30.12.02

Adeeeeeeeeus, ano veeeeeelho.....

Que os deuses responsáveis pelas paradas do bus me ajudem. Nada de bebum ao meu lado hoje, please.

Que este calor também dê uma trégua. Pelo menos enquanto durar a viagem, posto que é chama.

que tudo se realiiiiiiiize.......

Ótima passagem de ano pra todos, pulem quantas ondas quiserem, seus sacis felizes.

Gradecida por acompanharem estas asneiras e (os mais corajosos) por deixarem seus pitacos.

Até ano que vem, moçada!
(eu não podia ficar sem o trocadilho infame, sorry)

no ano que vai nasceeeer...

O resto da música fica por sua conta ; )



27.12.02

Oba, você veio!

Que dia lindo fez hoje. Fazia uma cara que o céu aqui não amanhecia com um azul tão intenso, sabe? E agora, já quase noite, horizonte vermelho e laranjado acariciando a vista, eu tenho certeza de que vale a pena, sim, acordar cedo, ver as ruas semi-vazias e ter a sensação de cansaço ir embora, apesar dos exercícios pós-ceia.

Credo. Não agüento essa história de health generation, deixa eu preparar meu hamburguer ultra-kcal antes que me convençam a só comer alface. Ugh!

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Aluno é um bicho estranho. Vestibulando, deveras estranho. Vestibulando a uma semana dos exames, cuidado: só chegue perto dele se você estiver vacinado.

Por azar (ou sorte, sei lá), minhas aulas são sempre às quartas-feiras. Natal e Ano Novo, vc bem sabe, caem exatamente neste dia. O sea: dezembro foi um semi-mês na vida desta dedicada e exímia professora.

Dormiu? Então acorda, eu já parei.

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Como eu seleciono as porcarias (no bom sentido) que guardo, vasculhei a escrivaninha em busca de lixo não reciclável. Entre trocentas e 10 ofertas de uma certa editora spâmica e cadela (não, não é 1º de Abril!), 15 pequenas pérolas corrigidas, a caneta verde (é a cor da esperança, me disseram), esperavam ansiosamente pelo dono, certas de seu destino, se ali permanecessem. Lá vamos nós, sol desgraçado.

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- Professora, você acredita em milagres?
- Se a fé for braba, talvez.
- Hm.
- Por que?
- Minha família tá na praia, sabe? E eu decidi ficar só pra assistir às últimas aulas do semestre, porque...ah, deixa pra lá...
- Chora.
- É que, na noite de Natal, eu sonhei que um dos reis magos vinha me visitar e dizia que, seu eu quisessse passar em Medicina, tinha que ralar até o último minuto.Então eu passei o Natal sozinha, estudando e comendo miojo.

(engole, vai)

*

Quase chorei. Só não me pergunte de quê, ou serei apedrejada em praça pública.

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Sabe aquela sensação de gostar muito de algo, sem conhecê-lo por completo, e, conhecendo, se decepcionar? Quebrar cara, dar com os burros n'água, se ferrar, enfim, ficar puto?

Que merda. Eu gostava muito de uma música (não do cantor, diga-se de passagem), Feel, do chato do Robbie Williams. Hoje eu vi o clipe da dita cuja e tive vontade de ser Norman Bates, naquela cena clássica do chuveiro. Aprende, bocó.

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Feliz Páscoa pra todo mundo, de coração.

random: Tribalistas - Velha infância
(Olha o que você fez comigo, tolinho)



26.12.02

Hoje a festa é sua, não minha

Esqueça as despedidas.

Esqueça os dias de folga, rango à la carte, roupa lavada e todo o tempo do mundo ("... eu sou mesmo exageraaado") para ler, dormir, rever pessoas queridas.

O pior mesmo dos retornos são aqueles feitos em expresso da meia-noite, com um bêbado ao teu lado, criança chorando e estúpidos com fone no ouvido e a música (pagode, claro) na ponta da língua. Eu odeio todos vocês, jerimuns sem noção de territorialidade.

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E aí, comeu bastante? Ganhou muita "lembrancinha"? Ótimo, então não me conte, só perguntei na falta do que falar.

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As ruas hoje estavam quase vazias. 50% do movimento normal, se muito. O vento gelado anunciando a boa velha.

Pelo jeito, "dia útil" está se tornando mesmo uma expressão cada vez mais subjetiva...

