Quando choramos a morte de alguém, na verdade choramos nossa própria morte. Essa ideia é de Santo Agostinho. Ouvi-la hoje depois de uma tragédia como a que se abateu sobre aqueles pais, avós, irmãos, padrinhos e amigos faz muito sentido. Muitos morreram junto com seus pequenos, e sentir compaixão por essa gente toda, mesmo sem conhecer quaisquer deles, é um sinal de que a vida agitada, apressada e no vaivém insano da impessoalidade que atropela até mesmo o olho no olho não está de todo perdida.
Vai demorar pra esquecer daquela avó que lembrou com dor: tinha se despedido com um "Vá com Deus, Deus te acompanhe" sem saber que nunca poderia repetir o gesto à neta de 13 anos.
A dor dessa mulher me ajuda a entender e pôr panos quentes e macios na minha: afinal, a vó (diferente de 'avó', entende?) tão querida e tão saudosa cumpriu a ordem natural das coisas. Não passou pela tristeza de ver isso se inverter numa realidade embrutecida por homens.
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O massacre em Realengo aconteceu no "dia do jornalista". Na manhã seguinte, um jornal daqui de São Paulo estampava, em nada menos que meia página, a foto do rapaz doente (ou, pro béin-sensato governador fluminense, "animal") abandonado em sangue, cabeça perfurada --a cereja, em suma, num bolo de completo desvario. Dia de quê? Comemorar o quê? Obrigada, eu passo.
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É preciso se deixar morrer todos os dias.
Também faz todo o sentido, cara pálida.
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Abri ontem as últimas caixas da mudança (passa uma brisa por meu quarto agora, impressionante), depois de mais de mês de CEP novo. Segui os conselhos duma querida e, caso mude um dia novamente, prometi pra mim mesma o deadline máximo de uma semana pra me desfazer de todo o papelão. Não pode, não pode!
Voltei a ter minhas plantas - e gozado como são elas, e não a organização xuxuzinha do apê, que o transformaram de 'casa' em 'lar'. É a ordem natural daquilo que renasce, não? Também faz todo o sentido.
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mapa mundi - tiê e thiago pethit
11.4.11
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