18.4.04

sem título, sem, sem, sem

Uma chuva inconstante cai lá fora.
Na tevê, o mocinho da previsão diz que vai ser assim a semana toda, e eu não entendo. Ora ela cai, ora o sol volta a estapear a cara da gente naquelas infames e negligentes duas da tarde.

Não tenho tido mais vontade de escrever. Na verdade, até tenho - mas logo o pensamento é censurado com uma reprimenda horrorosa do "vá fazer algo que preste", blabla.

Não gosto de pitos. Quando vejo uma mãe no mercado, por exemplo, passando aquele esfrega na criança, espremo os olhos e saio de perto. Mesmo assim, minha cabeça poderia facilmente passar por aqueles jagunços de novela das oito açoitando o couro de quem faz as coisas erradas. No caso, meu próprio couro. Apesar de nem sempre eu conseguir me estabelecer o tal julgamento.

Dizem que é pior se arrepender das coisas feitas que das não feitas. Aí eu vejo duplo sentido nesse ditado e tomo mais uma chibatada. Oooa, aprende.


* *

C'est une gomme.
Ce sont des amis.
Je t'aime, et toi?
Moi non plus, mais je pense que je veut sortir.

Francês é uma língua tão bonitinha, às vezes tenho vontade de conversar nela com alguém que me entenda. Pode estar nos planos de ontem uma volta aos estudos, vamos ver.

* *

Eu que não lia há um tempão estou acabando a quarta leitura. Até agora, não senti o alívio que me disseram que sentiria - "ler é tão bom, e ainda ocupa seu tempo com coisa útil!", balbuciou alguém.

Imagina. Ler deve ser tão bom se você esquecer que existe uma vida além da capa, detrás da porta da sala.

* *

random: Good woman - Cat Power

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