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Agradecimentos ao querido mano de todas as horas que, num gesto de tresloucada lucidez, concedeu-me seu apetitoso video cassete para encher o vazio do meu apartamento. So sad, so sad, but I'm happy, darling.

Edu, você vai pro céu, querido.

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random: There goes the fear - Doves



23.12.02

Os três segredos das pessoas felizes

Que livro reportagem, que nada. Ainda entro no mercado editorial com uma compilação das melhores "Dicas du Verão" em pocket version, bem baratinha, pra brindar leitores das classes A a E.

Como criatividade nunca foi o meu forte, acho que esse não será o problema. Zero em criação, 10 em embromation, vontade de começar e uma meia-dúzia de chavões universais. Pra quê eu precisaria de mais?

A questão dos direitos autoriais nem é tão complexa assim. Mim amiga, basta você me conceder a sua coleção de selos pra eu anexar à minha, semi-falida, que estamos conversados.

Não falei que eu era nota 10 ?

Destarte (homenagem a mio amico adevogado), apresento aqui algumas dicas bastante básicas a você, ovelha desgarrada, que de quando em nunca lembra de visitar os puro-sangue, ou, se preferir, a sua amada e garrida família. Oh, o verão em nossos corações...

- de imediato, demonstre surpresa ao ver os seres mais novos. Caso confunda certos nomes, não se faça de rogado (a): dê um risinho maroto, aquele tapinha esperto nas costas e diga que era brincadeira. Importante: procure o banheiro mais próximo, ou diga que alguém da AACD chamou ao portão, mas dê o fora. Evite perguntas.

- não faça planos típicos de dias ensolarados. Sabe aquele biquíni, ou aquela sunga, que você olhou com desejo antes arrumar as malas? Pois bem, estas peças, segundo tradições espartanas, têm um forte caráter anti-mercadológio, fascista e proletário. Não imprima com facilidade a sua intenção de pequeno-burguês capitalista, ou as conspirações (dos mais variados tatames; em casos mais covardes, solicita-se até ajuda de São Pedro) podem ser avassaladoras. Seja casual e, ao guardá-las, não esqueça aquela cara bem blasé, do tipo: vc é só mais um, querido.

- por fim, não espere que a parentada mais velha mude o discurso pseudo-nefasto. Não. Você sempre terá "crescido taaanto!"; mesmo zarolho, sem os dentes da frente e com bafo estará "cada vez mais boniiiito(a)", vagabundo que esteja, será ainda a criatura "mais inteligente da nossa família!" Róinc. Claro que há formas menos polidas de se safar dessa situação, mas como este manual é deveras polido, a saída mais coerente com nossa linha editorial talvez a seja a do sorriso de agradecimento.

- Só isso?

Nããão, esperto leitor! Agradeça de volta. Mas agradeça MESMO. Aqui você tem duas alternativas: busque lá no duodeno algumas lágrimas furtivas e diga que nunca, mas nunca mesmo alguém o elogiou tão sinceramente, chore e peça um pouco de Maracujina, simulando uma falta de ar de emoção forte. A alternativa 'b' é a da retribuição eficaz. Você está outra pessoa, mais altiva, mais bonita? Pode ser, mas JAMAIS melhor que quem lhe disparou (digo, mandou) o elogio. Atenção: seja contundente, e, se precisar de uma forte dose de baixa auto-estima, vá em frente: é o seu sossego que está em jogo. Esta é popularmente conhecida como a Técnica do Cansaço, ou Técnica da Memória Arrependida. Nunca mais sofrerás tais incoveniências, caro leitor.

..............

A menos que vc aprecie massagens no ego, mas aí compre Paulo Coelho ou Lair Ribeiro.

Anote sua encomenda neste bloco e teremos o maior prazer em servi-lo, ainda mais se vc pagar à vista, com selos sem cola, de preferência.

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Mas comprando ou não o nosso pocket book, você recebe inteiramente de grátis, em sua casa, os votos de um feliz Natal deste pequeno bloco. Se a data lhe é feliz, ou triste (o que importa é você sentir que não virou um monstro de insensibilidade), não importa. Sempre há aquele sonho escondido de que algo bom aconteça, tomara que aconteça mesmo.

Pelo fim do peru, do panettone, do leitão assado e das árvores de Natal de material reciclado, ótima noite a você, antes de leitor, um herói.

hou hooooooooooooou...


random: Get free - Vines



22.12.02

Espreguiça bem, vai

Doze horas seguidas de sono: acho que bati o meu recorde. Uaaaaaaah.

