29.4.03

E aí, já comeu hoje?


Diga pra nós, garoto parrudo e sedento por novas manifestações hormonais: já comeu a sua Kim Basinger hoje? Não? Ah, claro, desculpe a intromissão, é que dar conta (sozinho ou com os amigos) da Angelina Jolie (o pacote inclui o beição) não deve ser mesmo dos mais fáceis.

E você, garota esperta, viiiinte anos de praia (acresça, diminua ou, se a psicologia permitir, permaneça nessa faixa; a seu gosto), que vai hoje: o Brad Pitt ou o Tom Cruise?

Antes que pensem que este blog, jogado às traças junto com o pouco de humor branco da autora, está fazendo as vezes de uma casa de tolerância de luxe, com catálogos hiperdetalhados (hiper mesmo) e pratos (sim, podemos pensar que existe um restaurante acoplado) bastante sugestivos, mas não tão cafonas quanto o sushi erótico (vide guerra dominical da TV aberta), eu explico: isso não aconteceu. Aliás, que pena.

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Tudo começou há mais ou menos cinco anos, no município de Marília (interior de SP), num boteco qualquer próximo à universidade onde eu faria um teste de xisinhos e uma redação de tema podre (eu diria putrefato, até: “a globalização e eu”, dá licença); conjunto institucional e traumaticamente conhecido por vestibular; festibular, em uma derivação de tribos mais afoitas.

Bem acompanhada (e, nas circunstâncias aborrecentes, acima de tudo, longe de tudo e todos que representasse família), nos sentamos para escolher o cardápio daquele rápido almoço, haja vista que a universidade, tão pomposa quanto longe, escondia-se no bairro mais popular daquela pacata e moderninha cidade: o Cafundó.

“Pede você, qualquer lanche está de bom tamanho”. “Faço questão”. E, nessa discussãozinha tão tola quanto ingênua (pois não sabíamos a eternidade que levaria pra goroba ser servida), fui eleita a maître de momento tão importante a nossas floras estomacais, que correriam riscos terríveis, dependendo da opção. Questões de ordem (neca de ervilha, pitibiriba de ovo, muito menos), fomos ao menu (leia juntando os lábios, s’il vous plaît). “Você quer comer uma Sheila Carvalho ou uma Camila Pitanga? Me parecem boas escolhas”, falei, coagida pelo esperto engraçadão que teve a idéia su-pim-pa de dar nome aos bois. Digo, aos lanches.

E rapaz tímido, eu aprendi, uma hora acaba se revelando. E se engasgando. Tinha de ser ali, tinha.

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Ontem foi a vez de mais uma daquelas pizzarias de bairro homônimo, mas não em Marília, ter a excelente idéia de dar nome de gente do show bzzz praquelas que, pruma tia minha de Nápoli, um dia se chamaram simplesmente “pizzas”. Passando a vista nem um pouco impressionada com a treta (anunciada como inédita, como se isso interessasse no auge da fome de cão), notei alguns ingredientes que, dispostos miserável ou indecentemente em algumas opções, denunciavam o sarcasmo e preferência absoluta do(s) autor(es) por certos astros e estrelas. Num mundo muderrno como o nosso, entretanto, abster-me-ei de dizer categoricamente que mulheres elegeram os machos, e vice-versa.

Confira abaixo algumas das sugestões:

Richard Gere – mussarela e bacon
Jim Carrey – milho e mussarela
Paul Newman – molho, pepperoni, tomate picado (dã), provolone e mangericão. (sic)

Eu poderia vestir o jaleco do cursinho e dar uma justificativa bastante gramatical pra não dar confiança a estes sujeitos, mas o esquema é muito mais de coerência que de ortografia. Qualé, Paul Newman???? Na primeira opção eu diria que foram até simpáticos demais, mas isso passa pelo crivo pessoal de quem não vê graça naquele sorriso maroto de vovô sedutor. Sorry, girls. Mas daí a colocar meu queijo preferido (sem contar o pepperoni, salve) pro tiozinho não dá. Assim não dá, assim não pode.

Você pensa que acabou? Quê isso!

