"A idade traz experiência", "a experiência traz sabedoria", e, puxa, mutiplique por 100 o número de chavões que relacione avanço do tempo com inteligência, que você vai chegar perto de quanta bobageira se pode pensar e falar a respeito. Não que os anos vividos não representem ensinamento, muito pelo contrário - só acho uma pena quando se estabelece O QUE é a tal sabedoria, em que patamar ela se encontra e quais mecanismos o reles mortal precisa adotar pra acessá-la da forma "como se deve".
Puxa, que narigão de cera pra falar uma coisa simples: não aguento mais ler e ouvir o povo reclamar que é época de carnaval, e que merda que é carnaval, e que droga que é ouvir samba e pagode (sim, tem gente que acha que é tudo igual), e que chato ligar a TV e ver que é só isso que passa, e que, e que, e que... ah, vá, vá. Do feriado ninguém reclama, né?
Que eu saiba, uma emissora tem a exclusividade de transmissão dos desfiles. E, ainda que seja um saco ver chamada de carnaval um mês antes do evento (sou a primeira a reclamar, reconheço), é simples: controle remoto. Tá difícil? Tem CD que não é de samba-enredo pra se ouvir e um monte de livro bacana - mas um monte mesmo - que não trata da tal festa. Cinema, ao que consta, também nao fecha nas noites carnavalescas.
Goste-se ou não, é expressão de parte da cultura do país. Sem nacionalismos, ok?, só constatação. Assim como o espanhol acha uma beleza festas em que touros saem correndo atrás de pessoas - ou, que nojo, em que é pu-ra diversão tacarem tomates uns nos outros -, ou o tediante (pra mim) 4 de julho, muito brasileiro (e gringo) vê no carnaval a festa que melhor representa o Brasil.
Eu já achei tudo isso um porre, e creio que, em grande parte, porque nunca tive muito a dimensão do que é o samba na identidade musical do brasileiro, e nem tenho ainda, plenamente - quem tem? Mas mudei conceitos fechados e me sinto muito bem com as mudanças. E me incomodo quando vejo que, nem por desconhecimento ou antipatia - meus antigos combustíveis -, mas por puro modismo, mesmo, tem quem se divirta e gaste um tempo ignóbil em desancar tudo isso.
Baita conceito aberto esse da sabedoria, né? Curuzes.
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Se sentir sozinho no meio da multidão é fácil. Quero ver a proeza acompanhado. Em breve, um manual.
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Eu escrevi aqui que 2010 vai me deixar saudades. Espero (mantra: esperoesperoespero, ouuummm) que saudades daquilo que for/foi feito, e não deixado de fazer.
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Pois é - Los Hermanos
14.2.10
2.2.10
labirinto de corredor em paralelo
Às vezes eu me assusto quando paira, de perto ou de longe, a pergunta do "onde foi parar o afeto do mundo?"
Acabou? Quais as tendências? Existe reversibilidade no processo, uma vez este "efetivado com enorme sucesso"?
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Onde foi parar o afeto do mundo? Num recôndito que nem a memória lembra mais (de tão bem guardado que foi, quedê?), numa carta que os olhos perderam por aí, numa oficina de como-fazer-amigos-pra-sempre-num-estalar-de-dedos e perder outros com a mesma competência? Numa fábrica de produção e de esfacelamento de doutrinas?
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Onde foi parar o afeto do mundo? Na lua enorme que fez hoje, contemplável a sós, e, nessa toada, agora não mais que um fenômeno... natural? Nas ruas cheias de sujeira misturada com gente, de gente envolvida em sujeira, em sujeira que não se recicla? No descompasso antes sôfrega, agora meticulosamente trocado pelo desalento que nada produz - sobretudo não produz nem subestima o que não se encontra na lama, jogado aos porcos? Na relação respeito x produtividade tão obtusa aos relacionamentos antes... como era, mesmo... "humanos"?
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Onde ele foi parar? Em 140 caracteres, em monossílabos criados e que se presumam cheios de significado, mas deteriorados pela automaticidade da produção em larga escala (fria escala, essa), num copo de saquê adociçado por olhares furtivos que pouco entendem sobre onde, afinal, foi parar o afeto do mundo?
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Pergunta estranha, pra gente esquisita. Não tenho a resposta. E, hoje, nem quero.
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tiê canta
Acabou? Quais as tendências? Existe reversibilidade no processo, uma vez este "efetivado com enorme sucesso"?
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Onde foi parar o afeto do mundo? Num recôndito que nem a memória lembra mais (de tão bem guardado que foi, quedê?), numa carta que os olhos perderam por aí, numa oficina de como-fazer-amigos-pra-sempre-num-estalar-de-dedos e perder outros com a mesma competência? Numa fábrica de produção e de esfacelamento de doutrinas?
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Onde foi parar o afeto do mundo? Na lua enorme que fez hoje, contemplável a sós, e, nessa toada, agora não mais que um fenômeno... natural? Nas ruas cheias de sujeira misturada com gente, de gente envolvida em sujeira, em sujeira que não se recicla? No descompasso antes sôfrega, agora meticulosamente trocado pelo desalento que nada produz - sobretudo não produz nem subestima o que não se encontra na lama, jogado aos porcos? Na relação respeito x produtividade tão obtusa aos relacionamentos antes... como era, mesmo... "humanos"?
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Onde ele foi parar? Em 140 caracteres, em monossílabos criados e que se presumam cheios de significado, mas deteriorados pela automaticidade da produção em larga escala (fria escala, essa), num copo de saquê adociçado por olhares furtivos que pouco entendem sobre onde, afinal, foi parar o afeto do mundo?
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Pergunta estranha, pra gente esquisita. Não tenho a resposta. E, hoje, nem quero.
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