Só mesmo ficando à margem de toda a loucura para se ver o tamanho dos tentáculos em que ela nos prende.

Ufa. Hoje é (um outro) domingo.



20.12.02

O último a chegar na pizzaria é esposa do Faustão e mulher do padre Quevedo.

hehe





Aaaacaaboooouuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Uhuuuuu!!!!!!!!

Dever cumprido, malas abandonadas me esperando para a formatura. Delas.

Contagem final, antecipada, câmbio: desligo -

Z E R O ! ! !

Fui.

The end comes, trust it:

# - Get me away from here I'm dying



Classificados

Veneno para pomba: compra-se.

Veneno para as pombas que assolam a janela do teu trabalho: paga-se bem por ele.

Ainda pego essas cretinas (que mais parecem uns frangos, a bem da verdade) e mato a fome da periferia londrinense. Deixa estar.

*

Nada como um catá bem dado na barriga pra animar. Xô, enxaqueca. Sua pulha.



Serviço

Putz, que coisa boa poder dar uma notícia dessas : )

"A esperança é a última que morre"; "Quem espera sempre alcança"... começo a ver um fundo de verdade nesses ditos.

Se você é um pouquinho mais curioso (a), manda ver.




that's that

Decifra-me, ou te devoro.

Assim disse o Espírito de Natal àquela garota tola, que não conseguiu vê-lo no meio das crianças barulhentas que apostavam corrida na escada-rodante, tia, sai da frente.

Assim ela percebeu que a mesma euforia que antecedia aquele momento, de repente, se transformou em melancolia. Esta, dizem, evoluiu para um mal humor terrível. Não, não adianta se tomar Milanta Plus. O nó que queima a garganta da pequena é estúpido demais pra se deixar calar por paliativos do bem.

.......................

Hoje eu andei pelo centro. À noite, sozinha. Compras de Natal. Não decifrei o espírito de fim de ano no olhar de nenhum ser, nem das avós, nem dos próprios pirralhos. O que os move é grande demais pra deixar um espaçozinho que seja a algo que as mãos não podem tocar. Só o coração.

Eles não decifraram, mas no fim a devorada fui eu.

*

# 5 - Night walk

relating events as they choose to
but all their words and actions come entirely from you


*

ok, ok.

Respiração cachorrinho, vai, assim. Isso.

*

Em tempo -

um.




19.12.02

dois.









18.12.02

Contagem regressiva:

três.

Sossega a euforia, bixo, que o show do Roberrrrrrto é só à noite.




17.12.02

O Sesc, esse palácio dos pobres

Arroz, feijão, cinco tipos de salada (até maçã com coco? argh.), bacalhau ao molho com batatas, strogonoff, batata e espetinho de carne: R$ 2,70.

Suco de melancia com água, 300 ml: R$ 1,50.

Ver o bad boy ao teu lado tirar a carne do dente com o palito do espetinho e deixar uma dentadura, faceira, cair no prato: não tem preço. Nem aqui, nem na Turquia, brimo.

*

Cada coisa que só registrando em foto ou vídeo mesmo pra alguém acreditar. Quer vender uma Mavica?

*

Nota de Rodaopé, nêgo

A editora deste blog anunciou na terça-feira (17) que considera arbitrárias quaisquer tentativas de massacre em massa de animais.
Dessa forma, ela esclarece que não mistura as carnes, pois tem "ogeriza a essa nojeira, credo".

Procurada pela reportagem para confirmar a informação, entretanto, ela não foi encontrada.


*

Bleh, que esse post me deixou enjoada.

*

and the Oscar goes to....

A dica musical desta terça-feira de céu 'azul da cor do cééu', quente pra rebenta (como diria um velhote que eu entrevistei um dia), mas linda, não é uma faixa, mas um álbum completo.

Gostem ou não, crianças (sei de muchas personas que detestam, mas f-se), a recomendação é a trilha sonora Storytelling, gravada com maestria pelo Belle and Sebastian, essa banda que eu gosto tanto. Nada de comentários resenhosos, que não tenho saco pra isso. Mas se um dia você estiver com vontade de ouvir uma música de olhos fechados, prestando atenção a cada instante dela; ou se quiser ver o pôr-do-sol no céu avermelhado e se emocionar com isso, sem se preocupar se está sendo bobo ou não, a dica é bastante sensível.

