29.8.02

So easy, so shit

Poucas coisas na vida me satisfazem tanto quanto perceber a coerência nas atitudes de uma pessoa. É claro que nem sempre isso é possível (pois acredito viver num mundo facilmente corruptível), mas tento fazer da máxima algo efetivo na minha vida.

Costumo dizer que, se o sujeito prestasse atenção à letra de uma música –e, principalmente, à da música que ELE canta –, daria uma inestimável contribuição à sua auto-coerência. Ou não, dependendo do gosto...

Hoje, grazadeus, eu percebi que estou no caminho. Busão (de novo, ele) lotado, cheiro de suor e cachorro molhado (não é européia, mas Londrina se torna uma manteigona, qdo chove...), e o atentado à cidadania estourando tímpanos mais sensíveis:

“Vem ni mim que eu to facin, facin...
Enjeitá muié é coisa que eu num faço (...)”


*

O pior é vc perceber o sujeito ao lado chacoalhando a cabeça ritmadamente, aceitando a escória sonora, ou a senhora atrás dele batendo os pezinhos alienadamente felizes.

*

[Preciso dizer mais?]

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