Julia Roberts – calabresa, presunto, cebola, pimenta e mussarela
Liv Tyler –mussarela, tomate picado (sério?) e molho
Vera Fischer – (preparem-se) ervilha, cebola, ovo e mussarela

Preciso explicar minha aversão às raízes, neste caso? Acho que não.

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Vendo esse tipo de coisa, e a série de perguntas metidas a engraçadinhas que fizeram pro Luís Fernando Veríssimo aqui, ano passado (não fui, mas me contaram), e sábado, no Altas Horas, só posso chegar à conclusão unilateral: babaca é igual em todo lugar, só muda o CEP e a cutícula do pé.

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Formatura sábado. Frio na barriga desde ontem, ao saber do misterioso TJ ao vivo, in loco, ô louco.
Um céu muito doido de vermelho se confunde com o suco de goiaba que eu sugiro pra espantar os males passageiros.

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random: There goes the fear – Doves
(desculpe o plágio, Paula, mas ela está me azucrinando o dia todo)




24.4.03

Aí eu olhei pra cima, assobiei e fingi que era de cera


Uma maré de azar passageira tomou conta, ontem, do meu início de tarde. Tudo começou com um troco de cinco real em notas de um, quase rasgadas, entre as quais havia uma que me deu um misto de nojo, desprezo, piedade e frescor n’alma por ser metida o bastante pra não compactuar com esses jerimuns.Tava lá, só não escaneio a dita cuja pra não sujar o blog e o scanner. Apesar de quê, eu nem sei botar figura aqui mesmo.Look:

“Eu amo os Travessos”.

Antes eu queria dizer que a minha pessoa corre seriíssimos (que besteira esse i duplo, né?) riscos de ter a credibilidade (ó, coitada) abalada por negritar tamanha infâmia. Quem der uma passada de olho básica no post vai se prender a ela, un-hun.

No lance seguinte ao do episódio superhipermegasuperdenovo cheio de clímax like dirty on your hands, resolvi cortar o caminho de seeeempre pra arejar os neurônios. Sério, dizem os especialistas que faz bem “inovar” nesses trajetos, pra dar a sensação do nunca d’antes visto ao seu célebro. Nem que seja uma tremenda mentira pregada nele, que, já cansadinho de guerra, nem vai notar.

Pois bem. Ocorre que eu cortei caminho e passei por um cemitério – o mesmo, por sinal, onde consegui a façanha de me perder, um dia, por volta das 7 da noite, graças à idéia genial de ganhar tempo para a aula de espanhol. Ok, ok, calouro é burro, calouro é nada, calouro é saco de...

Ao lado da “morada dos mortos” (as trufas de avelã me deixaram doce que só), um Fiat Uno parado, na sua, não tinha cara de quem me importunaria. Acho que ele adivinhou, pela minha cara de fome, que o almoço daquelas três da tarde jazia em casa, abandonado. Quem não adivinhou foi ele, o pirralho da tarde, delinqüente vespertino, ou, simplesmente, O Trombada. Que deve ter lambido os beiços meliantes ao ver o pequeno Uninho parado, ao sol, clamando por um pouco de sombra. E quem lhe proporcionaria tamanha demonstração de benevolência? Quem? Quem? Oh, quem? Ele, o malandro da tarde ardida (não quero estar viva pra ver a Sabrina falar isso, cabeção – diga com voz estridente), e quando? Naquele momento em que havia a testemunha menos improvável para a ação. E o alarme, alto, apitou. E eu, A Escolhida, ouvi. E recebi um “ssshhiu, tia”(?!) com cara de poucos amigos dirigida por Ele, o Zorro di menor e sem máscara. Impossível esboçar uma reação, já disse que fui assaltada aqui? Sim, na ocasião outro pequeno trombada me levara o par de luvas naquela manhã friiiia de sábado. Ingênua com a raça humana, ainda tentei (verdade!) negociar com o meliante, visto ser aquele o único que cabia em meus dedinhos ralados pelo gelo. E em casa eu tinha tanto par sem usar... vamo lá, é aqui perto, te dou uns três pra você levar! Que nada. Aí, desisti de acreditar nesses espécimes. Tenho até uns calafrios quando vejo os tipinhos à solta.

