11.8.10

random off

"É muito feliz quem é inacabado".
Fez todo sentido ouvir isso dele pra logo em seguida compreender, em doses homeopáticas, que a escritora que "salva gente todo dia" era uma náufraga escrevendo pra outros náufragos. Tais como ele próprio, como eu, tais como você.

Fez o sentido necessário pra morder o canto dos lábios, numa coisa de entendimento recíproco, depois dele outro dizer que escreve com muita vontade de desafogar alguma coisa - nem que fosse pra não correr no automático e não se entrelaçar na preguiça nefasta em que aquela comodidade toda, nesse mundão de neutralidades, lhe anestesiaria. "A gente precisa mais das metáforas", emendou o colega. Precisamos. Nem que seja a que, sucintamente, compare a culpa a uma espécie de "fiador da memória", tão cara e agora já tão ternamente guardada num espaço que a náufraga sabe bem o quanto custa.
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O controle remoto do meu som já está "correndo no automático": até que eu resolva trocar as pilhas dele ou deduzir o que o bichinho quer, definiu que não passa mais as faixas nem altera o volume. Só liga e desliga. Inacabado assim.
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ready to start - arcade fire

Um comentário:

Regiane disse...

Não consegui ver a palestra do Moser. As senhas estavam esgotadas. Fiquei na fila de espera e a porta fechou na minha cara quando faltavam apenas cinco pessoas para entrar. Só sei que ele é uma figuraça e um apaixonado pela Clarice!