasileiro.

*

God, could you help us please?

*

A semana promete. Eleições, final de semestre na facul, tcc por definir, divulgação (aff x 2) e mais uma série de coisas que, não fosse o cansaço danado que bate, me tirariam o sono.

Pior que isso, só professoUra dando piti porque a escolha do seu candidato não é a mesma que a dela. É, esse povo anda usando mal o termo cidadania, tsc, tsc... Achava que isso passasse pela experiência individual das pessoas, gostos diferentes, tals, mas chego cada vez + à la bellísima conclusión: o jornalista é o primeiro a tolher a liberdade de expressão. Até que me provem o contrário, sou pessimista quanto aos coleguinhas, sim...



28.9.02

God save the queen

Sabadão atípico. No lugar do display mostrando aquelas preciosas 13h20, 6h45 e muito barulho na cabeça. Quem não tem cão, caça com gato. Seria uma boa aplicar o ditado na escolha do local de trabalho, mas lembrei que o meu felino só mia pelo dial-up. Vamos caçar com ADSL mesmo, a longas quadras daqui, que a presa vem mais rápido.

*

Alguém aí já foi atacado por hackers? Ainda não? Pois bem, não tenha a curiosidade. Hackers fedem - e podem literalmente fazer do seu trabalho uma m*, se o tempo de as notícias irem ao ar for muito rigoroso.

Nota aos hackers, com apreço:

Eu odeio vocês. Morram todos no titânio do inferno e, quando estiverem agonizando, esperem por mim para refrescar-lhes o estômago com um delicioso chili.

*

Que meda.

*

Vivo reclamando dos finais de semana – a bem da verdade que, se eu não fico dando sopa em casa, À NOITE, eles são realmente muito divertidos. Valeu aos envolvidos, eu amo vocês, creatures ;-)

Este nem dá pra reclamar muito, nem ixésti, como diria a dona Páscoa (que me chamava de Januína, pobrezinha). Amanhã vai ser diversão pura: Janaina com seus hiper (trofiados) braços vai enfrentar a senhora AG, desdenhosa e uma mala, quando quer. Isso quando dona AG não invoca e resolve querer pesar demais, até minhas varetas pedirem arrego. Aff...

Dona AG, a câmera velha (mas a mais meia boca que a AfortunadUEL nos concede), será minha acompanhante no domingo de sol radiante que se aproxima. Lá, lá, lá. (suspiro)

Não é um reality show (ainda bem), mas vamos acompanhar, eu e o pessoal da minha sala, uma família toda, o dia TODO, para ver a forma como cada um se relaciona com o dinheiro (acho q é isso). Btw, o que o dinheiro representa pra você?

*

Hora de estudar – não dá pra adiar muito, né?

25.9.02

Hoje, antes do almoço:

"Curso Pré Vestibular Caminho Suave" (fiz questão de esquecer o nome do tal, sorry)

MATEMÁTICA, QUÍMICA, FÍSICA,
HISTÓRIA E PORTUGÊS.


>>no caminho (longo) até ao restaurante, li nada menas que sete cartases desses.
Paga a conta (heheh, ainda ganhei cupom pra concorrer a viagem a Porto Seguro! => sozinha.), o caixa ainda dá uma risadinha e faz a propaganda de um "cursinho novo, bastante respeitável pelo pouco tempo de Londrina, blábláblaaah)" de um "povo muito trabalhador que tá vindo pra cá".

E ele me aponta o oitavo cartaz do dia. A risadinha é recíproca, a pedido da Janaina diabinho que sopra no meu ouvido umas maldades.

Não, nada de arder no mármore infernal - não até o próximo fim de semana.

Aos bloquetes com carinho

batatinha, quando nasce, espalha a rama pelo chão
comentário, quando some, deixa o post acabadão


[clap]

.

[Obrigada]

*

Tudo isso pra dizer que os comments (ou shout outs, com seus smiles obscenos), depois de calarem a boca a tarde toda, estão de volta.


