9.2.03

Pro dia nascer feliz

Fazendo coro ao amigo querido Fadini, deixo aqui minha irrestrita solidariedade pelo sentimento de senilidade que acomete o mesmo.

Hoje foi a minha vez. E tudo começou com um “tia, dá licença?”. Cacilda Becker!

Não sei qual a representação que cada um faz das feiras livres no seu mundinho simbólico. Pra mim, elas sempre remeteram ao sábado de manhã, em companhia de meus avós ou dos pais; as frutas fresquinhas, verduras idem, carrinho cheio. E, claro, o pastel consagrador, porque eu tinha o meu preço.

Não que hoje esses antros de leguminosas e suas colegas tenham deixado de lado a frescura, imagine. Só não estava acostumada a visitar o espaço sozinha, num domingo de manhã, tendo de escolher quais frutas ou verduras iriam pro saco, literalmente. A tarefa, de uma certa maneira, sempre foi conferida às minhas duas mentoras alimentícias e espirituais; daí todo o meu estranhamento.

Concentrada na difícil arte de contar um cacho de bananas, o japa da banca me lasca um “vamo levá, minha senhora?”. Olhei ao redor; só havia eu naquele ângulo. Iiiááá, pensei. Mais umas bancas de caminhada, entre um poddle besta e outro, com suas "mamães" (putz...), confesso que senti enjôo das vozes infantilizadas lançadas a crianças de sina perversa. “Ô meu amô, qué uvinha? Vamo fazê uma comida bem totosa com essa couvinha?”. Ah, que nojo.

Talvez eu tenha perdido a paciência com essas pequenas demonstrações de afeto. Ou não, talvez eu esteja mesmo me tornando uma velha rabugenta sem saco até pra fazer feira. O tempo dirá, meus irmãos...

*

SMS consagrador: horário de verão termina no dia 16 de fevereiro. Salvem as madrugadas que, a partir desta semana, até as primeiras de março, quero executar meu plano de trocar os dias pelas noites. Labuta, nêgo, pero sin perder la ternura jamás.

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random: Tempo perdido - Legião
- véia, mas apropriada.



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