5.7.10

sin embargo

Me acompanhava na aquisição do tênis novo – depois de anos, ela voltou àquela marca do jeito que queria: o mais diferente possível, no bom e velho (opa) retrô – quando recebeu a ligação com a notícia. "Jovem, menos de 40 anos, ninguém podia imaginar". Fomos embora em silêncio, o coração cheio de palavras que não ousaram sair. Não naquela noite.

Dias atrás, havia sido no trabalho: vi aquela amiga tão querida e, de tão competente, até meio durona (um trote e descamba esse "meio"), se prostrar com uma ligação do tipo. Pensei, num desses sustos pros quais há uma hipótese que se prevê plausível, que seria o pai dela, muito idoso e adoentado há meses. Não era. E o "menos de 40 anos, com três filhos da idade dos meus", o semblante abismado pelo que fora, de manhã, e não seria nunca mais, a partir daquela tarde, colocou um silêncio imenso na pequena sala que sempre é tão barulhenta.
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E foi nesse silêncio que as duas mortes de pessoas amigas de gente do meu pequeno latifúndio afetivo me deram aquela ideia comum, aos dois casos, desse ser tão intransitivo que é o tempo. Ora se faz de menino demorado em ir pro banho, ora de menino ágil que corre até a gente pedir arrego, depois de tentar alcançá-lo, e que nos surpreende atrás de uma árvore com o susto que nos põe alertas, mas vivos. Enquanto esse menino está correndo, a HQ continua. A gente só não sabe o quanto ele topa correr.

Por isso a manutenção do latifúndio nunca vai poder ficar à mercê de mim mesma, apenas. Correr sozinho cansa. Aprendizado pra uma vida toda, porém.
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De nuevo la película. Se antes Campanella me colocou uma série de reticências e exclamações, a "segunda olhada" de "O Segredo dos seus olhos" me encheu (e que sorte a minha) de necessárias interrogações.
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a trilha. aquela trilha.