30.1.03

Um banho de água fria, enquanto há tempo.

"Isso aí".

Isso aí, é isso aí. Isso aí!

Essa é a expressão dita em 6/5 das vezes em que falo com o porteiro noturno aqui do prédio. Precedido por um oooooow, alongado assim, verdade.

Mas... "é isso aí" - CtrlC CtrV em Seu Zé. Dia mais cansativo do meu curto 2003, hoje eu tive a dimensão do que me espera, e, antes que comece a bater dor de barriga de desespero, ou tremedeiras que a valham, dedos pra que te quero.

Além do que, este blog anda imbecil demais pra tempos tão conturbados. E eu não falo de pedreiros de salários baixos, nem de estupidez semelhante. A minha, não a dele.

O que antes parecia ser uma piscina rasa (eu até estranhava) se tornou um oceano de maré braba e tubarões em volta. E com aquelas algas horroríveis nos pés. Aaah, odeio aquilo. Dá "gastura", diriam uns amigos paranaenses, adeptos da estranhíssima "patente". Mas isso não vem ao caso.

E o pior: o capitão do navio deixou o leme nas minhas mãos, em plena borrasca. Devo ter jogado bolas de gude chinesas na cruz, em outra encarnação. Putz, se devo.

. . .

Quem nunca se viu diante de situações-limite na vida, ahn? Se você é a exceção, por favor, me passe a receita cheio de boas intenções, que eu vou mandar patenteá-la. E, aproveitando a oportunidade, ainda invento o elixir da eterna vigilância, aquele mesmo, que não tem pó de guaraná nem cafeína alguma capazes de superar.

*

A spider web and I'm caught in the middle
So I turn to run
And thought of all the stupid things I'd done


aahhh...

*

Isso aí, crianças. Beijo de boa noite na testa, que a viagem é por demais longa.

. . .

final track: Thank you - Led Zeppelin

N.E.:

- não aceito campanhas pelos comments. Por telefone talvez eu seja subornada, coisa difícil (hehe)
- abaixo qualquer tipo de censura. Até a sua.




28.1.03

Watch out

Cuidado com o que você anda emprestando. Aliás, cuidado com a pessoa de quem você anda emprestando. Disus-Mary-Joseph.

*

Querido diário,

ontem, eu senti a consciência mais pesada que o de costume. Não, não ingeri misturas malignas de substâncias perniciosas - aprendemos, eu e meu fígado, a lição daquele fatídico janeiro.

Dentro do coletivo, com pessoas simples, o cobrador e o motorista conversavam miudezas do cotidiano. Com o pequeno veículo amarelo parado, num ponto distante do terminal (em pedaços, por sinal), falavam dos assaltos naquela região. Gelei.

"O pobrema é só o estresses (da abordagem). Eles num mata, não". Ah bom, né, Zé?

O motorista, reclamando do salário de 200 pilas, preferia não condenar os trombadas. Falava ainda do filho, pedreiro, que ia se casar porque “já tava ganhando 150 real”. Minha nossa.

E eu reclamando da chuva. Da chuva!

. . .

Amigo diário, eu vou carpir quintais abandonados. Londrina tem uma série de fundos de vale em condições precárias, e eu ainda sou jovem, apesar de tudo. Adoro atividades físicas!

Adeus, colega diário. As datas eu carpo amanhã; hoje eu tentarei contatos petistas pra levar pessoalmente minha reclamação ao amado presidente. A Davos.

Love,

Sua escrivã.



u a t ?

Nem acredito.

A barra de minha calça chegou seca ao antro serviçal. Hmm, estranho. Deveras.


27.1.03

Raspa o mofo daqui, ó. E aqui, e mais aqui

Céus. Pela madrugada. Pela mãe do guarda. Deus amado. Jesus-Maria- José. Acuda. Socorro!

É, a lista de interjeições de espanto seria interminável se eu decidisse pôr todas as alternativas possíveis.

Se você estivesse na minha situação – e na de outros quase 600 mil habitantes desta cidade –, seria fácil entender comportamento tão redundântico no trato às palavras.

Como chove, minha gente. Como chove.

E não é falta de assunto. Eu juro. Queria falar do super queijo favorecido por super-vacas transgênicas; ou do tratamento xenófobo que o ilustre presidente do PT recebeu em terras gaúchas, com um ovo na testa, tchê (talvez porque não estivesse usando bombacha, mas bah), ou, ainda, da iminente guerra que uma criança mal-criada, má e birrenta anda querendo fazer por terras de tio Saddam. Que ganas de socar este pimpolho...