Ah, o verão tem lá suas (parcas) vantagens, eu reconheço. Ver o sol que eu vejo da janela do meu quarto, às sete da noite, tira qualquer réstia de mal humor. Só não falemos do efeito estUfa, please.


Contagem regressiva:

quatro.




16.12.02

Falar em Correios, estes dias sonhei com um bando de homens, saindo de lá, todos de vermelho. Eu na banca de jornais ao lado, assustada, olhava aquele povo todo e não entendia, até que, súbito, o dono da vendinha (uau, interiorrr 's back) me dizia que o Lula já havia tomado posse.

Ah, tá.


Vinde a mim as criancinhas...

Não, Michael não passou por aqui não. Ainda.

*

Você já se deparou com o veículo dO Altíssimo?

Já teve a chance de ver, assim, à sua frente, o carro dO Todo Poderoso, na SUA cidade?

Pois eu tive, e foi hoje. Santana prata, placas GOD 2002, ao lado da agência central dos correios de Londrina. Faço umas combinações estranhas com placas de carro (louca, eu?); não, eu não me enganaria qunao à dita cuja.

O adesivo estava lá, ow, não é mentira não!: "Expresso do Senhor", num lindo desenho branco de estrela cadente.

Este foi o sinal de que eu precisava. Maktub, estava escrito, era pra ser hoje!

*

Jogo na Megasena amanhã, meu chapa, eu ei de tomar vinho tosco num lugar melhor que este aqui. Basta, 34 graus!



Contagem regressiva:

cinco.



15.12.02

Aprende, idiota.

Ah, como eu sou tonta.

Dizem que jornalismo é a segunda (ou terceira, não lembro) profissão que mais mata profissionais no mundo. O top morte ainda é dos publicitários.

Acho que nem é mal da profissão. A culpa é do stress (a menos que eu seja capturada pelas Farc ou pela Al-Qaeda), esse inimigo que de oculto não tem nada. Stress por motivos banais, então, é passível de tratamento.

Como eu sou tonta, meu Deus...

*

Vá por mim, coleguinha: pra tudo nessa vida há formas de se piorar aquilo que já fede. Mexa um pouco e verá.

Sentir-se desgostoso com algo não é uma dica legal para as derradeiras horas do seu fim de semana, eu sei. Mas ter de escrever sobre isso, destacando as qualidades do inimigo, é um exercício de paciência, pq eu não acredito em humildade repentina, tá.

Como eu sou tonta. Ainda aprendo a lição e visto uma daquelas camisetas shegay da "No Stress", nem que seja pra dormir e ter sonhos mais calmos.

Mas antes me deixe arquitetar mais um atentado terrorista. Alvo da vez: as buzinas. Ah, as malditas buzinas...

*

música incidental: B & S - I don't want to play football




Contagem regressiva:

seis.



14.12.02

Pqp, que às vezes certas vantagens se convertem rapidinho em desvantagens horríveis...

O Meu Ministério adverte:

Morar ao lado de churrascarias é prejudicial à saúde. Mental e física.
Ainda cometo um ato terrorista, ah, cometo.







Esvaziar a pasta: OK.

Não sei que mel andaram passando no meu e-mail pra receber tanto spam. Maldito spam, há de queimar no umbral cibernético, seu maroto.

O estranho é que pelo menos uns 70% são de algum produto relacionado a estética: creme pra panturrilha, gel redutor das medidas, proporcionando uma nova silhueta, o sensacional Reduce Fat Fast. Fora as revistas do assunto que certas editoras (não, não é 1º de Abril) tentam empurrar pra dentro de meu esôfago, assim, sem pedir.

Será tudo isso uma grande indireta?

A contar pela oferta de hoje, o Nan Bao - Viagra Chinês (atenção, rapazes!), não, não é uma indireta.

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Ando um pouco cansada; até ontem achava que isso fosse apenas suposição.

Outro surto de sonambulismo (desta vez, segundo fonte fidedigna, eu conversava com vendedores sobre os presentes de natal que estava comprando) me provou que a intuição anda uma beleza. Descanso, casa, comida e roupa (não por mim) lavada. Hoje, o meu sonho de consumo é só esse.

Qual é o seu?

*

Contagem regressiva:

sete.

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random: Los Tres - Despídete con un beso



13.12.02

Contagem regressiva:

Oito.




