1.12.02

Eu não sou pára-raio, São Pedro, cai fora

Tinha umas aulas de pisseudo-psicologia nos dois primeiros anos do curso. De teórica da comunicação, a professora (que, como tal, era uma ótima numeróloga) se arriscava nos campos minados de Freud. Pobres de nós,submetidos àquela sessão abominável de "quem sou eu? O que quero da vida?". Aaahhh.

Com uma coisa, no meio de tanto Pierre Weil, eu tinha de concordar: dias nublados, de certa forma, sugavam a energia das pessoas (atentem para o quão útil a um jornalista é a informação). Sugam sim, pelo menos a minha.

Previsão para Londrina: trovoadas isoladas até quinta-feira, com chuvas ao longo do dia na terça (tô craque em previsão, cuidado). Ou seja: só estou de passagem por aqui. Prometo.

Àqueles que me ajudaram a espantar as nuvens pretas no fim de semana, os sinceros agradecimentos.

A você, em especial. O poder das palavras é miraculoso, mas se pontilhado com uma angustiazinha de saudade vindoura, tanto melhor.

*

S.a.u.d.a.d.e.

[Do lat. solitate, 'soledade', 'solidão', pelo arc. soydade, suydade, poss. com infl. de saúde.]

S. f.
1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia: & &
2. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido.

*

Acho que essa vai ser a tônica do meu 2003. Aliás, deve ser esta a nuvenzona que me deixou estranha esses dias. Não queria reconhecer pra mim mesma, mas, nos momentos mais lúcidos, uma ponta gorda de tristeza me dá um catá, bem no queixo.

Pra ajudar a aliviar o impacto do golpe, sempre há o ser que vem jogar álcool na ferida, sabe como é. Eu quero chá de cidreira, colo e palavras meigas, você me entende? Não parece.

*

Papai do Céu me ajude com os pensamentos positivos no Revéillon, porque eu não vou usar roupa branca de novo.

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