Viu só? Falta de assunto não é problema. Avaliado o quesito “grau de interesse” que você julgue nos participantes, entretanto, pedimos a gentileza de não se manifestar.

O fato é que, mesmo privada de um (valeu, God), já estou sentindo dores sacais incríveis de olhar pela janela do quarto e ver... nhaaargh, não ver nada, porque a paisagem está simplesmente branca. Inundada de uma chuva chata, intermitente e, pior, que me castiga exatamente nos momentos em que dou aquela saidinha furtiva.

Talvez seja Londrina se rebelando contra os rótulos de “Pequena Londres”. “Querem chuva? Querem fog? Pois bem, seus pilantras que nem feriado me deram no meu aniversário. Tomem isso. E mais isso. Ua, ha, ha, ha, ha...” (...)

Não, de europeus não temos nada (não falo pela raça polaca, não sou estúpida), quem dirá o clima. O fato, eu repito, é que me enchi dessa chuva. Olhei as axilas hoje pra ver se não estavam começando a embolorar; os dedos dos pés, se não indicavam sinais tímidos de esfarelamento; o cabelo, se não dava os primeiros gritos histéricos clamando pelo fim da hidratação forçada. Está tudo úmido, tudo mesmo. Até este blog, aguado que só.

*

Se alguém souber uma simpatia (menos a de Santa Clara, faça-me o favor) para dias mais sequinhos - não esturricados - voltarem, prometo como prêmio uma sombrinha preta seminova, com um botão porreta que fecha a dita cuja. Fácil, rápido e sem sujeira! Enquanto isso, acho que vou tentar uma dança da chuva ao contrário, com homenagens ao deus sol do império Inca. Vai que ele me ouve e, como brinde, ainda me manda pro Havaí?

*

Lula, me leva com você pra Davos. Me leva que eu vooooooooou, o, oooou

(olhe o que a água no hipotálamo não faz.)

*

random: Who’ll stop the rain – Creedence Clearwater Revival




Eu desejo...

* um quibe assado cru, acompanhado de apetitoso suco de berinjela com manga;

*café extra-forte em cavalar dose intra-venal...

a quem se mantiver puro na fé e ingênuo o bastante pra achar que o mundo (ho.ho) vai acabar em fogo. CHEGA, Saint Pierre!!!


25.1.03

Um pouco de azar não faz mal a ninguém.
Quer?


Às vezes a imagem do dia na minha cabeça é a de um copo com água, cheio até a borda, com uma gota caindo e mandando outras mais às favas.

Grande coisa, você pensaria. Até eu.

O que tem me irritado (e, aqui, não tem pomba capaz de competir) é a freqüência com que isso tem acontecido.

*

Dia desses, a mega-memória de Janaina Malazarte esqueceu a veneziana aberta. Num dia de chuva torrencial, com ventos de pelo menos 30Km/h, segundo o INFOTempo, meu amigo de todos os dias. O fato é que quase eu perco, de uma tacada só, com várias gotas, TV e telefone.

Hoje eu perdi meu drive de disquete. Ironicamente, por um vírus desgraçado que detonou seu arquiinimigo, sr. Norton, já cansado de guerra, pelo jeito.

Cuidado com o Kazaa Lite 2.0, crianças. Eu avisei...

*

Pra ajudar, nunca me imaginei tão perdida em tanta informação. Socorro, CVV. Vou pedir ajuda ao nosso senhor dos Pretinhos, aquele mesmo, do Cirilo (vide "Carrossel", aos não desmemoriados dos anos 80), o menino do carrinho chicoso. Uau, quantas emoções.

*

Putz, como eu queria estar em Sampa hoje. Como. 449, héin, filha??

*

random: Yellow (acoustic) - Coldplay




24.1.03

Diga-me com o que sonhas, e eu te direi que és louco, bixo

Sabe aqueles cochilos tão bons, depois do almoço, que (dizem os médicos) despertam até defunto de ressaca e (dizem teus amigos mais sinceros) criam aquela barriguinha malvada? Pois bem, descobri que minha sina por este mundo errante é evitar esses luxos. Mesmo em dias de chuva como ontem (quanta chuva, god), mesmo sob efeito de remedinhos pra enxaqueca. Que sono, meu reeei.

Apesar de a hipótese não ter uma casca de unha de empirismo, ela me assustou mesmo assim. Rápidos como o ladrãozinho do metrô, meus 20 minutinhos me custaram dores terríveis pelo corpo. Dores cavalares, no melhor sentido do que um coice pode representar.