12.12.02

cuidado com o vapor

Falei de poucas (mas importantes, pra mim) coisas de Londrina e esqueci da feira da lua, no Zerão, toda quarta-feira à noite. Pastéis (o nordestino é ótimo), comida japonesa, trufas, chili, pães e licores de todos os tipos, hortifruti (pra honrar o "feira" do nome), enfim, todos os cheiros de comida que a sua fome de cão soturna puder distinguir.

Ontem, faminta e cansada (uau, que cena...), fui bater meu cartão naquele recinto. Em pé, à espera do meu pastel de palmito, olhei em volta e vi o 'moço' entregando o potinho de vinagrete ao cliente. Potinho não, aquilo podia passar por uma lata de vinagrete. Vinagrete não: o que eu conheço é de cheiro-verde, cebola, tomate e, aháá, matou!, vinagre. O vinagrete londrinense, na verdade, é uma salda de minguados tomatinhos e muito, bastante mesmo, repolho. Que perigo.

Um tio dos seus 40 e poucos anos, na gula ingênua, perguntou quanto era só o vinagrete. Juro. Que negrinho do pastoreio e o caipora me façam comer pastel de piche quente, se estiver mentindo.

- Quê isso, a 'cumbuca' é cortesia!, falou o tolo vendedor.
- Ah, é? Você poderia me arranjar uns dois vinagretes pra viagem, então?

*

Súbito, uma engasgada ao lado do tio. Bem-feito pra mim, quem manda ouvir conversa alheia?

*

Ah, essa é para os calorentos de plantão. "Comunidade unida jamais será vencida!", esse jamais foi meu lema.

Ainda mais quando as medidas estão além de nosso alcance...Não entendeu nada, né? Tá bom, então leia aqui , e chore.

...

Oh, vida cruel. Ainda viro um castor, os lençóis d'água que me aguardem, "pra agitar a parada".

*

Odeio de coração certas gírias, tá ligado?

*

Chega, a fome já está saindo do limite estomacal. Vocês não merecem.

*

random: White Stripes - More Cup of Coffee



10.12.02

A jovem dos 68 anos

A terra dos pés-vermelhos faz aniversário hoje. Velhinha, com corpitcho de jovem, tantas vezes chamada de Pequena Londres (de Londres tem quase nada, só o fog, raro), essa é a cidade que me encantou, quatro anos atrás.

Hoje, minha relação com Londrina é diferente. Não sei se por ter aposentado o olhar de turista, mas ela como que se tornou parte da minha breve história de vida de uma forma natural, quase imperceptível. A família me fez falta, é verdade, mas a saudade da terra paulista foi facilmente aplacada pelas descobertas na dos pioneiros ingleses.

Tenho memória olfativa, há pouco descobri isso. Assim, quando um dia eu quiser me lembrar desse período tão idealizado da faculdade, os cheiros de Londrina vão me sensibilizar a memória. Os cheiros da cidade, os cheiros das pessoas da cidade. Dos passeios no Zerão, do Valentino e Bar Brasil abotoados de fumantes e caretas (como eu), da chuva no campus, das manhãs frias cobertas pela neblina, dos abraços pés-vermelhos.

Saudade do londrinense. Desde antes da mudança, me diziam que era um povo "hospitaleiro, educado", e um monte mais. Verdade, há pessoas solícitas, bem humoradas, perfumadas (minha primeira impressão), mas isso, se você procurar com carinho, encontra em qualquer lugar. Não sei se a tarefa será fácil, mas que encontra, encontra.

Mas, mudando o tom (até porque isso aqui já virou um balde d'água, com tanta pieguice), Londrina também é o reduto dos maus (digo, péssimos) motoristas. Do busão que acelera (eu vejo o riso maquiavélico de canto de boca dos motoristas, meu caro) aos carros sem seta (opcional), o trânsito dessa cidade é um verdadeiro pandemônio em termos de destreza. Medo, muito medo de ser pedestre aqui...

Mas se, mesmo correndo o risco de engrossar as estatísticas da Companhia de Trânsito (todo dia cedo eu me entristeço e espanto com elas); mesmo que você dê o azar de pegar aquela leva de pirralhos no cinema, ou se for surpreendido por mudanças climáticas cadelas, não deixe de dar uma passadinha por aqui, nem que seja só na época do Filo. Se o seu olhar de turista estiver acionado nesse dia, esteja certo que de que ele vai lhe dar uma boa cutucada.

random: Grateful Dead - Ramble On Rose (não, não ponho o hino de Londrina pq ainda não perdi totalmente o bom senso)


9.12.02

Um pincel e um bastão, tio

Juro que eu quis gostar das segundas-feiras, meuzamigos.

