27.2.03

Pausa da leitura

Começo de feriadão é tudo a mesma coisa. Não tem o que pôr nem tirar. A cidade vai ficando com cara de muchocho, a universidade começa a competir com aquelas paisagens do Saara (sob os 36 graus de hoje, então, perfect), os que ainda trabalham na quinta e na sexta sustentam aquele ar de “tá por pouco, véio”.

Pra contemplar a falta de emoção, uma loja de informática daqui do centro resolver inovar e atrair a desanimada clientela. “Super promoção de canetas, aproveite”. Uou.

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Cada um tem suas manias, não me venha querer bancar o diferentão. Umas mais, outras menos estranhas. Numa parte da minha aborrecência, não sei por que bugalhos levava a mão à cabeça sempre que tomava água. Contando os goles – os quais não poderiam jamais terminar num número par. Cresci (na estatura) e passei a observar as combinações das placas de carros. Especialmente as letras. Houve vezes em que achava mesmo que determinadas placas estavam predestinadas – a CKZ da vizinha solteirona e marrenta, ou a delicada KCT dum Chevectra rosa-choque terrível que teimava em obstruir a garagem do meu avô. Em dezembro passado, depois da balada de sábado/domingo, um carro à nossa frente (placa AMO) mostraria mais que dois pombinhos ao volante: era um dá-ou-desce legítimo, com o despudorado casal conferindo a eficiência do silicone, em pleno semáforo. Realmente, love dos quentes.

Hoje eu invoco menos com as placas, mas confesso que nomes de estabelecimentos comerciais também constituem atrativo a essa mente mais à toa na vida. Dois me são particularmente carinhosos, devido à carga simbólica que carregam. O primeiro, numa cidadela aqui perto, tinha uma única porta (pela qual duas pessoas não passam, é verdade) e um letreiro cachorro de mal pintado. “Butiqui Fiki Xiki”, assim, personalizado com a letra da Rainha.

O outro, da capitar aqui do Estado, pouco ostentava do ar pseudo-europeu das demais construções e paisagens. Botecão com aqueles mesmos velhos na porta olhando a ‘outra’ paisagem. O nome, bizuco: “Espetinhos Miau-Miau”. Cuidado com as brincadeiras; não engane seus amigos. Se você quer o legítimo espeto do bichano, já sabe aonde ir.

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E dando prosseguimento à campanha por um carnaval sadio, vamos a

Mais frases de otimismo:

"O homem não morre quando deixa de viver, mas, sim, quando deixa de amar" (Mário Quintana)

“Não faz da bitoca de hoje selinho tolo e sem sentido; podes carecer de cola, amanhã” (anônima)

Arrepiei.

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random: Just - Radiohead


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