24.9.02

Depois o José Simão diz que o Brasil é o país da piada pronta, e a gente pensa que isso é coisa de Portugal...
Ainda tocada pelo pólen sortido desta primavera londrinense (bzzzzz), vinha eu pelo calçadão desta cidade fofolete quando, de repente, olho uma grande (sem exagero) cabeça de rato.

Um cabeção. De brinquedo - adornando um corpo (não menos volumoso) de um cabo eleitoral, em cuja camisa se lia o nome do candidato. Além de criativos, divertidos (assistam ao horário eleitoral, meuzamigos e minhazamigas) e na luta, de peito aberto, sem medo de enfrentar os poderosos, descobri que eles dariam ótimos professores de Semiótica...

23.9.02

Seu.voto.por.um.pastel

Nunca fui muito com a cara dos políticos – tudo bem, há as pouquissississimas exceções, mas no fundo sempre os vi como a uma espécie de psicólogo:falam, falam, dizem mais um pouquinho, mas no fundo estão de olho no relógio. Ou na urna, bambino mio.

Talvez daí venha a minha simpatia pelo Enéas: o cara tá pouco se lixando se vai ou não agradar ou não, assusta criancinha, faz aquela cara e dá uns berros loucos e boa. E, se abusar, ainda tira caca do nazo.Terminado o horário eleitoral (não esqueçamos, claaaaro, do clássico em BG, básico), arruma a barbinha e volta à insignificância de cidadão comum, até que lhe apontem uma câmera novamente.

Mas, nessas eleições, acho que me solidarizei com as figurinhas. De verdade, tio. Aprendi a ressaltar as qualidades destes que, um dia, serão nossos “representantes lá fora”, a “nossa voz que vai ter vez”. Tá. An-han.

Político, se alguém ainda não percebeu, pode ser um ser deveras criativo! Muito mesmo. Aliar o mau gosto à cafonice, com uma dose generosa de rimas ruins e muita, mas muita falta de ritmo, não é tarefa pra qualquer um. Aja neurônio! (e, pra nós, estômago...)
Quem não troca o seu voto pela criatividade humana?

*****

Hoje mesmo, vindo toda serelepe e fugaz ao trampo, mal tenho tempo de avistar as primeiras cores da primavera londrinense quando, páááá!, escuto um carro de som (novidade!, diria-me o leitor incauto) de um candidato a alguma coisa (não ouso escrever o nome da figura, ele pode me prender no calabouço ou proibir-me de citar-lhe enquanto pessoa humana) que *pasmem* uniu uma música da Ivete Sangalo com a voz da Xuxa. Tudo pró-si, crarrrr....

*****

Viram? No fundo, eles só querem levar um pouco de diversão a esse povo sofrido....a esse povo lutador....E eles lutam. Lutam de peito aberto, sem medo de enfrentar os poderosos. Mas você tem que apertar o "Confirma", senão eles choram.

*

(zzz) x 32

*

Oui, mon ami, palhaçada pouca é bobagem. Por isso que eu quero Dona Jura presidenta do Brasil!

22.9.02

eu.quero.suco, tio.

Olhei a sacada enquanto almoçava e vi aquela menina caindo; ainda deu tempo de me dar um tchau.
Pela expressão nos olhos, não distingui se parecia louca ou feliz demais. Achei engraçado. Deixei o macarrão de lado - ele não esfriaria tão rápido - e mirei lá embaixo.
Ao me avistar com a latinha de guaraná nas mãos, só fez um gesto de 'chega aqui' e apontou a garganta, provavelmente seca. Dizem que cair de grandes alturas dá uma sede...deve ser isso. Dei uns três goles, pra não passar pela mesma saia justa, e pulei.

*

Na volta, caminho difícil. O elevador quebrado e as escadas soterradas de spaghetti impediam a passagem. Só via a síndica, toda louca, correndo com o saiote à mostra e a dentadura cai-não-cai de tanto berrar. "Só pulando!" Olhei pro alto. "Hmmmm....". Não. Não seria fácil dar o pulo inverso, nem que eu tivesse o poderoso suco de frutas Gummy comigo. Fechei os olhos e esperei mais um pouco: o despertador já resolveria o problema do meu prédio todo...

