6.7.08

insônia

Enquanto eu testo o novo equipamento, me lembro do sujeito que achou a coisa mais normal do mundo a peça da loja dele custar quase o dobro que o registrado a poucos metros dali. Pensei em quem se submeteria a isso - será que o faz conscientemente, ou não? O pensamento logo some. O sono é forte demais.

Ando. De repente, percebo que não tenho aquela vontade de olhar quem está passando ao meu redor, tampouco de cruzar com o pensamento de quem atravessa o caminho à minha frente. É o horizonte frio do ponto-cego - só este - que me interessa. A cabeça, longe, às vezes lembra de novo que o sono é forte demais (assim como a lembrança do olhar outrora tranqüilo, a qual teimo em nocautear: duas fechadas de pálpebra e uma idéia cruel, e ela se enfraquece de novo). E eu volto à minha condição.

Senti o amor como achei que não sentiria, no que de bom e ruim ele pode ofertar (se é que, sendo amor, traz mesmo consigo este ranço). Um sono terrível me fez acordar agora pro medo que, este sim, não prega os olhos: saudade tem cura?

(escrito em 5/7/08, sábado)

* * *

Supersonic - Sonic Youth

1.7.08

Será que a vida um dia deixa de ser essa onda besta de interjeições?