*

Dia lindo de sol na pequena Londres. Adoro céu azul, mas daquele azul bem intenso. Fazia tempo (uns 4 anos, acho) que o hidrogênio paranaense pairava desbotado aqui pelo norrrte.

Bonito, belezura, supimpa. É, um pouco de aquarela não faz mal a ninguém : )

*

Aquarela hoje, carvão queimado no domingo. Ainda vou consultar um psiquiatra pra ver se ele me explica as causas de se torcer prum bando de marmanjos que correm atrás de uma bola. Ainda vou.

Se ele me explicar (e, de quebra, der um remedinho anti-stress), prometo abraçar torcedores adversários e dizer “te perdôo, meu irmão!”, toda vez que alguma provocação cadela vier me tirar o humor.

Se ele der uma pseudo-explicação, tento uma sessão de descarrego. Acho que um espírito brincalhão me chicoteia toda vez que eu assisto a um jogo do timinho; ainda pego esse idiota e mando pro umbral, deixa estar, palhaço.

Mas nada como uma noite de sono mal dormida pra ajudar. Além do que, hoje começa uma NOVA semana! Isso aí, 16 dias pro Natal!

E cin-co pra sexta-feira.

Ah, eu quis gostar das segundas, babe, eu quis.



8.12.02

Sahara que te quiero bien...

Uma vez me perguntaram o que ra uma pessoa ociosa. Antes que respondesse, porém, a resposta do curioso veio na lata: "Ah, é aquele cara que não faz nada!"

Adoro essas perguntas de auto-resposta, manézão.

Mas "tolher a capacidade pensante de alguém na fase de aprendizado (uaaahhh...) pode ser um perigo, meu filho". Já passaste pela experiência? Não? Oh, oh, oh, mas quanto privilégio!

(a tia do parquinho me disse que o sol que eu desenhava era muito feio. Eu odeio a tia do parquinho. Eu queria ver a tia do parquinho no caldeirão da Cuca. Eu...eu...)

Não foi tão difícil chegarmos a uma explicação plausível de que o ócio, afinal, é algo que pode trazer lá seus benefícios. Bendito Domenico de Masi, seu garanhãão! Ufa, isso ajudou.

Mas sabe que o limite entre o ócio criativo e o improdutivo é deveras tênue, meu pequeno?

Portanto, não confunda "ver TV" com "informar-se", "adquirir conhecimento", muito menos "ah, estou à toa mesmo, lalá, lalá, lalá".Ainda mais se a ação estiver compreendida entre a noite de sexta e o fim de tarde de domingo. Ah, o domingo.

*

Às vezes eu acho que a ingênua na história da minha vida sou eu. Espertalhona duma figa, mal sei o tiro que pode às vezes sair pela culatra sempre que cuspir ao alto, recebendo de brinde o torpedo na menina dos olhos.

Como quem não quer nada (até porque não tinha nada mesmo a se desejar de), zapeei uns canais na nossa já combalida tevezinha de guerra. Pobre caixotinho, foi parar bem numa dessas novelas...afe.

Na cena sorteada, a atriz negra (no papel, uma descendente de escravos, ló-gi-co) pedia pro sinhôzin que ele não deixasse a sombra tomar conta dele. Hehe, pensei nas mais estranhas possibilidades que aqule diálogo podia sugerir, mas desisti. Sexta à noite não dá muito pra se pensar, conclusão antiga.

Mas se você é frágil, cuidado: líquidos reverberantes podem lhe incitar profundas reflexões. Perigo.
*

Uma sombrinha começa a me assaltar, espero que ela não ganhe forma. Mas, se minha tendência (besta sim, mas é minha) de enjoar das coisas fácil fizer de novo aquela visita, tenho medo de que a sombra goste de mim.

Por isso que se apaixonar é tão bom. Seja pelas pessoas, coisas, lugares, atitudes, o que importa é que só temos espaço para as boas energias nesses momentos.

*

Preciso de um propósito. As mudanças (dizem) são boas, mas desejá-las fortemente, às vezes, pode ser angustiante.