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Nem, querido, Janaina está longe da menopausa.

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Desse jeito vão ter que trazer o Garotinho pra domar a malandragi londrinense. Rá rá rááááá.

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Eu pedi um elixir, tia, eu pedi. Você não quis me dar, agora agüenta. Antes que eu cometa um duplo homicídio triplamente qualificado contra a vizinha do tamanco de mogno, melhor escrever bobagem das bobagens que me acontecem. Que réiva, pqp.

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random: Sexx laws – Beck



23.4.03

Isso é pra você aprender a ser menos impressionável


Desde que cheguei em Londrina que espero pra ver anunciado o show da Adriana Calcanhotto, cantora/compositora que muito aprecio. Esses dias vi a notícia de que domingo ela se apresenta aqui. Pouco divulgado, o evento (bem caro pros padrões londrinenses, por sinal - 50 pila) não passa nem perto da grandiosidade publicitária que houve quando Marisa Monte foi ao Moringão (ginásio local), em março de 2001.

Mas, como Murphy não é apenas mais uma figura mítica do inconsciente coletivo, ao partir para a perguntinha Quando?, do lead, vem na cara, em forma de tapa com luvinhas brancas, a decepção: o show será neste domingo, às 9 da noite!-9 da noite!-9 da noite!, no mesmo instante em que eu estarei esquentando a poltrona desconfortável do busão from Campinas.

NOTA MENTAL: Papai do céu, eu juro que não terei saco (não mesmo, né?) pra duas formaturas na minha vida.

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Como eu costumo dizer àqueles de quem gosto, “nada que é ruim dura para sempre”. Eu sei, eu sei que essa poderia entrar pro ranking das piores na seção Frases de Otimismo, mas insisto mesmo assim. Queria apenas fazer valer a dita cuja pra quem a fala. No caso, moi.

Por isso que, apesar de umas figurinhas ordinárias do lado de cima do continente (ou não: aqui mesmo já temos até crime organizado!), eu admiro as múltiplas habilidades do ser humano. Usando somente 10% de sua capacidade cerebral (ok, isso é relativo), ele é capaz das mais incríveis facetas de felicidade/normalidade mesmo quando, por dentro, está uma completa Tona Galea, disfarçada de Bateu Mouche, mas com aquele cais do Titanic pós-colisão.

Enjoei com essas comparações. Mas eu tenho enjoado de coisa muito mais séria, e isso é o que tem esquentado a moleira em tempos de decepções mil. Pero, "como nada triste dura pra sempre", deixa eu falar de coisas mais otimistas:

Que céu azul *lindo* tem feito esses dias.

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O dia em que você descobrir o elixir que cure as tristezas do coração, traumas de uma cabeça doente e sarcasmos inúteis, por favor, entre em contato pelo nosso SAC.

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random: Cantada – Adriana Calcanhotto

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Latest news:

Nem se iluda, que a acadimia não vai gostar (mais uma vez) de filme com nêgo feio e pobre. Essas coisas não existem, lembra?



21.4.03

I'm back

da Páscoa mais triste nos últimos 23 anos. Espero que não tenha sido regra pra todo mundo, de coração.
Parece que quanto mais eu torço pras coisas darem certo, mais elas se tornam impossíveis; mais problemas surgem, menos eu consigo afirmar estar numa boa sem temer pela onda de otimismo que começa a se tornar estranhamente duradoura. Por isso que eu não uso aquela camiseta escrita FÉ nem que me paguem: seria muita cachorrada (e incoerência) comigo mesma.

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Início (só ele) com chave de ouro, fechamento de feriadão com chave de lata. Com direito a trampo na sexta e hoje, que faz parte. E eu que abandonei a idéia de fazer Medicina (entre outros fatores com hemoglobina) porque queria ter uma vida "normal", mais ou menos como a dos meus pais, guardadas as devidas proporções. Rá, rá, rá.

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random: Here it comes – Doves



18.4.03

A g r a d e c i m e n t o

O busão (q do sobrenome igual, não traz vantagem nenhuma) me espera daqui uma hora. A mala toda por fazer, minha mãe perguntando se estou viva... Pois é, eu me atrasei de novo.

