30.5.03

Um cotoco de luz e... olha o passarinho!

Hoje eu tenho pela frente uma das tarefas mais chatas advindas da inteligência humana. Ah, é sim.

Não,

- não se trata de tomar banho cedo, com aquele frio de cinco graus aconselhando a novas conversas íntimas com o cobertor (pq isso eu já fiz);
- nem pensei em limpar letra por letra do meu teclado com um cotonete de criança (isso é domingo);
- muito menos tive a brilhante idéia de sair de casa sem passar creme hidratante (isso foi ontem. Ai.).

{ Meio deslocada essa última informação, é verdade, mas é igualmente ingrata a tarefa de encarar meu rosto vermelho, no espelho, com aquele ardor típico de gente que esqueceu os conselhos da mãe vaidosa, fresca ou preocupada, seja lá o que for}

A tarefa, cuja aversão só não é maior que aquela sentida ao conferir o resultado final, e ainda ter de pagar por isso, é tirar foto 3x4. Afmaria, Jisuis, José, Padinpadiciçu, isso é muito chato. "Viver é foda", eu diria a uma amiga. Agora sei donde (oh) vem a inspiração para sentença tão profícua (oh-oh).

Mais news na próxima semana – relacionadas ao destino das pobrezinhas. Só adianto que a minha reclamação de semi-ócio está por um fio, essa malvada.

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Self Comprehension Session

Inaugurada pela curiosa


Like a sweet flower, honey

Você já se pegou pensando em quem é? Para onde vai? De onde vem?, não necessariamente nessa ordem? Pois saiba que (assim como a fatídica pergunta do ovo e da galinha, já solucionada – é o dinossauro, a resposta. Juro!) isso está com os dias contados! É sim, verdade, sério, não te conto?!

Hoje Janaina teve um momento de luz em seu dia. Um instante de lucidez parda e sem bolinhas, desprovida das máscaras que o cotidiano lhe confere, sem abutres revoando sua cabecinha, sem a saudade lhe apertando o peito (dia 12, dia 12, repita comigo e respiração cachorrinho, vai) – a viação Garcia que não OUSE furar meus planos – e, oh, sem aquele sarcasmo que lhe mancha’lma.

(hehe)

Hoje eu descobri – diria Thunderbird (ugh): “sim, é verdade!” – que eu sou uma dedaleira. Isso aí, moçada, não contei antes porque a escuridão da ignorância me foi implacável. Mas agora eu compreendo tudo! Se você está em busca dessa resposta, a coluna faz essa boa ação, mas só desta vez – porque as bolinhas estão me lembrando que a tarefa miserável do dia é daqui a alguns minutos.

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random: Have a nice day – Stereophonics
E, se não for tão legal assim, faça uma força. Se até eu estou conseguindo (com a revoada toda aqui em cima), isso é sinal de que esperança existe sim, vamo lá!! Ou eu chamo o Paul Rabbit.





26.5.03

In.side


Queria trazer os amigos de (muito) longe pra perto, é só esse o meu desejo pra essa semana. Seiscentos quilômetros é demais pra quem se pauta tanto pelo olhar das pessoas, tenho acreditado piamente nisso. Além do que, se certos termos só o velho portuga mesmo pra definir o significado, "abraço" é universal, e necessário em tempo de tantos hugs via fibra óptica.

Saudade desgranhenta, prefiro os pés gelados a esses resquícios intermitentes da memória me lembrando que você existe e pode ficar grandona assim, ó.

NOTA MENTAL: eu adoro o inverno, mas este nem chegou e já está me deixando triste, e muito, e de verdade. E chega, senão as formigas vão infestar isso aqui.

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random: Flowers in the window – Travis


23.5.03

“Não existe o esquecimento total: as pegadas impressas na alma são indestrutíveis”


Não, a frase não é minha. Aliás, Janaina definitivamente não nasceu para ser publicitária. Frases de efeito não são nem nunca serão o meu forte nem mais ou menos. Sorte de vocês que elas me são a ralé da exclusão do setor fraco, por todo o sempre: amém.

