Diálogos no coletivo – cap. I
Depois de outra rodada de bandejão, os amigos conversam, ainda embriagados pelo suco de gosto indefinido.Chacoalha pra cá, pra lá, o coletivo parece chacoalhar também os usuários do distinto – e confortável – coletivo.
- Puta, meu, que droga... Fui puta mal na prova de teoria geral... Quero fechar com média acima de nove, se pá te consigo, mas tá trash, meu...
- Ih, nem me fala dessa prova, que eu lembro da mina veia que faz a disciplina em DP coa gente...Puta mina mala, tá ligadu? Dá licença...
- Chata memu. Mas ou, e o lance na pensão?
- Ah, cara, já viu...cada um precisa ter seu quarto, e pá... Nem curto esses lances... Mas pelo gasto te compensa.
- Quanto cê tá gastando?
- Ah, uns 750. Quando eu falei isso pra galera da sala, meu!, a galera pirou!
- Por que? Acharam caro???????
- Nããão, meu, muito barato.
- Ah, só. Eu gasto uns R$700.
- Só, meu? Como??
- Cara, o segredo é não sair! Na boa, economizo paca* por isso. Conheço neguin que, a cada saída, gasta até uns 15 paus!
- É, meu, eu também tento economizar... (muda o tom)
- Meu, vai em frente! Eu só como no RU de vez em quando, o lance é cozinhar em casa... e olha que até em comida eu economizo. (a ouvinte engasga)
- Sóóó...
- Esse lance de viver fora de casa é muito complicado, ta ligadu? Tem que sanar as despesas desde cedo, cara, senão a gente afunda!
*
Passado o não-impacto pela frivolidade da conversa, quase pedi duzentinho prus manu. Afinal, SÓ isso não faz mal, ta ligaaaaaduu???
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