Mas não pra retribuir o desejo e desejar a todos uma ótima Páscoa, seja lá o que a data representar a cada um. Muito chocolate, peace and love, e muita malandragi. Fui!







16.4.03

Como quisiera poder vivir sin vecinos


Meus vizinhos são estranhos. Os do andar de cima andam brincando de testar os nervos de seus semelhantes, mas são muito out pro meu gosto. Ê povo pra gostar dum tamanco, Disus.

Ainda dou uma voadora nesses barulhentos.

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Seis da manhã. Como de rotina, a pequena Janaina dorme seu sono profundo, permeado por sonhos dos mais estranhos, para não fugir às regras de Morpheu. Aliás, talvez isso explique o fato de ela tomar banho dormindo todos os dias.

Mas são seis da manhã. E essa informação não esta aqui por um acaso do destino. (A menos que estejais voltando da balada,) Que fazeis a essa hora, meus pequenos? Quê? Ahn? Dormis? Alones (sic) de marré deci, ou acompanhados, creio que a disposição nesse horário, ainda mais com o friozinho anunciado (eba), seja mesmo a de se afundar no cobertor e curtir os últimos instantes até que o pirracento do rádio-relógio comece a gritaria, aquele mal-amado.

Eis o meu início de dia. E as ¡seis da madrugada! de hoje seria novamente a merrrma diliça de sono, não fossem eles. Sim, os vizinhos – desta vez, os do andar de baixo (sugestivo, isso).

Um parágrafo de justiça, apenas-e-tão-somente: a culpa não é da vizinha em si, mas do querenzo que ela arrumou. Portanto, culpa de ambos!

“Alegando uma paixão ‘absurda e descabida’ pela estudante Clarisminda Acordante (nome fictício), o jovem Ariovaldo Canastra (idem) deu uma prova inusitada do sentimento, na madrugada desta quarta-feira, no centro de Londrina. Munido de um carro de som, um buquê de rosas vermelhas e uma enorme cara de pau, Canastra fez jus ao sobrenome e cantou a música ‘Carla’, da banda LS Jack, à namorada, que ainda dormia.

Os moradores do edifício, confusos com a barulheira, acabaram acordando e foram a platéia do mini show proporcionado pelo estudante. 'Pensei que fosse mais um dos meus sonhos estranhos, mas agora vejo que é um pesadelo’, afirmou, bastante transtornada, a jornalista Joaninha Gamela.

Terrorismo? – Pouco afeita a essas demonstrações em público (‘exagero de merda’, alfineta), ela promete vingança, mas não especifica que atitude pretende tomar contra aqueles que a fizeram, literalmente, madrugar.

Entretanto, nada de anormal havia acontecido até o fechamento desta reportagem. Nada, além de um forte cheiro de pólvora que vem daquele ponto da região central, avisam os Bombeiros. Nada, além de Canastra chegar à nossa redação reclamando de dores musculares, falta de ar, tosse seca e uma febre que já passa dos 38 graus.”

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Ai, que tédio. Vamos ver se isso passa vendo uns beijinhos, ahn, inusitados do Rodrigo Santoro em mais uma super-sessão-matinê para desocupados vespertinos e redundantes. O desconto é a qualidade da companhia – brigada, Disus!

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Você achou o humor negro de mau gosto? Que isso. Eu digo que estou em fase de aprendizado: gosto altamente duvidoso foi o da Folha, que pôs no destaque de hoje cedo a foto de um menininho iraquiano sem os dois braços. Sem curativos também, isso mesmo.

Nessas horas que eu me pergunto o que são

1-) Estômago forte (isso, de fato, eu desconheço)
2-) Ética profissional (apesar de “foca”, tenho uma noção minimamente decente e até careta disso)

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Até a volta, cumpadis. Que o coelho da Páscoa não os seqüestre antes do domingo, hehe

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random: Vivir sin aire * – Maná

* coerente ao meu estado emocional e à semana regada a tortilla, chilli hiperfuerte (aaah) y otras cositas más. É, agora Janaina é cozinheira – o bacalhau que me aguarde, aquele durango.





8.4.03

. 2

Tem coisas que gostaria de escrever aqui, mas não posso.

