3.12.02

Tolerância zero

Que medo.
Ando muito assustada esses dias.
Hoje me assustei na calçada. Um homem me abordou com um microfone em punho, voz de propaganda de motel no gogó e um "e aí, minha senhora, vamos entrar pra conferir as nossas promoções?"
Até agora não caiu a ficha do senhora (o segundo, em menos de uma semana) que levei, de direita, no ouvido esquerdo.

Depois eu me assustei com as ciganas. Fazia tempo que não as via assim, na rua, como quer não quer quase nada - apenas a sua mão, minha princesa, pra ver o futuro.
Tenho medo dessas coisas de predição. Sou mais cagona que curiosa - talvez isso me tenha garantido passar dos 18 anos.

Tenho medo de ligações estranhas. Atormentada por uma maldita quadrilha q robou o carro da mami, uma vez, talvez esse medo seja minimamente justificável. Mas não é medo das ligações dos ladrões: tenho medo dos loucos, como o de ontem à noite:

-Alô, Carlos?
-Não, você se enganou.
- Mas aí nã é o 99...??
(cai uma gota da testa)- Sim!
...silêncio...
-Arrááááá, te pegueeeeei, sabia que era você! Agora me chama o Carlos, vai...pede pra ele deixar de ser tímido!
-...
(tuuuuuuu)

Tenho medo das trufas de maracujá. A você, leitor mais antigo (haha) desse blog, a adoração pelo bendito docinho já pode ser ser um assunto gelado, cadavérico, até. Mas lhe afirmo que a atração que uma vez ao mês ele me causa será o estopim para estudos psicológicos futuros, em capítulos delineados pelo "Controle da Mente", "O poder do inconsciente", ou " A simbologia do chocolate no id do descontrolado econômico".

Sério. Peçam autógrafos enquanto é tempo, porque, quando eu tiver a cara estampada em livros didáticos, será tarde. E caro.
E ridículo, como a idéia sem nexo derretida por este calor infernal.

*

Acerola estragada faz mal, diria o sábio Papai Smurf.

*

Fobias à parte (até porque eu não nutro esse tipo de coisa, só piores), de volta a seção

"Top of sour mind" , com coisinhas prosaicas que deixam você irritadinho

- batidinhas ritimadas ao seulado, naqueles momentos de cã concentração.

-braço.suado.colado.no.vidro: o braço alheio, evidentemente.
..: Não precisa assumir em público, mas que você já teve "aquele" nojo ao ver um bracinho gordo dando sopa no vidro do coletivo -aquele que um dia pode amparar sua cabeça cansada - já teve, não se faça de rogado.

- o top dos tops, mas estrategicamente na última colocação (só pra não dar moral ao inimigo), fica hoje com a ilimitada criatividade sertaneja. Não a do povo sufridu, mas a dos (a-han) artistas. Depois de uma série de barbáries (achei que nada superaria "Have you ever seen the rain" in corno version), hoje foi o dia de Raulzito dar suas voltas na tumba. Ficou literalmente maluco, o pobre. E essa (porque quem mandou você ser curioso e ler até aqui?) é a dica musical para o seu fim de dia.
Com vocês, ....

Selected list: Chitãozinho e Xororó - Medo da Chuva


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