Mas ela me pôs a pensar, o que é bom em tempos de ócio semi-absoluto. Li esses dias num blogue bacana (vide o Bacana, pentelho da Armação Ilimitada – a locução adjetiva, no caso, refere-se a ELE!) a dona se queixar de que o espaço estava ficando “pessoal demais”. O que sinto aqui também, às vezes (olha o eufemismo), e me faz pensar no egoísmo ou não de se dar um fim àquilo que, se pensar bem, diz respeito somente a mim. Tal como a frase do tiozinho, que, citada fora de um contexto, diz respeito a uma situação deveras particular. Às pegadas que estão aqui dentro, invisíveis (ou quase) a quem faz um mínimo de esforço pra enxergá-las implícitas nesse monte de palavra confusa.

A verdade é que talvez eu não saiba mais me expressar. Ou que enfim eu tenha caído em mim e enxergado um lampejo de luz neon (meu bregaside deu pequenos vivas, gentem) na (in)utilidade disso tudo.

Resumindo:

Londrina. Eis minha solução parcial e minha fonte de indecisão constante.

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Hoje tava lá, no adesivo da charanga rosa-choque:
“Eu não acredito em palhaços”
Eu também não, até aquele momento.

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A partir do dia 29/5,

Paula Lima, Pedro Luís e a Parede, um grupo espanhol cujo nome não lembro, e Nação Zumbi, todos confirmados para o Cabaré 2003, evento paralelo ao Festival Internacional de Londrina e que, há semanas, havia recebido o carimbo de canceled por falta de verba. Minha empolgação pro desse ano se resume a um suspiro longo, semi-bocejante. Saudades da cambada fantástica que tocou em cabarés passados, ê, lelê.

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Ë, foi ontem a estréia do Matrix 2, né? Quem contou?
Anw, algum filósofo muito citado em ocasiões pouco agradáveis me diz que a composição pirralhada + filme de ação muito aguardado → combinação altamente explosiva em dias próximos aos primeiros dias de exibição. Como eu nunca fui aquele prodígio em Química (ainda mais com um dos profs demorava exatos 45 segundos pra escrever “vaporização”, na lousa >> sintomático), melhor ficar de semi-quarentena. Persistir no erro é ignorância, não te falaram? Após “As Duas Torres”, aprendi a lição. Vamos ver por quanto tempo, porque, diz alguma tradição familiar do distante reino das Oliveiras, povoado de Garcia, pregos são duros que só.

random: The kids are alright – The Who




22.5.03

É hoje!





17.5.03

“L’essentiel est invisible pour les yeux”
Agora imagine o estrago sem a capa da invisibilidade



“O que os olhos não vêem, o coração não sente”. Já lhe tentaram fazer acreditar na máxima? Você mesmo já se pegou com a cabeça em afirmativa quando pensou na tal, relacionando a alguma, digamos, situação por que tenha passado?

Garota impressionável que sempre fui (oh, garota, minina, mocinha, cuti-cuti, não cresces?), confesso que ene vezes tentei engolir essa suposta verdade, seja pra me enganar, seja pra me convencer de que, pôxa, às vezes é preciso dar o braço a torcer. Será que “a unanimidade é burra”, como disse o seu Nélson? E a todo momento? Pois bem, questionei tanto isso que consegui me tornar uma pessoa flexível; flexível até demais. A ponto de me calar quando, lá dentro, a língua se segurava pra não soltar aquele “escuta aqui” que tantas vezes me fez a fama de escorpiana típica. Não que eu goste de engolir sapos, acho que o ser mais masoquista desse mundo uma hora se enfesa disso. Caramba, né?

Mas por que a vida teima em colocar de novo à nossa frente aquilo que o coração, tadinho, se esforçou tanto pra esconder nas memórias mais remotas e aliviar, com isso, a sua barra? A sua e a dele, claro, que ele não faria esse esforço em todo em prol da razão, essa marcona.

Nem sei por que estou falando isso tudo. E eu nem comecei meu livro ainda, pra sorte daqueles “imortais”. Te cuida, Paulinho da Páscoa.