******

Sonhos sempre me perturbaram muito. Mais no sentido de me deixarem curiosa que assustada, a bem da verdade... Esta semana eu percorria que nem uma desvairada as ruas de uma Vila Casoni irreal (não sei o porquê de ser este, o bairro), perseguida por uma polícia ainda mais estranha: eu não a via, mas sabia, horrorizada, que estava em minha cola. Acordei cansada (literalmente suei a camisa) e com uma sensação idiota: o sonho me fez ter momentos de Mirandinha. Um atacante mala, com cara de tonto, que o Corinthians(infelizmente) teve. Que corria, corria, corria que nem o vento, diria outro mala da Globo. No fim, não sabia do que estava correndo - chegava até antes que a bola. Dá pra levar a sério???!

******

Pode ser só uma fuga do sistema, disse-me a sábia intérprete de sonhos Thaís. Ou é o prenúncio desta semana: seminários para apresentar (aaaargh) e muita, muita coisa pra ler...

******

Um suco de frutas Gummy dose dupla e sem gelo, por favor.


20.9.02

C'est.fini.

Fim de semana de novo.
Fim de semana com (muita) chuva.
Fim de semana com gripe. Muita.Dor de garganta: bastante. De cabeça: quer um pouco?
Fim de semana em casa. Domingo todo de trampo (valha-me).
É o fim, definitivamente...aff

*

Às melhores sugestões de como aplacar sintomas indesejáveis, uma caixa de lenços Soft e uma coxinha de frango com massa de mandioca. Este Bloco é pobre, mas limpinho.

19.9.02

Autre fois

Conheço quem se anime com pouca coisa. Quem não se anima jamais. Quem se anima ATÉ demais.
Queria me animar o mínimo que fosse, mas que o sentimento fosse constante. Se gostar de viver assim o tempo todo for um defeito (também conheço quem pense assim), que se dane: viver longe dos extremos nunca condisse muito comigo.

*

Talvez por isso eu não me satisfaça sempre com as coisas mais simples. Sentir que o extremo de um sentimento ficou no passado pode ser uma lástima pra quem gosta de ter sempre o coração palpitante a cada olhar, a cada lembrança.

*

If equal affection cannot be, let the more loving one be me.
Já me fez muito bem acreditar nisso. Pretérito perfeito. Saudade.

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Fixão, la première

Olhava as gravuras na parede manchada, mas não entendia bem o porque daquela rachadura lhe sorrir o tempo todo. Mirou um pouco mais confiante e percebeu a fresta. Latente, talvez o álcool tivesse pintado tudo de cor longínqua, já não sabia mais.
Aproximou-se e sentiu uma brisa vindo até seu rosto. Suave...parecia até aquela que sentia na janela do carro, nos sítio do avô, quando passava pelos eucaliptos. Saudade da infância, abrutalhada que foi pela vida adulta. Não perdeu mais tempo: deu a primeira cutucada (sempre lhe disseram curiosa, mas ignorava o escárnio do elogio), jaz uma parte da obra.
Viu a fresta de luz que aparecia pelo vão formado; aos poucos enxergou uma cratera no local. De fome certamente não morreria – dava uma ótima marreteira, a bichinha...
O pequeno foco de claridade lhe feriu os olhos, sensíveis demais àquilo que é tão explícito. Fechou-os lentamente, e, num flash, veio na memória a canção portuguesa que ouvia com a mãe.
Sentiu uma mão em seu ombro: a figura, com a face desfocada (que vinho ruim!), a levou para o meio da multidão. De lá, ouvia as palavras desconexas que lhe falavam, com olhares ansiosos e estupefatos. Parou um instante, sentou-se no chão e sentiu que os vitrais a seu lado mudavam de cor aquele facho. Compreendeu.
Seu encontro não era ali. Não daquele lado. Voltou à parede, colocou a mão esquerda na rachadura e se foi. Construir um pretérito mais a seu modo, e no tempo que quisesse: sem ansiolíticos lhe pressionando, mas com a canção lhe dando colo.