Os ouvidos acostumados aos fones estranharam quando a mensagem pelo alto-falante do metrô se estendeu além do habitual próxima-estação, dois pontos. Era pra todo mundo descer, que aquele trem seria recolhido. Pressa demais pra conjecturar. Os cinco lances de escada 'rolante' (ótima agilizadora pra gente como eu) em 10 segundos ainda vão me fazer voltar à corridela de rua. Tô no esquema, cedinho.
Atrás da linha amarela de segurança - imaginação voa longe sobre essa suposta "segurança" -, olhei pro lado pra ver quantos falsos desalojados, nesse dia de desabrigados de verdade, estavam ali em situação semelhante. Toda a calma pra constatar e aí sim conjecturar, fôlego recobrado: 10 pessoas naquela entrada de porta. Oito delas prestando atenção à tela minúscula do celular, melhor estilo cara-crachá, 9 com fone de ouvido. Alheias, aparentemente completamente alheias, a seus acompanhantes anônimos.
Lembrei do "Walking dead", o seriado fantástico (literalmente ou não) dos humanos que tentam encontrar a salvação contra os zumbis e achar o resto da civilização não "contaminada". Quem for mordido, adeus: é a morte certa pra ressuscitar, ávido por sangue e carne, como um "deles".
Pensei no presentinho que vou postar via Correio, depois de tantos anos, e na preguiça que estava me dando a ideia de escrever uma carta (tenho duas pra). Lembrei dos zumbizinhos da estação Paraíso e mudei de ideia: tenho no máximo só mais 5 minutos aqui - acho que é mais que suficiente pra se achar o CEP da pessoa querida.
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Pra sonhar - Marcelo Jeneci
11.1.11
7.1.11
com-pressa
Uma semana de folga do trabalho de um mês e o sono REM voltou a ter comigo, esse lindo. Algumas surpresas, é claro - nunca imaginava balbuciar "James Franco" pra um técnico de computador que (claro, só mesmo em sonho) batia à minha porta. E olha que nem sou tão fã assim do moço. Preferia um técnico Jude Law, mas ok-ok. O REM tava em greve, e eu tô deixando pequeninices do tipo de lado. Chega de ressalva boba, tio.
Quarta, primeiro dia útil da semana de três dias, esse REM me pregou uma peça. Não bastava descansar a cabeça (um pouco mais): ele tinha, a exemplo do que há anos faz com maestria, que me deixar pensativa um dia todo. Talvez dias, meses, até que o sal dissolva por completo. Alguns sonhos demoram a se revelar apenas sonhos - e às vezes podem ser mesmo sinais que o inconsciente de fato manda.
Só não queria, mesmo em sonho, ter ciência disso. E do porquê disso. Não é sonho, pô?
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Coisa linda não é sorrir - apenas. É fazer sorrir junto.
(Não tem REM passado que resista a essa certeza de três décadas)
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Lampejo do ócio balbuciativo: ukelele - é preciso.
Lampejo do ócio laborativo (conceito, ultimamente, super-que-sãper subjetivo): minha casa, minha vida.
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Dar-te-ei - Marcelo Jeneci
pense num álbum ensolarado, essa é a palavra. num encarte arrojado sem ser afetado ou pretensioso, esse é o sentido. diferente de tudo o que você já viu ou ouviu, esse foi o baque. poesia urbana, tátil e afetiva. simples e complexo.
ufa, passou o caminhão.
Quarta, primeiro dia útil da semana de três dias, esse REM me pregou uma peça. Não bastava descansar a cabeça (um pouco mais): ele tinha, a exemplo do que há anos faz com maestria, que me deixar pensativa um dia todo. Talvez dias, meses, até que o sal dissolva por completo. Alguns sonhos demoram a se revelar apenas sonhos - e às vezes podem ser mesmo sinais que o inconsciente de fato manda.
Só não queria, mesmo em sonho, ter ciência disso. E do porquê disso. Não é sonho, pô?
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Coisa linda não é sorrir - apenas. É fazer sorrir junto.
(Não tem REM passado que resista a essa certeza de três décadas)
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Lampejo do ócio balbuciativo: ukelele - é preciso.
Lampejo do ócio laborativo (conceito, ultimamente, super-que-sãper subjetivo): minha casa, minha vida.
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Dar-te-ei - Marcelo Jeneci
pense num álbum ensolarado, essa é a palavra. num encarte arrojado sem ser afetado ou pretensioso, esse é o sentido. diferente de tudo o que você já viu ou ouviu, esse foi o baque. poesia urbana, tátil e afetiva. simples e complexo.
ufa, passou o caminhão.
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