O fato é que, a exemplo de tantas atitudes nossas de cada dia, os sentimentos, esses canalhas, podem se revelar representantes-mor de uma incoerência absurda. “Amar, desamar, amar” não é aquela pieguice entrecortada por fúteis e efêmeros clímax que um Manoel Carlos da vida tenta provar serem tão simples, tão comuns. É uma tarefa pra poucos, mas privilegiados. E mais privilegiados ainda aqueles que saem inteiros da missão, com um sorriso no rosto, depois de completados todos os passos desse processo tão perigoso a gente despreparada, ingênua e segura demais de si, de suas convicções – e da irredutibilidade delas.

Eu poderia ser mais clara, objetiva, sucinta – afinal, essa é minha obrigação de domingo a domingo, com pausa aos sábados, porque (ainda) sou filha de Deus. Só que, como bem me observaram alguns professores, e mesmo a prática, nem sempre um lead é completo. E, se o é, juntar todas as respostas num único parágrafo não é necessariamente uma regra. Se eu decifrasse melhor aquilo que meu coração sente, depois de os olhos serem poupados por tanto tempo, acho que seria menos leviana com as palavras, ou menos enrolona. Pelo menos eu tentaria, porque a capacidade de compreender e ser compreendido é algo que não faz mal a ninguém. E eitcha bagulhinho mais foda nessa vidinha cadela, ô.

Sabe aquela história de que a gente tem que estar sempre em busca de melhorar, de descobrir, de se desdobrar pra revelar todas as facetas possíveis e imagináveis que podemos ter? Então, acho que cansei dessa idéia. Não sei quanto ao seu, mas o meu coração pede arrego.

Jesus, what a mess.

*

Eu amo o teatro com um amor diferente daquele que eu nutro pela música, mas tão intenso quanto. Provavelmente porque me desperta emoções bastante opostas, como a admiração ou a total e completa antipatia. Ou falta de sensibilidade artística, sei lá. E despertar isso que se faz invisível aos olhos, mas essencial ao coração, traz efeitos colaterais dos mais variados. Isso aqui tudo é prova de que o referido é verdade, e dou fé.

*

random: Shine on You Crazy Diamond – Pink Floyd
Yeah, sir, admiração a esses velhotes idem-ibidem.



14.5.03

Milagres do 102

E hoje, quando encontrei aquele telefone com o nome de quem pensei ter ido embora, agora em novo endereço (e aqui!!!), socs!, pows!, tóins! me tomaram de assalto o espírito. Tá bom, piegas. Mas, pra quem começava a sentir os primeiros sinais da Síndrome Taquicardíaca do Tédio Absoluto, foi simplesmente ótimo.

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random: Alive -Pearl Jam

Registre-se aqui o desejo sincero de que todos os seus imitadores, Eddie Vedder, morram queimados no mármore do inferno, ajoelhados no milho e aliviados com suco de pimenta calabresa.



12.5.03

Informativo Cristão # 1: porque a sua alma tem sede

A cada dia eu percebo que os propósitos subliminares de salvação da humanidade - dos quais este blog está plenamente embutido, em nome de Jesuuuuuuus - têm sido cumpridos com êxito assustador. E quem me diz isso não são os duendes da Xuxa, muito menos aqueles que me acordam todo dia, às 7h30, depois de uns quatro apitos histéricos do rádio (devidamente programado para as 6h35, diga-se de passagem).

Isso quem me conta é uma janelinha azul porreta, que atende pelo nome de “contador” (não, não é o amigo do leão, calma, bete), o mesmo que me diz como as pessoas chegaram a este espaço. E que, desse modo, causa medo, espanto ou simplesmente me faz rir, de ver até onde pode ir a morbidez da curiosidade humana.

Há menos de dois meses, pelo Google, era figurinha repetida chegar aqui pela singela busca veneno para pomba; busca esta diversificada nas opções pluralizada e especificada (no caso, venenos e de calçada, respectivamente). Que tipo de gente gostaria de matar pomba de "calçada"? Mistério. Fossem as pombas da catedral que voam rasante, até diria, em off.