Hoje, relatando suas aventuras dantescas por águas do litoral paulista, as duas Paul Tergat (é, faltou pouco) que comigo vivem me fizeram, sem querer, lembrar do sonho da sesta. Além de morarmos numa casa com sótão aberto (?), de madeira (portanto, su-per resistente a chuvas. Ass.:Sérgio Naya), a irmã de uma delas “brincava” comigo simulando uns golpes de body combat. Isso aí, aquele esporte tão ardiloso que mistura, entre outros esportes menos amigáveis, boxe e caratê. Iiiiiiiiiiiiiiáá, Danié sã.

Talvez por estar comendo pouco feijão e abusando de massas pouco nutritivas, meu poder de reação – até em sonho – estava realmente um fiasco. Tanto que tomei um chutezinho, de esquerda (e, segundo minha algoz, “de brincadeira”), bem na altura da nuca. Imagina Maguila com ímpetos pueris. Cruz-credo. Pobres coleguinhas.

Sonhar com massagistas 24 horas é missão impossível, porque o meu inconsciente, de tão pilantra que é, só seleciona aqueles detalhes mais descartáveis e bestas do dia.

Mas, também, pra que aliviar a tensão de uma semana desgastante com um belo relaxamento muscular? Pra quê? Tanta criança passando fome na Etiópia, e eu me importando com umas coisas inúteis dessas... Eu, héin.

*

Random: Assim, assado – Secos & Molhados




23.1.03

Uma caçarola de ferro, por favor

As pombas me irritam de longa data.

As pombas-frango da Catedral, as da banca do Correio central (minha favorita, que merda), aquelas que quase me atropelam a idéia com seus vôos rasantes ao lado do centro comercial. São muitas dessas cachorras.

Hoje eu queria que o Boticário inovasse em suas fórmulas (pra que existe a engenharia genética, pô?) e criasse um perfume à base de veneno. Não pra humanos, claro.

*

Um tempo atrás, a notícia de que teríamos ar condicionado na agência me deixou toda serelepe e faceira. Trabalhava à tarde, então ouvir aquilo fez um bem enorme a nossos corações.

Hoje, no turno da manhã (bem mais fresco, Batman), vejo que tanta tecnologia de nada me serve. Sorte de meus colegas de trampo, que arderiam no mármore do inferno vespertino não fosse a cheirosa aquisição.

Cheirosa o escambal. Não é que as pestelentas frangas disfarçadas (que adoram cantar pra mim a sua sinfonia catatônica) ficam sapateando na parte externa do equipamento? E eu, pensando se tratar de respingos de chuva molhada, sou enganada a cada nova manhã. Estúpidas. Tomem tento, que a partir de amanhã eu venho de Indiana Jones e deixo vocês desgostosas, transmissoras de vermes.

*

Isso que dá acordar cedo com chuva braba e ter de achar tudo normal. Ah.

. . .

random: And I wil be with you – Mr. T Experience



22.1.03

Isso aqui não é capim, poxa

Lendo o blog do Galão, que falou de um CD de que eu gosto tanto, lembrei de um momento de terror no meu fim de semana. Não seria, se eu fosse mais prudente e soubesse poupar dinheiro gasto com tolices. Tadinhas. Elas ficariam tristes de marré deci se eu me esquecesse delas...

A epifania, tola que só mesmo este blog pra ter a cara de pau de citar (e, de quebra, expor a total falta de assunto que lhe acomete), se deu por um lapso, na verdade. Havia esquecido o quão escandalosamente caros são os CDs importados nesta terra quente de latejar cocos mais sensíveis.

Roseland New York, álbum ao vivo do Portishead, por módicas 85 pilas. Não sou afeita à pirataria (a menos que se criem cópias perfeitas dos encartes, aí a gente conversa), mas de assalto um sentimento contraditório me chicoteia a alma.

Eita profissão cachorra. Ainda aprendo a lavar dinheiro, ê, se aprendo.

. . .

random: Head on - Pixies





21.1.03

Naftalina

Rita Cadilac e Bozo disputam um game na MTV. Quem disse que essa é emissora pra jovens põe o dedo aqui, que o tuninho vai fechar.

*

Aos que ainda crêem na balela (assim como em coelho da Páscoa, ou que o próximo Senhor dos Anéis terá só duas horas de duração. Há.), uma notícia curiosa: o programa Fica Comigo (que, eu sei, muitos marmanjos assistem, em razão de ser bem apresentado) terá a versão para idosos.

*

Antes que eu teça algum comentário mais estúpido, melhor parar. Até porque isso aqui tá muito, tipo, muito teen... Give me a break, tio.

