29.9.09

trate como um neném

Take 1 - o carro capota. É rodovia, não chove (acabara fazia pouco), mas faz um céu cinza de doer os olhos, e, num ziguezague de pista ribanceira abaixo, lembrando (sabe Deus como) aquele jogo do Atari, ela vê o veículo se entrelaçar com os demais. Baita capote; ainda dá tempo de pensar nos ossos. Só que é tudo tão rápido que logo o carro volta pra pista e, mesmo meio amassado, continua o trajeto de volta pra casa.
E dentro do carro, ela a assiste tudo, só que do lado de fora. Abismada e sem surpresa.
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Take 2 - o amigo morre. Não o amigo: o melhor amigo. Logo vem o nó na garganta, a sensação de solidão potencializada por saber que, por Deus, quem mais entenderia aquilo sem chamar de judiêra, sem fazer troça ou sem pseudo-filosofar sobre o mal do homem moderno? Só ele compreendia o tamanhão daquele nó. Mas agora acabou, se transformara numa lembrança, como a vida até aqui. Só que tudo é tão rápido que de repente ele aparece na frente dela, com aquele sorriso cúmplice, e fala: "meu bem, isso é um sonho", assim, dentro do. Ele segue no trajeto, seguimos. Abismada e aliviada, volto ao travesseiro.
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Quando eu era criança acreditei em Papai Noel e coelho da Páscoa. Assisti Xuxa, também, confesso. Hoje gosto de Bob Sponja e ouço gírias que remetem a ele, no bom e no mau sentido. Descobri que é bom e péssimo ser Bob Sponja. É tão rápida a diferença, e aparentemente tão besta, mas ela faz é toda, a diferença.
[Agora indiferente, constato que é melhor eu comprar logo minhas passagens e lembrar do que realmente vale a pena]
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Chá verde - Tiê

Um comentário:

Fer Borges disse...

ô fia... não conhecia seu espaço ainda. Que bom poder ler suas ideias por aqui.
bjs