Hoje, com grande alívio n’alma e regozijo pleno do meu ser (ria que nem o Pateta, agora), pude constatar que, não!, este blog não está servindo de inspiração para pequenos atentados terroristas. Não mais. Ao menos três usuários buscando a letra do ursinho pimpão, e outros três à caça do grande Shiniashik (meu guru >> livros de auto-ajuda: escrevê-los-ei*, a fim de ajudar a mim, claro), ou das super legais, bacanas, jóias e supimpas, mesmo, frases de otimismo. Isso é muito gratificante pra uma criatura de Deus que, ultimamente, só tem procurado fazer o bem.

Eu acho que vou pro céu.

* ontem, numa das peças do Filo, "Fluxo" (baseada na obra "Fluxo-Floema", da escritora Hilda Hilst, que amei), um dos personagens soltava essa, abismado com o que havia acabado de dizer: "A mesóclise é como uma cólica no discurso: quando você menos espera, ela vem. E depois ficamos assim, sem ter o que fazer, prostrados diante dela". Era mais ou menos isso. Meio bobo, lendo assim, mas ontem foi engraçado.

Vamo lá, risada de Pateta de novo, criançada!

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random: I just don't know what to do with myself – White Stripes
Agora, menos ainda.



11.5.03

PARA SEMPRE






Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite
É tempo sem hora
Luz que não apaga
Quando sopra o vento
e a chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece com
o que é breve e passa
sem deixar
Mãe na sua graça
é eternidade

Por que Deus se lembra
-mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do mundo,
baixaria uma lei:
Mãe não morre nunca,
Mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora
será pequenino
feito grão de milho.

(Carlos Drummond de Andrade)

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Que a minha (e a sua, seja ela de placenta ou de coração - não que as opções se excluam) esteja sempre aqui dentro, ou lá em casa: que esteja. Nada como, depois do percalço, o abraço final. E recebê-lo num dia como hoje - depois de quatro anos a ver navios, entre provas e trampagens - me faz crer que, no dia das mães (tá, eu sei que é todo dia), a maior presenteada fui eu.




9.5.03

Assim dizia Lavoisier, lembra?

Desculpem-me os adoradores da originalidade, mas, depois que eu li o blog do Fábio , resolvi compartilhar com a multidãããão do meu bloquinho (hehe, o café me deixa irônica) essas palavras que me causaram... arrepios.

(arrepios de lembrar das situações, héin, seus mentecaptos?)

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TEM GENTE QUE ESTÁ DO MESMO LADO QUE VOCÊ MAS DEVERIA ESTAR DO LADO DE LÁ (URGH!)

As dez frases que o jornalista mais detesta ouvir.


1)Se você colocar meu nome no jornal, eu te processo.
2)Mas você vai colocar meu nome na matéria?
3)Posso ler a matéria antes pra ver se tá tudo certo?
4)Olha lá o que você vai escrever, héin?
5)Me dá seu telefone que ele retorna o contato. (Tradução: o cara não vai ligar nunca)
6)Ah, você não vai me filmar não, né? (Para os fotógrafos)
7)Mas pra que você quer fazer essa matéria?
8)Capricha lá, vai, dá uma forcinha pra gente.
9)O secretário só volta amanhã de manhã e ele está sem celular.
10)Você não pode ligar na segunda? (E você precisa fechar a matéria na sexta à tarde)

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Arrepios da mesma natureza me tocaram perversamente a alma ao ler o primeiro verso da versão auto-ajuda (mais ainda, se é q isso é possível) do finado Renato Russo. Aproveitar resto de estúdio, nesse caso, deveria ser crime inafiançável. E pra quem gosta dessas coisas, idem-ibidem.

O frio parece que está indo embora. E eu, acreditando cada vez mais piamente no ditado de que alegria de pobre dura pouco. Se bem que foi engraçado ver a tiazinha (acima dos 60, certeza) de tênis e capote até a cabeça, só os olhinhos de fora. Lembrei daquele personagem do He-Man, que pulava pra atingir os inimigos com o cocoruto. Alguém sabe o nome da criatura?

Aviso aos naviganti:

Colação de grau amanhã, no Moringão (não, Rê, o ginásio não tem forma de cabeção>>> leia com voz de Sabrina). Se você estiver passando por lá, sentir um frio desgranhento pelo descampado da região e não tiver mais nada interessante meesmo pra fazer (e se gostar da Orquestra Sinfônica da UEL), apareça. O chapelão quadrado até que não ficou de todo mau, mas preferia um sombrero.