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Das pernas bambas a um imenso desânimo, falta de horizonte, arrefecimento d'alma, sei lá o quê: como eu já disse, oscilações de humor são coisas difíceis com as quais se lidar. Ainda mais quando elas têm um propósito bem alicerçado naquilo que é gelidamente concreto. Ainda mais quando elas antevêem um futuro medíocre, indesejado até debaixo d'água.

Exagero meu, talvez. Anw, já escrevi demais.

Subjetivo? Escrever sobre sentimentos em linguagem jornalística, definitivamente, não dá. E como uma pazona de gente consegue fazer isso (e, melhor, sem falar necessariamente a língua do lead), melhor permanecer na condição de leitora, que tem sido tão útil.

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random: Everybody hurts - R.E.M.



7.4.03

Tsc, tsc


Quer espantar um londrinense numa manhã fria de segunda-feira (vá, nem tão fria assim)?

É fácil e rápido. Lance mão do duo bermuda e tênis/blusa de frio e verá o resultado nos olhos das pessoas. Eita povinho mais invocado.

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Se ao menos eu estivesse com cinto de franjinha, pô.
(aí acho q até me dariam um desconto, isso sim)




6.4.03

Você tem medo de quê?


Hoje tava lá, na enquete de importante saite:

"Do que você tem mais medo atualmente?"

a) Surto de conjutivite (hic!, digo, sic)
b) Balas perdidas no Rio
c) Pneumonia atípica
d) Míssil Tomahawk

Eu optaria pela letra E, "Azar do Rubens Barrichello". Mas lembrei que, a menos que encontre algo no estado de onde saí, continuarei morando em terras paranaenses por mais um tempo; portanto, letra F: "Aedes Aegypt". Daria até uma sub-opção Londrina, já que tá Fodíssima a epidemia por aqui. Melhor não mexer muito nesse vespeiro, senão a mosquitada me descobre no aconchego do lar.

E ontem eu falei com um puta amigão - que me considera filha dele,veja só - e descobri que ele ficou 15 dias de cama por causa da maldita dengue. Duas semanas de alucinações, fraqueza, cama o dia inteiro e líquido. líquido. Certeza que seu medo está entre aquelas quatro opções?

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Que o santo protetor de Rubinho não nos proteja, hehe

Uma semana sem dengue, sem bala perdida e com muita bala Soft sabor caramelo pra todo mundo. E uma bala de pólvora pro Bush, com carinho.
Não, eu não me esqueço dele. Já virou birra.

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random: Cold, cold night – White Stripes




5.4.03

Isso porque o meu escorpião nem é amarelo


Procurava hoje um bloco de notas (sem trocadilho!) pra comprar, quando achei uma cardineta com todas as "características do seu signo, para todos os âmbitos da sua vida". Uou, arrepiei só pelo título. Mesmo assim (e como a curiosidade matou nonono, diria o ditado), abri a de escorpião, sem antes deixar de preparar o espírito pras atrocidades que diriam de nossa raça. (snif)

Dentre os muitos adjetivos carinhosos (possessivo, ciumento - e daí? -, rancoroso, etcetcetc, fodafodafoda-se), no setor "carreira", tava lá: os nativos do signo de escorpião vão se dar muito bem (linguagem sutil) como militares (justo eu?), mineiros (só se for pra achar garrafa pet), biólogos (isso pq odeio inseto) ou como jornalistas em jornais subversivos ou de esquerda.

hehe, subversivo ou de esquerda?! Claaro, bem de acordo à realidade de mercado, a-hã.
Apesar de que Chanaina Guevara com boina de hippie no tiene mucha ternura, hermanos.

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Uma coisa que o livreto não dizia é que escorpiano pode se revelar, do nada, um bicho muito paciente, é. Hoje esperei exatos 20 minutos pro conjunto panqueca/salada "express" que caí na besteira de escolher. Lá pro final do tempo (isso é praxe) comecei a contagem até 100. Acho que a moça do caixa percebeu o dedo na mesa indo e voltando, porque o pedido veio no 56.

Viu só? Escorpião tem suas raízes chinesas mesmo quando o assunto é massa.
É, eu reconheço que essa foi fraca. Culpa do molho branco que me queimou a língua, folks.

