Quando entrei em casa, hoje, a fresta oportunista da persiana mostrava a lua linda no céu. Iluminava uma parte daquele mundaréu negro, mas em arredores tímidos: parecia meio enevoada, apesar do aspecto crescente.
A névoa rodeia a lua, embaça as certezas. E eu sinto que meu organismo precisa de alimento só porque o estômago dói - não há fome do alimento, nem prazer no consumo. Digestão enevoada.
O pensar no amanhã (minha prisão de tanto tempo) volta a rondar e se me lembra o quão ambíguo ele pode ser. Querer pensar, precisar pensar. Pensamento enevoado.
Ao telefone, a voz amiga tenta me convencer de que a lua pode, sim, ter um anel de luz em torno dela permanentemente. É preciso "ter paciência"; eis a receita que desconheço. Volúpia adormecida, volúpia enevoada.
Agora, queria ser a névoa em torno da lua linda.
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random: Live Forever - Oasis
18.9.07
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