. . .

random: Take a walk on the wild side - Velvet Underground

ps.: falei de Curitiba e, numa de minhas pequenas decupagens de 20 páginas, um dos entrevistados, londrinense, lançou algo do tipo: "Nós jamais aceitamos ordens de curitibocas". He. Quanto ódio. Coração famigerado, esse. Mas eu gostei da expressãozinha, por Deus que gostei!





19.1.03

Inveja mata, sabe?

Já havia dito que o pior das viagens é a volta ao lado de bebuns sem noção de ar puro. Hoje, quatro módicos dias sem saber o que é internet (héééin??), descobri que o pior são os spams que se acumulam. Malditos emeios.

*

É com certa emoção que falo isso, meu garoto. Disseram-me há adolescências passadas que o curitibano era um ser prepotente (esse era o adjetivo mais dócil), mal educado, metido e outras coisas mais convidativas. Pois bem, uma dezena de "bom dias" e "felicidades pra você" ditos com uma expressão nada despótica fizeram o estigma plantado em terras londrinenses e paulistanas se afundar na terra vermelha. Ao menos, até que me dêem motivo pra tirar a raizinha pra fora.

- Pessimysticus, meu amigo, não pense que toda a leveza dos seres era em razão desta smeagol que vos tecla ser uma turista. Não, não. Não pode ser!

*

Até que eu tenha condiçõe$ de viajar em ônibus leito, sem aquela maldita poltrona que me faz escorregar dez em cada 11 vezes, pouco falarei aqui de minha passagem pela capital curitibana; digo, paranaense. Um bocado de minhas impressões (até porque a única interessada em ler isso serei eu, daqui uns anos) se resume a dois pólos de Curitiba que, a meu ver, são bastante contrastantes. Mas sem contraste social, please, que o PT já chegou lá, cumpanhêro.

O primeiro, o mercado municipal. Se memória olfativa não falha, desta vez é que ela não exitará meessmo em se recordar de tão convidativo lugar. Deveras agradável. Senti uma ponta de inveja no osso interno do cotovelo por Londrina não possuir semelhantes instalações. Espaço, mercadoria e gente voraz em bons produtos não nos faltam; não sei o que acontece. Estimo muito o mercado Shangri-lá, mas não é a mesma coisa. E a distância, pra quem é bípede e dura como eu, atrapalha. Ô.

O segundo espaço, na verdade um lugar, de tão grande, é o Novo Museu. Aquele lá, do olho do Lerner, cobiçado pelos olhos paranaenses que ficaram de fora da festa. Magnífico o lugar; acho que, a menos de viaje um pouco mais pra ter mais conhecimento de causa (difícil, héin?), vai ser muito difícil ver outra maravilha da arquitetura moderna como aquela. Salve, Niemeyer. O elevador que dá acesso ao famoso olho (que, de dentro, parece uma colméia) é apenas um detalhe. A diversidade de obras (muitas, mas muitas, mesmo, arte cinética), o bosque que faz fundo à construção e ela, em si, deixam atônitos quem vê certa beleza na ação humana. Uou, uou.

O resto, bem, o resto (nem tão resto assim) foi, no mínimo, compensador. Entrevistei pessoas fabulosas que, com suas palavras e experiências de vida, acenderam aqui dentro uma chama jornalística que já começava a ficar quadrimetrada pela rotina, ou pela faculdade que pouco diz do que encontramos de fato no dia-a-dia. Quatro anos... Bem, isso - assim como a paisagem misturada de lindas construções antigas e inúmeras praças e livrarias (eba) - já valeu as horas de viagem, o sol desgraçado a caminho do museu, enfim, já valeu pela certeza de que estou naquilo que quero. Masoquista ou não, pelo menos a escolha é minha.

Agora vamos à parte chata: decupagens. Iahhh. Quer me ajudar? Então registre-se no Fundo Mútuo Bloco de Notas e faça uma entrevistadora mais feliz. Já pro trabalho, Isaura.

selected - Don't know why - Norah Jones




10.1.03

"Haja o que houver, eu estou aqui..."

Voltei, por uns instantes. Apenas pra dar uma dica, depois de um e-mail desconhecido nesta sudorenta manhã de sexta-feira.

"Quem gosta desse grupo normalmente tem bom gosto cultural e boas intenções em relação à humanidade...", dizia-me o final da mensagem. Uou, quanta consideração!

