26.7.09

o quê?

Andávamos, e eu procurava aquele doce que não sabia bem qual era, mas que era importante. De repente, naquele mercado enorme, as prateleiras surgiam complemente vazias, com o branco do metal à mostra e uma interrogação, misturada a agonia, se formando pelo ponteiro do relógio correndo contra mim - a caixa me esperava, você olhava pra minha cara com jeito de "não sei o que é isso", e eu desisti de procurar.

Curioso é que tive de pagar a conta pra moça do caixa.
Faz todo o sentido.

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Parece simples colocar na categoria de "artefatos inexistentes" aquilo que se quer deixar pra trás. Se fosse assim, não haveria tantas clínicas de terapia por aí, e tanta gente mal resolvida mundo afora. A prateleira pode até estar vazia, mas nem por isso o mercado deixa de existir.

E há artigo suficiente pra se buscar, além daquele doce que, nossa, existiu e foi bom. E ponto.

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Tenho aprendido a encarar certas situações da vida sob um outro ângulo, não sei se equivocado ou não - o tempo vai dizer; as novas experiências, consolidá-lo ou não. Parei de me fazer perguntas, porque seriam muitas respostas não encontradas, muita revolta reprimida a me fazer mal, ou muita lágrima chata a me perturbar o sono. Ou melhor: passei a fazer outras perguntas, essas, sim, com um sentido pra existirem e se desdobrarem em respostas que vão me trazer algo bom.

Grosso modo, é como andar na feira, domingo de manhã, sentindo todos os aromas, sem me preocupar com o porquê de aquelas pessoas andarem devagar, quase parando, enquanto outras querem passar, e sem dar a mínima do porquê de minha mesa ter de ficar bela com o ramalhete que estou levando dessa vez. Eu a quero assim, e constatar isso, depois de tanto tempo, não apaga nada, nada - eu não seria tão imatura de passar um errorex na vida -, mas é um baita alívio.

[Pisar no ramalhete antigo não faz do novo mais atraente, não no meu caso]

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Un dernier verre (Pour la Route) - Beirut

Um comentário:

Regiane disse...

Queridona, vc voltou a escrever melhor, muito melhor! Saudades desse cantinho, saudades de vc! O meu velho blog, o Recado, ainda está lá. Ainda escrevo alguma coisa, mas ultimamente escrevo mais no papel, como antigamente, muito antigamente. E depois fico com uma preguiça extensa de passar para o blog. Acho que já não tenho aquela ambição de ser famosa pelas coisas que escrevo, hahahahaha!
Te adoro, viu!