Não escreveria nenhuma palavra hoje neste blog. Não mesmo. Atualizá-lo, ao que parece, tem sido um de meus defeitos...: /
Os textos de ontem sobre usuários de drogas, kits com seringas q eles recebem, aqui em Londrina, e como essa política (não despropositamente chamada de "Redução de Danos") tem sido implantada foram a tarefa da tarde. Por sinal, da tarde inteira. Teve até cena de repórter perdida na rua, olhando quase em desespero pro relógio, achando o caminho da roça, chegando pontualíssima ao encontro da fonte, e...nada de fonte. Efeito cascata, ou dominó, já ouviram falar? Pois é, serve também pras entrevistas marcadas.
O engraçado nisso (lembrem-se: rir é o melhor remédio, para não xingar.) foi ver a dita cuja (uhuu, desenterrei esse termo varonil) pedir:
- Cencinha, que eu vou anotar umas coisinhas na agenda e já falo com você, MEU BEM.
Nota da repórti: começou mal a frase (me fez pensar: "opa, q q o maridão vai comer hoje??"); terminou pior ainda (asco total aos BENS)
Câmera no rosto da repórti. Desespero sutil, quase nem ela percebe. Mas o relógio lhe dá uma gargalhada, arguto que só, e lhe lembra da entrevista dali a dez módicos minutinhos, só do OUTRO lado da cidade. Take it easy and breath deeply, mam.
*
Três horas depois, sem contar a saga “A incrível garupa do mototáxi”, com os capítulos “Ruas de Londrina: cada buraco com seu asfalto”(1) e “Oração: a cura de todos os males”(2), o fim e o começo.
Non non, nada de Rauuuul, só foi a impressão, mesmo. Conversar com alguém soropositivo há quase 20 anos, ex-dependente químico (“mas até hoje eu curto quando vou tirar sangue”) e determinadíssimo a viver (qdo os outros “chapas do pico tão tudo morto, já”), caríssimos, faz qualquer um pensar um mínimo que seja na própria vida.
Sem falso moralismo, auto-ajuda ou o escambal: aquilo me deu um tapa na cara.
Acho que todos deveriam receber uns bofetões desses, vezenquando. Faz bem, juro.
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