- Água fresca apenas, please.

*

Top of sour mind- Especial de domingo

Homenageando o domingo, esse dia tão sagrado à companhia da família (ou da cama, seu desnaturado), nosso troféu vai às criancinhas que fazem da área de lazer de seu prédio um cantinho mais próximo do inferno. Quanta energia, meu Deus.

*

Random: Oasis - Live Forever


6.12.02

Ilmo (a) sr(a):

Valvestate, Blustones, Sancho Pança, mais umas três, quatro bandas, não me lembro.
Pátio do RU, a partir das 23 h. Hoje!
CAs de Engenharia Elétrica e Enfermagem (igualdade de gêneros é tudo) no comando, Skol e Antarctica a um realzinho só, tio!

*

Não sei o porquê da propaganda, se nem bebo deste líquido vil. Sem ironia, e daí?

*

A previsão para a noite de sexta em Londrina é de tempo bom, com poucas nuvens, máxima de 33 graus. (est)Ufa!
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Fins de semestre nesses cursos da vida são um alívio, ainda mais quando os ditos acontecem duas vezes por semana. Mas chegar à constatação de imediato pode ser frieza demais a um coração já aquecido pelo contato humano com os mesmos seres há um tempo...é, honestamente: eu detesto os fins.

All good things have endings...

Seja o do chocolate ligeiro, o de alguém querido (ou só conhecido), seja o fim do asfalto, da bebida no copo, de uma amizade, por mais canalha que tenha sido. Só fim de fila me atrai, mas a alegria logo se desfaz quando entrego o cartão a meu algoz para o "saque tanto, pra pagar essas contas aqui...". Ah, o fim do saldo. Desse eu nem falo, é meu algoz-chefe.

Parece que, por mais tortuosa que seja a direção tomada, há alguma beleza em contemplar as curvas, seus desenhos e as paisagens que escondem, nem que seja a de umas vaquinhas sonsas no pasto, despreocupadas que só elas. "Não zombai da vaca", disse o Criador ao estressado sem alma de cordeiro.

E assim - sem pé nem cefalotórax - ponho fim a este que seria um post de recordação. Nunca nutri diários na infância ou adolescência, era até meio preconceituosa quanto à 'mania'. Mas o blog vai me ajudar, num futuro espero que bem distante, a entender a que tipos de banalidade eu dava importância nos idos dos vinte e poucos anos.

See you around, classmates do coração. Foi muito bom estar com vocês, foi muito bom brincar com vocês!

(e, se a teacher não encher, vai ser muito bom beber de novo com vocês, mas FORA da escola, heheh)

Falando nisso...

G.r.a.p.e. j.u.i.c.e. : an alcoholic drink made from the juice of grapes that has been left to ferment

"It isn't toy, no!"

No folder que me deram na primeira matrícula (a long, long time ago), achei graça numa frase dizendo que a escola ia mudar o conceito no ensino de inglês. Pelo ensino eu não falo, mas pelos alunos, quanto conceito novo transbordante, disus.
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Random: The Cure - Boys don't cry



3.12.02

Tolerância zero

Que medo.
Ando muito assustada esses dias.
Hoje me assustei na calçada. Um homem me abordou com um microfone em punho, voz de propaganda de motel no gogó e um "e aí, minha senhora, vamos entrar pra conferir as nossas promoções?"
Até agora não caiu a ficha do senhora (o segundo, em menos de uma semana) que levei, de direita, no ouvido esquerdo.

Depois eu me assustei com as ciganas. Fazia tempo que não as via assim, na rua, como quer não quer quase nada - apenas a sua mão, minha princesa, pra ver o futuro.
Tenho medo dessas coisas de predição. Sou mais cagona que curiosa - talvez isso me tenha garantido passar dos 18 anos.

Tenho medo de ligações estranhas. Atormentada por uma maldita quadrilha q robou o carro da mami, uma vez, talvez esse medo seja minimamente justificável. Mas não é medo das ligações dos ladrões: tenho medo dos loucos, como o de ontem à noite:

-Alô, Carlos?
-Não, você se enganou.
- Mas aí nã é o 99...??
(cai uma gota da testa)- Sim!
...silêncio...
-Arrááááá, te pegueeeeei, sabia que era você! Agora me chama o Carlos, vai...pede pra ele deixar de ser tímido!
-...
(tuuuuuuu)

Tenho medo das trufas de maracujá. A você, leitor mais antigo (haha) desse blog, a adoração pelo bendito docinho já pode ser ser um assunto gelado, cadavérico, até. Mas lhe afirmo que a atração que uma vez ao mês ele me causa será o estopim para estudos psicológicos futuros, em capítulos delineados pelo "Controle da Mente", "O poder do inconsciente", ou " A simbologia do chocolate no id do descontrolado econômico".