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Quem não gosta de ler aquilo que espera, héin? Sem xurumelas pra cima de mim. Deu uma ponta de satisfação o livrinho falar da combinação escorpião/câncer. Sorte a minha, azar de...ah, deixa eu parar que amanhã é domingo de novo (shit).

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Na livraria, o mocinho não achou no catálogo nenhum título da Virginia Ulfi.
Quando vi a anotação dele, concordei na hora. Até desisti de dizer o nome do romance em questão. Outro neologismo, na certa.

Isso é pra eu aprender a não me influenciar por filmes. Influência, influenza.
Mas que a Nicole Kidman mereceu o Oscar, mereceu. Carregar aquele nazo né brinquedo não, minha gente!

(NOTA MENTAL: meu lado academia aflorou de novo, desculpem)

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Sabe o que eu acho bizonho em tempos de Expô (sim, escrevem desse modo, por aqui)? A boiada que a freqüenta, toda uniformizadinha. Só essa noite devo ter visto umas cinco gourias com cinto de franjinha num recinto de poucos metros quadrados.

Eu odeio o cinto de franjinha. E em respeito a esse sentimento maior que a dona, vou ficando por aqui, antes que se cumpra a profecia do maldito livreto.

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random: Get gone - Fiona Apple




3.4.03

Mais um pouquinho de ginko biloba com camomila ae?

Ah, como eu queria não ser tão ansiosa... O braço (só o esquerdo) e as pernas ficam moles (idem para momentos de tensão), o batimento cardíaco acelera, a adrenalina me faz ter vontade de sair correndo... Coisa estranha, mais ainda quando você se vê confinada a quatro paredes, no quinto andar.

O ruim disso tudo é quando as perspectivas não são contempladas. O que também faz parte. Mas não deveria!

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Momento felizi do dia (espero que seja Um dos):

Baixei o álbum novo do Radiohead, "Hail To The Thief". Cortesia da Ana, que disponibilizou o link em seu blog. Valeu!

Não tenho tanta capacidade em fazer crítica musical quanto para falar bobagem (ao vivo é pior ainda, he), mas recomendo as faixas Go to sleep e A Wolf at the door. Fofuras.

NOTA MENTAL:

Hoje eu assisto a Chicago nem que chova tamanduá-bandeira no trajeto até o shoppingui.


Curtas


- poucas coisas me irritam tanto quanto vendedoras de lojas tentando me fazer de tonta. Hoje eu queria uma Havaianas, queriam me passar uma Grendha-borrachuda porque "é a mesma coisa". Ah, tá. E eu capino minhoca no asfalto quente, darling.

- outras coisas me dão uma sensação, assim, leve. Como o telefonema de hoje e a contagem regressiva que me tem motivado em cada hora lazarenta de acordar, cedo. Ou como o tiozinho dos pães hoje, na feira da lua. Seria a enésima vez que lhe perguntaria sobre "biscoitos de polvilho, o senhor tem?". Mas ele se adiantou, tirou de um local escondido um saco das deliciosas bolinhas e ainda me mostrou o *único* exemplar de pão de cenoura feito na semana. O primeiro. E que agora é meu (show).

- lá se foram os minutos de esteira, extensora, tríceps, step e mais outros nomes técnicos que não faço questão de guardar. Isso me leva a crer que jamais serei louca de fazer aqueals terríveis aulas de abdominais. Nai nai.

- sim, estou me futilizando. Aprendi a dançar (entre outras) a dança da mãozinha, a da ondinha e outras mais indecentezinhas. Tudo contra as calorias, minha gente - antes que me pensem que eu liberei "geraaal, chutei o pau da barraca e soltei a franga", como diria a filósofa Maria das G. X. Meneghel, isso é exercício aeróbico! (apesar de q em casa, depois, eu ouço uns dois cds pra expurgar qqr axé-resquício-2003).

- cuidado com o coelho da páscoa. Dizem que é ele o transmissor da tal pneumonia estranhíssima. Dessa vez não é culpa do El Niño, ao que parece.