A cor da faixa pro povo de Jornal - vermelho sangue, bem vivo - tb suscitou indagações n'alma. Oh, que estranho!

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random: Everything's Going On – Yo La Tengo




7.5.03

Por isso que eu adoro o mês de maio

Vai começar, minha gente.
Ces acham que eu ia perder, né? .








Enquanto isso, no reino encantado da Londrina City Park Residencial, neca de Cabaré. Luto parcial, oras.



6.5.03

Depois do discurso mexicano de ontem (he), vamos falar de coisa séria. Isso é um blog de utilidade pública, tá pensando o quê?
Sendo assim,

Atenção, mulherada:


Gato recebe mais de US$ 720 mil de herança na Inglaterra

"Um gato de rua recebeu uma casa grande no norte de Londres e um fundo de investimentos de 100 mil libras (cerca de US$ 160 mil) de herança de uma idosa.

Estimativas indicam que Tinker - o nome do gato - tem oito anos. Ele se tornou amigo de Margaret Layne, 89 anos, pouco antes de ela morrer no ano passado.

O testamento dela, que acaba de ser divulgado, estabelece que, até a morte, Tinker deve ficar na casa avaliada em 350 mil libras (pouco mais de US$ 560 mil).

Margaret Layne não tinha filhos."

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Êêêêêê, lelê, tirem o olho que ese já é meu. Sabia que o meu príncipe seria um gato e não um sapo, eu sempre soube.

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Informativo # 2, a batalha continua

O improvável aconteceu. Acabaram de poluir a web de vez, ela que já é tão cheia de tranqueira. (Fora eu,) Algum abutre curioso? Tem? Alguém mais a fim de cenas de alto teor censurável pela moral, os bons costumes e noções mínimas de bom senso? Então vá lá. Mas aviso que ainda há tempo: Dhomini no Paparazzo é o fim, a derrota disfarçada de júbilo, a sublimação do Photoshop, enfim, é tudo o que vc não deve ver antes de ir dormir, ou antes do almoço. Ouvi?

E eu que havia prometido pra alguém (quem, mesmo?) que não teceria mais comentários desrespeitosos àquele monstro da popularidade, uma das personalidades mais carismáticas da história da TV brasileira. Assinado, Faustôôôôôô.

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random: Say hello to the angels – Interpol


5.5.03

Um post sobre aquele dia, tantos dias



I’m back, mas não daquela Páscoa que eu quero esquecer. Estou de volta de outro fim de semana que me marcou pra sempre, mesmo que outros do gênero me aconteçam na vida, a médio ou longo prazo.

“A primeira (ou única) festa de formatura a gente não esquece”, viviam me dizendo. E, São Tomé que sou, digo que o veredicto é verdadeiro e dou fé. Aliás, acho que como (quase) tudo na vida que acontece pela primeira vez. Difícil explicar as lembranças daquela noite - poderia redigir uma nota sobre o evento, de duração indeterminada (a fonte não revelou o horário em que deixou a festa), que reuniu pelo menos umas trezentas pessoas naquela noite fria de sábado, dia 3 de maio. Dia 3 de maio de 2003 – que, na somatória esotérica de algum numerólogo, não deve explicar muito concretamente o que possa significar. Abster-me-ei, novamente, de buscar essas respostas.

Dia 3 de maio. O contraste entre o estilo descolado, comportado ou recatadíssimo de cada um emenda o feriado do dia do trabalho (que piada esse dia) e põe na labuta longos vestidos, sAltos, ternos combinantes com camisas, sorrisos escapando entre lágrimas. Quatro anos de convivência, paciência, aprendizado – acho que isso é o que me faz crer, entre raríssimos exemplos na docência, que o curso não foi totalmente em vão. Pra uma profissão que nem precisa mais de diploma, fique frau e tente uma vaga em jornaleco, se escrever é a sua praia.