Se pelo menos não é 100% verdadeiro (mas eu juro que me esforço!), o comentário me trouxe de volta à memória uma das coisas mais belas que já vi nessa minha vidinha, sô. Trouxe ainda a certeza de que, dentro em breve, espero, aniquilarei as módicas economias para pessuir um DVD. Ish'allá. Oxalá.

Para quem não conhece, o Madredeus é um grupo musical de Portugal, de quase 16 anos de estrada. Som belíssimo, impetrado pelas “guitarras” de músicos geniais – destaque para o compositor Pedro Ayres Magalhães, simplesmente fabuloso -, mas atenção: jamais confunda, devido ao nome, com alguma banda gospel. Já tive ganas psicopatas ao ouvir isso de vendedoras incautas. “Madredeus? Peraí, ‘bem’, vou ver aqi no Gospel”. Nhaaargh.

*

Ano passado, lá pela metade de abril, abri a página de diversão/cultura do Estadão e a surpresa da notícia: os portugas estariam no Brasil, e já em maio! Enviei a notícia a mio amico, com um só comentário: “Vamos?”. Ele toparia, claro, mas pensou ser uma brincadeira. Não era. (...)

Superados os empecilhos de ser em um teatro na pqp de São Paulo (Santo Amaro; eitcha lugarzinho longe); das pa$$agen$ até a capitar, da hospedagem y otras cositas más (só o capítulo “Ingresso” daria um tomo; deixa pra lá), um detalhe importante (eu reconheço, tá?): o show, num sábado, antecederia o Dia das Mães. Sim, com maiúsculas. Preocupação maiúscula too, resolvida com um convite.surpresa.fatal:

- Mãe, que quer ganhar no dia das mães?
- (resposta padrão das mães)
- Pra eu não me ferrar com presente errado e a sra não ficar mais ferrada ainda, diga se aceita o que quero lhe dar.
- ?
- Show do Madredeus, sábado que vem. Pode arrumar a trouxa, que as passagens e os ingressos estão aqui!

Coitada da minha mãe. Eu soube depois, por fonte fiel, que ela também contou os dias para a visita dos Crocodilos Dundee à metrópole. Apesar da resistência inicial, que charme faz parte, né?

*

Hoje as imagens da Teresa Salgueiro cantando e encenando uns passos portugueses me causa até certa tristeza, de tanto que aquilo me marcou. É, estranho assim. Três bis, 1500 pessoas clamando por “O Pastor” (lembra da abertura da minissérie Os Maias, oh gajo?), 1500 acompanhando em “Haja o que houver”.

Tudo bem, os brutos também amam. Eu, que até então só chorara em poucos filmes, me emocionei toda com a cena, com a música, com a beleza daquilo tudo. Foi a primeira vez na vida – sério – que conheci o verdadeiro sentido da expressão “choro de felicidade”. Danem-se os blasés, que eu sou de carne e osso (mais isso), pô.

Acho que já falei demais. Mas nunca, amiguinho, nunca mesmo vou me entediar ao comentar algo dos madredeus. Talvez por uma questão de cultura, que preservo nos fados que ainda escuto, ou nas lembranças das poucas conversas que tive com o meu avô, da terrinha. Uma pessoa sem memória também é uma pessoa sem história, desculpem-me o plágio descarado, mas essa é a minha verdade.

Até um dia, porque este bloco entra em recesso indesejado devido às atribulações de um ser ordinário chamado TCC. Uma ou outra passagem por aqui, talvez somente para relatar nova aventura de Janaina Dundee – desta vez, em terras curitibanas, semana que vem. Razões igualmente tccétias, mas já rende alguma coisa, visto o meu confinamento aqui no norrrte do Estado, há 4 anos.

Se cuidem, crianças. Que o tempo não pára...

Random: Oxalá – Madredeus



6.1.03

Give me some Tropicola, please

Poucas palavras me atraem uma atenção especial, é verdade. Acho que, talvez pela sonoridade, eu tenha de trair o Português e eleger a linda matière plastique (do francês, "plástico") como a que mais me impressionou.

Coisa boba, né?

Talvez - se uma das infelizes (que, por sinal, não me apetece) não me dissesse 'bom dia', 'boa tarde', 'boa noite' e 'boa noitada': fastio. Assim como os abomináveis Sílvio Santos, peru de Natal, Sérgio Malandro e Tropicola (de longe, a pior), não desejo isso a ninguém.

*

Isso é pra eu aprender a não taxar de demagógicos aqueles sujeitos que pregam o tesão pelas coisas. Aprende, biju amanhecido.

*

random: Beth Gibbons - Show


5.1.03

I'm not dog no

Ô, profissãozinha mais cachorra.