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random: Esquadros - Adriana Calcanhotto

(aqui estão os meus acordes preferidos)



1.4.03

Um pouco de sal grosso não deve ser tão salgado assim

Algumas coisas acontecem perto de mim eu acho que de propósito. Só pra vir aquele pensamento nerd de “putz, eu preciso contar isso no blog”. Mesmo que a sua vida, nem a minha, sejam mudadas em nada com a preciosa “informação”.

Fazer o quê? As pessoas precisam de válvulas de escape, sejam elas a porcelana branquinha do vaso, ou o teclado de um computador. Confesso que meu lado altruísta (ouviu, Cristo Reeeei??) diversas vezes me fez optar pelo violão ou por algum CD poupando, assim, meus afáveis leitores de um pouco mais de água na semana. Só não poupei o ouvido das redondezas, aaaaaaah, não. Eu quero livre-arbítrio, tio!

Tudo bem, não tem chovido mesmo.
De qualquer forma, já que eu comecei, uma questã pra lhes tirar o sossego, remover montanhas e lençóis em busca de respostas, enfim, de fazer passarinho imitar hiena: Como você evacua as emoções?

Não, não é um festival inspirado em Jackass, Hermes e Renato, muito menos em Beavis e Butt Head. Que (com exceção dos segundos) não me apetecem nadica, nadica. Apenas uma dúvida idiota de quem tem seu último dia de jornada jornalística full time. Juro que não xingo mais cotações de dólar, poupança, CDBs e afins, pra não pagar os pecados novamente.
Mas eu confesso: gostei.

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Ok, ok, não sou Machada de Assis, não tenho a mente doentia o sificiente pra plantar a perniciosa dúvida de Bentinho (Capitu’s horner) na cabeça de quem quer que seja. Sendo assim,

NADA DE DIGRESSÕES, PÔ!

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Depois de meu lado pouco afeito a diálogo e de traços psicóticos dar o fora (baby I’m a lost cause), eu conto. Eu conto que vi a cadelinha do apartamento da frente (o animal!!) entrar dentro do meu, completamente ignorante e cega pelas emoções, hoje, durante o almoço, tão logo eu lhe elogiei (digo, ao dono) a textura de pêlo tão bem cuidado. Às leitoras, explico que o tal parecia a mais bem-feita chapinha em cabelo desgranhento. Coisa lindíssima aquilo, apesar de estranho. Superficial, assim como Jacko.

Ocorre que o inveterado animal deve estar com graves problemas de personalidade; diria mesmo que auto-estima exacerbadamente na chon. Ouvindo aquilo, correu em minha direção, driblou-me pela esquerda e foi comemorar a façanha no sofá (!) da minha sala, desinfetada dos ácaros na noite de ontem. Feladamãe duma cadela ordinária.

O capítulo bobinho desta tarde acabaria por aqui, sem direito a clímax (vá ver o Expedito com a chata da Sussu Vieira, nesse caso), não fosse a resistência da cachorra em abandonar o meu recinto*. Rosnando até para seu fiel dono, o qual leva para passear todas as manhãs, ela foi facilmente ludibriada por uma porção de granola gentilmente cedida pela Ana. A reação deve ser resultado de tanta notícia de guerra, pobre quadrúpede. Ou é esse clima abestado: no RU da faculdade, as abelhas andavam atacando até alface e batatinha...

* a utilização do vocábulo aqui se justifica pela proximidade da festa de peões, que começa esta semana. Pode ser a maior da América Latina, mais pacífica que o Oriente Médio (que mentira, teve tiroteio ano passado), mas fede estrume (dos animais e da playboyzada) de qualquer jeito. Assim não pode, assim não dá!

N.A. :

Caríssimos,
a referência a Telegrama Humano do post anterior, devido à sua extrema subjetividade, foi um tanto quanto (evite essa expressão e viva mais contentinho) mal interpretada, senão apenas incompreendida. Eu pensei mesmo em algo mais explícito, com pessoas saindo rápida e miraculosamente de um envelope dos correios. Entenderam por que ninguém ganhou brigadeiro?

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Se bem que, se alguém agüentou ler isso tudo, merece a fábrica de chocolates Wonka, não apenas um mísero docinho.

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random: En el muelle de San Blas – Maná