Tão intensos quanto rápidos. Não sei se pela emoção do momento, ou se pela falta de tempo destes últimos tempos, parece que foi há tão pouco tempo aquela manhã em que chorei com meu avô... o jornal, o único que divulgaria a lista de aprovados, sairia apenas no dia seguinte ao do pico da minha ansiedade, controlada a passos rápidos, mas certeiros, da rodoviária (era só lá que eu acharia o exemplar) à casa do meu véio mais querido. O nome naquela minguada seleção, a palpitação de fazer inveja às mulheres de face escarlate que eu detestara nos livros de Alencar, o choro de felicidade (que, até então, desconhecia o que viria a ser), a continuidade do aguaceiro nos braços da minha mãe, no olhar de breve despedida nos do meu pai, na lembrança da minha avó, que havia torcido tanto por mim, mas que não tivera tempo para o abraço final. A ela essa conquista, acompanhada de uma saudade que, tenho certeza, é incompatível com quaisquer besteiras desse mundo que alegra, mas que, não poucas vezes, também entristece demais.

Os desejos de “boa sorte” e “felicidades” adquirem novos contornos, numa fase igualmente nova. O que você espera daqui pra frente?, perguntavam no video. “Se continuar vivo já tá de bom tamanho”, diria o amigo mais querido desse tempo de UEL. Saudades desde já, Fer. E de mais uma pá de coisa de um campus tão lindamente verde quanto isolador, com seus centros a meia légua de distância uns dos outros. Pequenos vilarejos dentro do mesmo espaço, muitas tribos, jogadas todas na mesma caldeira para serem servidas ao calor infame do restaurante. De onde, no fim, vou sentir mais saudades. Ah, aqueles olhares do RU...

Assim como no curso, a edição não foi minha aliada, no final. Faz parte da produção, faz parte, e, sinceramente, sempre gostei mais da tarefa cara a cara da reportagem.

Antes que comecem a não me entender mais (ainda menos, talvez), fico por aqui, porque ainda não ensinaram a Subjetividade Passo a Passo – fascículo 1. Tem coisas que só o tempo mesmo pra dar jeito, outra lição importante que não termina semana que vem, com a derradeira colação.

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Dando seqüência à seção Plagie seu Poeta Favorito, iniciada e abruptamente interrompida há muitos posts, para a felicidade desses nobres cadáveres, hoje eu diria que Pessoa é quem melhor sintetiza esse nó estranho que me enche o peito: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. E a minha cresceu tanto, com tanto fermento que fui e foram jogando, que quando olho pra trás, apesar de passageiro, o caminho valeu muito, valeu pra vida inteira.

Tanx

Já fiz isso, em parte, nos comentários do post anterior, mas gostaria de agradecer, de novo, a todos que, de uma forma ou de outra, lêem com um mínimo de satisfação a notícia de que concluí essa etapa da minha vida. Quando comecei esse blog, não tinha idéia de que forma o caldo entornaria, nem se chegaria a entornar. A verdade é que ele foi espaço pra uma série de desabafos, explícitos ou velados, de alguns desses percalços. O feedback foi muito mais que meros shout outs com smiles animados, garanto a vocês. O que falar então do feedback (e, deixando a coisa ainda mais pedante, tb o feedforward, hehe) dos que literalmente pegaram na minha mão, passaram a mão na cabeça ou disseram o que eu não esperava – mas precisava – ouvir? Tudo a vale a pena, minha gente. E, nesse sentido, eu sou uma pessoa realizada.

Cês tão aqui dentro, bando de chineses.

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Depois de tanto Momentu du Coração (com voz de locutor de pograma Love Songs noturnas de FM, não se esqueça), aviso aos navegantes: começa nesta sexta, dia 9, mais um Festival Internacional de Londrina, o consagradíssimo FILO. Tem início, portanto, a fase do ano mais legal de Londrina, que, por sinal, começa a ver os primeiros gorros de lã saírem às ruas.

Vive les arts!

random: Como nossos pais – Elis

Passe o tempo, passem minhas preferências musicais, venham as rugas ou as aplicações de colágeno, que essa música sempre me trará de volta ao campus da UEL, mais especificamente praquelas bebedeiras de 99.





2.5.03

testando figurinha (azul) no blog azul

valeu, Alex.