28.3.03

It's all right

Dizem que felicidade é bom quando encontrada nas pequenas coisas, verdade? Não vou discordar. Deve ser mesmo ótimo você dever até as calças, ser traído pelo grande amor da sua vida, comer aquela trufa de maracujá bichada e, ainda assim, achar graciosas as garridas pombas que insistem em cruzar o seu caminho munidas de uma poderosa e certeira cloaca. E o melhor: você sorri para elas e agradece o dom da visão para contemplar cenário tão inspirador. Ah, o outono em nossos corações de marmota...

(nota: a seqüência é me-ra-men-te ilustrativa, graças a Deus)

Entretanto, em verdade, em verdade vos digo: isso é bom, mas nada melhor que se sentir feliz por algo que realmente lhe enche os olhos, custa um preço alto (vocês entenderam a conotação); enfim, daquilo que não é um mero detalhe no dia-a-dia sedento por um sorriso, que seja.

Quem acompanha este blog, assídua ou vezenquandamente (ihuu, professor Pasquale, me pega!), sabe do que estou falando. A ausência desses dias foi uma gosma de preguiça embasbacada da qual até agora penso não ter tido a real dimensão. Isso aí. Eu olhava meu filho e não lhe dava o devido valor; talvez por me lembrar das n dificuldades que enfrentei ao longo destes meses, para realizá-lo; talvez por simplesmente achar detalhes demais a serem consertados, suprimidos ou inseridos. Capítulos de dois dias, capítulos de duas semanas, noites de meia hora de sono, despedidas importantes (e a sensação nada inspiradora que fica depois delas), compreensão de uns, incompreensão de outros. Torcida de gente que eu mal conheço, mas que me parece tão próxima...

Resumindo (oh, a Janaina resumindo??), pequenos infantes que não vêem Xuxa, a quarentona, é o seguinte:

* Jornalistas Sob Controle - A Censura à imprensa de Londrina no Governo Militar Pós-64 foi apresentado, aprovadíssimo e tirou das minhas costas a charrete de paralelepípedos que eu sentia estar carregando, em certos momentos. "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena", não? Pois bem, a minha está revigorada e do tamanho dum jogador de basquete (a alma, não o ego, ok?).

* A nível de perspectiva, enquanto futuro, a título de realização profissional, o livro-reportagem recebeu a indicação para ser publicado; isso vai acontecer depois de uma segunda revisão e edição.
Sem demagogia, até porque não uso esse espaço para mentir ou ludibriar quem gasta seu precioso tempo lendo-o (rárárá), a notícia é antes um relato emocionado (vocês não viram nada...) que um álibi para me vangloriar. Foi legal, extremamente foda, e mais foda ainda ouvir os gritos loucos da minha mãe, ao celular, dizendo que "já sabia" da nota e talz. Tá.

* Deliciosamente estranho, tudo isso. E a consciência leve é uma sensação inigualável. Desejo a você essa coisa assim, serelepe. E que seja eterna enquanto dure = )

Uou, que hoje eu tô ótima na seção "Plagie seu poeta predileto", affeee

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As expressões de incerteza de alguns colegas em busca de trampo, ou mesmo eu não poder me afirmar nem estudante, nem jornalista independente (de quem você entender), contudo, me fincam os dois pés ao chão. A tarefa (ou 'selva', dizem uns) começa mesmo agora.
Tudo bem, eu não acredito mesmo mais em coelho da Páscoa, nem em que a galinha bota ovo por debaixo da asa...
Nesse caso, talvez a consciência pese por eu não ter escolhido a carreira política, hehe

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Nota mental: surpresas agradáveis e um puta companheirismo na apresentação me abriram novamente os olhos.

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random: Here comes the sun — Beatles



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