2.2.10

labirinto de corredor em paralelo

Às vezes eu me assusto quando paira, de perto ou de longe, a pergunta do "onde foi parar o afeto do mundo?"
Acabou? Quais as tendências? Existe reversibilidade no processo, uma vez este "efetivado com enorme sucesso"?
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Onde foi parar o afeto do mundo? Num recôndito que nem a memória lembra mais (de tão bem guardado que foi, quedê?), numa carta que os olhos perderam por aí, numa oficina de como-fazer-amigos-pra-sempre-num-estalar-de-dedos e perder outros com a mesma competência? Numa fábrica de produção e de esfacelamento de doutrinas?
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Onde foi parar o afeto do mundo? Na lua enorme que fez hoje, contemplável a sós, e, nessa toada, agora não mais que um fenômeno... natural? Nas ruas cheias de sujeira misturada com gente, de gente envolvida em sujeira, em sujeira que não se recicla? No descompasso antes sôfrega, agora meticulosamente trocado pelo desalento que nada produz - sobretudo não produz nem subestima o que não se encontra na lama, jogado aos porcos? Na relação respeito x produtividade tão obtusa aos relacionamentos antes... como era, mesmo... "humanos"?
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Onde ele foi parar? Em 140 caracteres, em monossílabos criados e que se presumam cheios de significado, mas deteriorados pela automaticidade da produção em larga escala (fria escala, essa), num copo de saquê adociçado por olhares furtivos que pouco entendem sobre onde, afinal, foi parar o afeto do mundo?
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Pergunta estranha, pra gente esquisita. Não tenho a resposta. E, hoje, nem quero.
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tiê canta

Um comentário:

Regiane disse...

Jana, tem uma frase na música Certain romance, do Arctic Monkeys que diz "The points thats there ain't no romance around there". É isso, minha cara amiga: acabou!
Beijo cheio de saudades!!