4.2.03

"O essencial é invisível aos olhos". N'est pas?

Hoje eu cometi uma pequena maldade. Sem intenção, talvez (os deuses da comida me julgarão), porém a consciência deu pequenas olas de moralismo.

Ir a bancos, defitivamente, é uma sina ingrata. Nunca gostei da tarefa, não me senti "mocinha, já", quando fiz a primeira transação, aos 12 anos (grandes coisa isso com a atual geração de jovens nerds), não vejo nenhum aspecto positivo em ficar em pé com outras pessoas na fila.

Hoje eu não ficaria na fila, é verdade. Também não imaginava que cada ser à minha frente pudesse levar, em média, 40 minutos de caixa praquele tipo de atendimento. Uou, só 35 à minha frente? A tarde vai ser divertida, vivaaa!

Mas bolas de cristal, bem como capa da invisibilidade, máquina do tempo, aparelho de dar choque nas mãos dos outros e de mudar o som da voz, ao telefone, ainda são bens de difícil aquisição por essas eras. Não poderia imaginar que a CEF pudesse ser tão inglória a seus visitantes e fui ingênua. Sim, fui.

*

Segundo a menor* - de 30 - J.O.G., a degustação de um pastel é, acima de tudo, uma atividade socializadora. "É mais divertido acompanhada", explica, sem apontar os mecanismos da estranha motivação. Foi pensando dessa forma que J.O.G., na tarde desta segunda-feira, tomou posse de dois desses pedaços de massa frita, devidamente preenchidos com alguma mistura de frango e cheddar, e se dirigiu ao banco. "Eu os comeria em casa, pois achava que seria só uma passadinha, papéis assinados e pronto!", defende-se a infratora.

A menor não esperava, entrentanto, que o cheiro da mercadoria provocasse efeitos imediatos em alguns clientes do banco. Alertada pela segurança de que o cheiro estava bom demais, ela não se intimidou e decidiu esperar, com a comida poluindo o recinto. "Não foi por mal! Nunca imaginei o impacto biológico do cheiro de pastel na atmosfera de uma agência bancária", justifica-se.

Alertada, a 10ª Subdivisão dos Vigilantes do Peso de Londrina compareceu ao local para tomar as devidas providências, mas as divinas foram mais rápidas. Enquanto os vigilantes retiravam alguns intoxicados para tratamento à base de rúcula e agrião, a menor observava a cena, do outro lado da rua, escondida atrás de um copo de suco de goiaba e de um riso assustado.

Além das testemunhas, a única prova que os vigilantes têm até o momento são fitas do circuito interno de video da CEF. Numa das imagens, J.O.G. vê um garoto obeso a seu lado que, agressivo, lhe pede "um naco aí, tia". A reação é chocante: a menor tira o pastel, dá uma mordida e, depois de comer o primeiro pedaço, deixa a agência. E o garoto, trêmulo; um pouco verde.

A delegada da 10ª alerta a população: "Denuncie esse tipo de crime, minha gente".

* o termo aqui se faz necessário. Anw, evite-o e seja mais feliz.

. . .

CEF, essa é uma parte da minha vingança por ter ido pra casa tirar uma soneca enquanto os glutões passaram a minha vez na senha. Que raiva da burocracia, e que estupidez a minha, Batman!

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Ei, meu preconceito contra gordinhos não chegou a tanto. Ainda não.

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Mas que eu infestei o recinto, ah, infestei.

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Apesar de não saber quais as vantagens disso.

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Nossa, fevereiro chegou. Socorro, padinpadiciçu.

Atenção: Se você já fez a sua boa ação da semana, clicando em algum mala do BBB, não deixe se prestar sua solidariedade ao Fundo Mútuo Bloco de Notas. Faça uma criatura mais feliz. Como? É simples!

Basta você sugerir formas do dia ultrapassar as convencionais 24 horas. Isso aí, moçada. O fundo precisa de horas! Horas! Porque fevereiro é muito curto para quem tem urgência e pouca inspiração. A premiação será divulgada no decorrer do concurso, a fim de se evitarem fraudes apocalípticas.

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random: Good night now - The Datsuns


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