6.3.03

Deixe a luz apagada, por uns minutinhos

Hoje eu queria qualquer coisa, menos a sensação que ficou depois daquela despedida. Tiraria sarro do meu pé enfaixado, mas lembrei a trabalheira que ele deu pra mami, pra mim (não tiro mais sarro da Shirlêi, a coxa da novela), e o quanto esse bestinha ainda teima em doer. Não, deixo meu pé em paz. Por enquanto – mas ele que trate de cicatrizar logo.

Agora eu queria ouvir aquela música que ouvimos aqui, quietos, nos ombros um do outro. Mas eitcha musiquinha triste; eu não posso sair de casa, quanto menos beber, então é melhor esquecê-la por uns dias. Só que não tem jeito; essas coisas da vida “botam a gente comovido como o diabo”, e, tá bom, eu sou meio masoquista mesmo. Quer curtir uma fossa? Me liga, o que tá esperando?! Ou escreve pro meu e-mail, respondo por laudas. Aliás, antes de jornalismo psicologia era uma intenção. Sorte sua.

Espero que o violão não saiba que o retorno é demorado; se ele desafina, coitado, vai ficar cantando que nem o Xororó mesmo, porque eu não me arrisco. Você sabe que não. O dia em que ele cansar de ‘Por enquanto’ (por que ralhos eu insisto nessa bendita, oh céus??), pode ser que não saiba mais nenhuma. Ô, dó.

O cinema, bem, este não sei se poderá esperar. Sabe como são aqueles papos pseudo-jornalísticos, né? Tenho que estar por dentro, meu. Atualizada, essas coisas. Da globalização, entende? Outros sábados virão, outros atrasos também, não pense que eu vou mudar tanto, até lá. Já basta o cabelo, que tão cedo não vai ter aquele look-repórter-da-Globo que você tanto me alugou uns dois anos atrás. Ainda lembra?

Restaram as fotos e a lembrança das palavras mais meigas que alguém me disse e, sei, que ninguém mais as dirá. Que o aperto seja passageiro, os dias também. Tantas lendas cercam esses tipos de relacionamentos de quilometragem definida que eu já me enchi de todas elas. Conforme o combinado.

*

(Uma parte de mim deixou Londrina hoje)

*

Nem precisava escrever tudo isso. Lembre daquele dia, Teresa Salgueiro nos embalando. Como agora.

*

Haja o que houver - Madredeus

Haja o que houver eu estou aqui
Haja o que houver espero por ti
Volta do vento oh meu amor
Volta depressa, por favor.

Há quanto tempo já esqueci
Por que fiquei longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei
Quem és pra mim
Haja o que houver
Espero por ti



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