Sério. Peçam autógrafos enquanto é tempo, porque, quando eu tiver a cara estampada em livros didáticos, será tarde. E caro.
E ridículo, como a idéia sem nexo derretida por este calor infernal.

*

Acerola estragada faz mal, diria o sábio Papai Smurf.

*

Fobias à parte (até porque eu não nutro esse tipo de coisa, só piores), de volta a seção

"Top of sour mind" , com coisinhas prosaicas que deixam você irritadinho

- batidinhas ritimadas ao seulado, naqueles momentos de cã concentração.

-braço.suado.colado.no.vidro: o braço alheio, evidentemente.
..: Não precisa assumir em público, mas que você já teve "aquele" nojo ao ver um bracinho gordo dando sopa no vidro do coletivo -aquele que um dia pode amparar sua cabeça cansada - já teve, não se faça de rogado.

- o top dos tops, mas estrategicamente na última colocação (só pra não dar moral ao inimigo), fica hoje com a ilimitada criatividade sertaneja. Não a do povo sufridu, mas a dos (a-han) artistas. Depois de uma série de barbáries (achei que nada superaria "Have you ever seen the rain" in corno version), hoje foi o dia de Raulzito dar suas voltas na tumba. Ficou literalmente maluco, o pobre. E essa (porque quem mandou você ser curioso e ler até aqui?) é a dica musical para o seu fim de dia.
Com vocês, ....

Selected list: Chitãozinho e Xororó - Medo da Chuva


1.12.02

Hou

Lá fora, a queima de fogos vermelhos anuncia a chegada do papai Noel a Little London. Assisto de camarote, e parece que a chuva não atrapalhou a festa, que foi no Zerão.

O céu colorido (ainda mais de vermelho) deixa a noite um pouco menos cinza, no céu.

Boa pedida pra semana, ótimo sinal. Será que o velhinho vai se lembrar de mim? Juro que não uso mais Tang...






Uát?

hehehe..cada coisa q essas fibras nos reservam...





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia


Eu não sou pára-raio, São Pedro, cai fora

Tinha umas aulas de pisseudo-psicologia nos dois primeiros anos do curso. De teórica da comunicação, a professora (que, como tal, era uma ótima numeróloga) se arriscava nos campos minados de Freud. Pobres de nós,submetidos àquela sessão abominável de "quem sou eu? O que quero da vida?". Aaahhh.

Com uma coisa, no meio de tanto Pierre Weil, eu tinha de concordar: dias nublados, de certa forma, sugavam a energia das pessoas (atentem para o quão útil a um jornalista é a informação). Sugam sim, pelo menos a minha.

Previsão para Londrina: trovoadas isoladas até quinta-feira, com chuvas ao longo do dia na terça (tô craque em previsão, cuidado). Ou seja: só estou de passagem por aqui. Prometo.

Àqueles que me ajudaram a espantar as nuvens pretas no fim de semana, os sinceros agradecimentos.

A você, em especial. O poder das palavras é miraculoso, mas se pontilhado com uma angustiazinha de saudade vindoura, tanto melhor.

*

S.a.u.d.a.d.e.

[Do lat. solitate, 'soledade', 'solidão', pelo arc. soydade, suydade, poss. com infl. de saúde.]

S. f.
1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia: & &
2. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido.

*

Acho que essa vai ser a tônica do meu 2003. Aliás, deve ser esta a nuvenzona que me deixou estranha esses dias. Não queria reconhecer pra mim mesma, mas, nos momentos mais lúcidos, uma ponta gorda de tristeza me dá um catá, bem no queixo.

Pra ajudar a aliviar o impacto do golpe, sempre há o ser que vem jogar álcool na ferida, sabe como é. Eu quero chá de cidreira, colo e palavras meigas, você me entende? Não parece.

*

Papai do Céu me ajude com os pensamentos positivos no Revéillon, porque eu não vou usar roupa branca de novo.

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Random list: The Get Up Kids - Valentine